Capitulo 10

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Luiz Otávio narrando

Contra a minha vontade e por insistência da Camille nós iriamos juntos com os meus pais para Nova Iorque. Eu preferia mil vezes ficar em casa, mas ela convenceu a minha mãe e ela praticamente me intimou a ir. Às vezes era um saco namorar a Camille por que ela era mimada demais, prepotente e queria ditar o que eu devia fazer de acordo com as suas vontades, aliada à minha mãe é claro.

– Tavinho, o que acha de passamos o nosso aniversário de namoro na França. Lá é lindo para casais! – disse animada me mostrando algumas fotos em seu iphone. Eu rolei os olhos entediado, pois não tinha a mínima vontade de ir à França, por mim iriamos a um motel caro e acabaríamos com isso.

– Podíamos ficar aqui mesmo. – comentei olhando a janela e ela bufou.

– Depois reclama quando eu não deixo você dizer o que acha das coisas!

– Você quer que eu fale ou concorde? Decida! – resmunguei emburrado, mas graças a Deus ela ficou em silêncio.

[...]

– Luiz Otavio, acorda. Nós saímos em meia hora! – minha mãe falou da porta do quarto, eu me contorci com sono sobre a cama e ela resmungou mais algumas coisas e saiu.

Eram nove e meia e a Camille não estava na cama, provavelmente levantou cedo para ir com a minha mãe até alguma cafeteria fofocar e não quis me acordar porque sabe que eu acordaria mal humorado. Eu levantei relutante e tomei um banho gelado para despertar. Troquei de roupa e fui até a cozinha tomar um café rápido.

Quando viajávamos para Nova Iorque sempre ficávamos em um apartamento cedido para a empresa do meu pai. Era até mais cômodo. Hoje teria uma bendita reunião com um representante de outra empresa de Floripa e o meu pai fazia questão que eu participasse para aprender algumas coisas. Eu não estava indo contra a minha vontade, afinal ele estava me 'gratificando' por esses trabalhos para que eu pudesse comprar o meu apartamento e enfim me livrar da minha mãe. Nós conversamos e chegamos a uma conclusão que seria melhor pra mim, ou melhor, para nós dois desse modo. Se ele me desse o apartamento de vez ela faria um escândalo, ia querer que ele pegasse o apartamento de volta ou que eu me casasse com a Camille. E se eu o comprasse com o fruto das minhas economias ela não iria poder fazer nada, tanto eu quanto ele sairiam ganhando.

Terminei o café às pressas e saímos para a reunião. Mamãe e Camille decidiram ir junto para controlar nossos passos.

Ao chegarmos à sala da empresa eu quase não acreditei no que vi e cheguei a dar um passo para trás de tão incrédulo por ver quem estava a nossa espera, me fazendo entender o porquê da minha mãe ter insistido para vir. Eu suspirei assustado, mas tentando conter a minha reação para que ninguém percebesse. A Eva e o Carlos Eduardo se levantaram aos nos ver. Ela estava bem vestida como sempre e com o um sorriso estampado na cara fazendo a minha mãe suspirar irritada, provavelmente está lhe chamando de falsa em pensamentos agora.

– Quanto tempo! – meu pai falou com um sorriso amigável nos lábios. Pelo menos esse eu sabia que estava sendo sincero, o meu pai amava a minha mãe e não tinha por que tratar o Carlos Eduardo mal, mesmo ainda chateado pela traição do amigo. Deixando claro que não era pela Eva, era pela amizade. – Como vão? – perguntou dando um abraço leve no mesmo.

– Pois é. – o Cadu sorriu – Estamos bem e vocês? – perguntou olhando em nossa direção, parando o olhar sobre mim e a Camille que estava sorrindo educada para a Eva e pendurada em meu ombro.

– Bem, graças a Deus! Já que todos nós se conhecemos essa é a Camille, minha nora, e Camille, Carlos Eduardo e Eva. – sorriu os apresentando e ela acenou sorrindo.

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