Capitulo 13 - parte 2

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– Ok, eu sei que pressionei você demais. Me desculpa também. Eu só não quero que você faça besteira. – disse mordiscando o lábio inferior – pensa bem, sabe? Pensa, por que se naquele tempo eles já eram contra imagina agora. E como você mesmo disse esse não é o seu único 'problema'. Resolve essas coisas mais importantes entes de tomar qualquer decisão de ir conversar com ela.

– Vou fazer isso, obrigado. – agradeci sorrindo fraco.

– Não tem por que agradecer. Depois que vi como é a situação pro seu lado se fosse comigo eu já teria voltado pra Austrália. – deu risada.

– Bem que eu queria poder fazer isso, mas a Camilie e a minha mãe me farejam. – lamentei rindo e terminando de beber o resto do liquido do meu copo.

– Mas se liga, às vezes o avesso pode ser o teu lado certo. – falou sorrindo complacente, empurrando o guardanapo escrito pela Julia sorrateiramente pela mesa até mim – usa quando tiver pronto.

Eu o peguei e guardei no bolso da calça jeans que usava. Terminado nosso lanche nós rumamos a minha casa, onde ela estava hospedada também. Encontrei a minha mãe na sala assistindo tv com a Sofia.

– Ainda bem que você chegou – ela disse ao me ver entrar – sumiu o dia inteiro, onde estava?

– Tinha ido resolver algumas coisas, nada demais. – falei me acomodando ao lado da Sofi no sofá, acarinhando seus cabelos. Fazia pouco tempo que ela estava conosco, mas o meu amor pela minha baixinha era inexplicável.

A Sofia quando foi acolhida pela gente tinha acabado de ser colocada para adoção, sua mãe foi usuária de drogas, acabou morrendo na mão de alguns traficantes há três anos e a sua avó materna, que tinha a sua guarda teve um enfarto e se foi também. Como ninguém sabia do seu pai ela ficou no orfanato à espera de uma família e os meus pais se encantaram por ela. Como o meu pai disse uma vez, a Sofia era o que faltava pra unir a gente. Antes da chegada dela eles estavam pra se separar, mas logo em seguida veio a noticia que eles tinham sido chamados pela fila de espera do cadastro nacional de adoção. Nós nos unimos e deixamos todas as diferenças de lado pra recebe-la e eu posso afirmar com toda a certeza que todos nós aprendemos muito com ela, por que com tudo que aconteceu a Sofi teria todos os motivos do mundo pra se revoltada, mas muito pelo contrario, ela era extremamente carinhosa e afetiva conosco, o que fez da minha mãe uma pessoa mais maleável, menos preconceituosa e mesquinha como era antes.

– Você bem que podia me levar pra passear qualquer hora não é Tavinho? Tão ruim ficar aqui trancada todo dia. – a Sofi comentou entediada.

– Depois te levo em um parque aqui perto. Eu ia á quando era menor.

– Que parque? Aquele próximo a nossa antiga casa? – minha mãe perguntou erguendo a sobrancelhas.

– Sim, por quê?

– Não quero você por lá Luiz Otávio. É muito longe, leva ela no shopping mesmo.

– Mãe, eu tenho quatorze anos preciso passear ao ar livre. Vou sufocar no shopping. – retrucou Sofia e eu ri.

– Então eu levo você, compramos roupa de caminhada e vamos andar de bicicleta, ok? – disse querendo encerrar o assunto. E era cômico imaginar a minha mãe andando de bicicleta, ela iria empurrar mais que andar – do que você ta rindo Luiz Otávio?

– Nada, deixa pra lá eu vou tomar um banho e deitar. – falei me levantando e beijado a testa das duas.

– Antes liga pra Camilie, tadinha, ela ligou preocupada com o seu sumiço. – avisou antes que eu saísse e eu apenas murmurei um ok indo fazer o que havia prometido, menos ligar pra Camilie, por que tudo que eu menos precisava no momento era de uma DR, a única coisa que martelava a minha cabeça era a Julia e conseguir dormir hoje não seria uma tarefa fácil.


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