Capitulo 37 - Parte 2

609 37 20
                                    


 [...]

– Bom dia flor do dia! – Falei ao vê-la abrir a porta mau humorada arrastando sua mala.

– São cinco da manhã Lu, dormi apenas três horas. Pessoas felizes logo cedo me irritam. – Resmungou com bico, me fazendo sorrir.

Por que só depois de carregar essa culpa aprecio melhor cada detalhe seu? Cada pedaço seu se destaca como se fosse pra me lembrar o quão idiota fui. Eu senti sua falta e sofri por ela tanto tempo e me custa acreditar como fui tão ridículo em ter cedido a Camilie e decepciona-la.

– São férias amor, todo mundo acorda feliz. Sorria, por favor. – Pedi esticando suas bochechas para forçar um riso, sem sucesso e selei nossos lábios.

– Só vou sorrir depois de algumas horas de sono e ainda temos muita estrada... – Disse se afastando e acomodando alguns itens seus no banco traseiro.

– Ok, vamos tentar um sorriso com isso então... – Retirei do porta luvas e estendi uma caixa de bombons de chocolate com uma rosa grudada, arrancando um sorriso instantâneo seu.

– Ownt que lindo! – Abraçou-me ainda surpresa – Adorei! Não esperava! Obrigada.

– Gostou?

– Claro, sabe que gosto de você, isso inclui suas atitudes fofas. Você aprontou algo foi? – Deu um riso me desconsertando.

– Claro que não, é que ultimamente percebi o quanto estava sendo cabeça dura em relação aos seus amigos e isso não te deixava legal. Desculpa, ainda não aprendi a te dividir... – Confessei. Ao menos desabafei uma verdade.

– Fico feliz que agora pensa assim. Minha intenção nunca foi abrir mão de um pelo outro e você sabe disso. – Disse sorrindo fraco, juntando nossos lábios em um beijo calmo sendo interrompidos apenas pelo seu irmão que retirava o carro da garagem.

Partimos mais cedo, a Ju dormiu toda a viagem e quando chegamos só acordou para entrar no chalé comer e deitar de novo. Me pergunto de onde ela tirou tanto sono, mas nesse espaço de tempo a Camilie me ligou várias vezes, inclusive do telefone de casa.

Recusei todas suas ligações e desliguei o celular, mudando de roupa e me unindo a Julia que dormia serena, sem se quer imaginar a tempestade de culpa e medo que havia dentro de mim.

Deixei meu corpo relaxar e entrar em um sono profundo abraçado a ela.

Caminhos tortosOnde histórias criam vida. Descubra agora