Capitulo 22 - Parte 2

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[...]

– Por que sumiu ontem, posso saber? – a Fernanda reclamou entrando no meu quarto enquanto eu terminava algumas anotações.

– Me desculpa amiga, é que aconteceram umas coisas... – comentei girando minha cadeira de frente pra cama, onde ela já havia se jogado – Ainda bem que você apareceu.

– Qual o problema? – ela perguntou sentando-se, me olhando apreensiva.

– Descobri que o Luiz é irmão da Sofia. Ele foi busca-la ontem na casa do Gabriel e eu fiz o que você sugeriu. Conversar...

– Meu Deus que mundo pequeno! – disse surpresa – mas e então, o que rolou?

– Ele realmente terminou com a Jamile... – soltei.

– Camillie. – corrigiu-me pensativa, analisando se Camillie também não estava errado e eu bufei.

– Que seja! – resmunguei – nós ficamos, ou melhor, estamos ficando. Eu resolvi ver no que vai dar, se não der certo ao menos teremos um fim definitivo. – expliquei confusa e morrendo de medo dela dizer que era loucura.

– Bom, eu sempre disse que o Nick não era pra mim, brigamos feito cão e gato. Ele é safado, come todas, é cheio de amiguinhas, mas eu aceitei o seu pedido ontem, acho que não tenho muita moral pra falar de ninguém – deu um riso fraco – porém, se você acha que podem dar certo, se você quer retomar a historia de vocês ou ao menos por um fim de vez nisso, vai em frente. Eu vou estar aqui contigo de qualquer forma, como também sei que você vai estar comigo a qualquer hora, principalmente se eu quebrar a cara. – falou sorrindo com sinceridade. E eu sabia que era verdade, desde quando a conheci a Fernanda nunca me abandonou por mais que não concordássemos com as mesmas coisas ele sempre esteve ali e ouvi-la me dizer isso me fez um bem tão grande, que senti uma vontade subida de chorar.

– Obrigado. – murmurei tentando não deixar os olhos transbordar e ela riu, me abraçando em seguida.

– Boba – sorriu – só não esquece que vai vir muita coisa pela frente. Toma cuidado. – aconselhou-me.

À noite, após o Junior sair e os meus pais se trancarem em seu quarto eu liguei para o Luiz e pedi para que ele me buscasse na esquina. Antes, deixei um bilhete na geladeira avisando que estaria na casa do Gabriel, vendo-o ensaiar com uns amigos e que não voltaria tarde. No caminho passamos no supermercado e ele fez algumas compras me garantindo um jantar.

– Você vai ver vou fazer o melhor strogonoff que você já experimentou! – disse presunçoso, mordiscando meu lábio e fechando a porta do apartamento.

– Olha que o tio do Igor tem um restaurante, já comi strogonoff de chef viu? – comentei o desafiando e ele riu, colocando as coisas na mesa.

Enquanto eu o ajudava com as coisas ele colocou um som baixinho, tocando Frejat – 3 minutos, me fazendo lembrar do dia em que eu aceitei o pedido de namoro do Igor, exatamente o mesmo dia em que eu pedi pra que aquelas ondas levassem o Lu e me desatassem das nossas lembranças, o que era um tanto irônico, pedi para que o Luiz se fosse ele voltou, que o Igor ficasse e ele se foi. Vai entender essa vida.

De certa forma me senti tendo que engolir todo meu esforço antigo, me trazendo certo desconforto.

– Distraída? – o Luiz perguntou sorrindo fraco, me prendendo entre o balcão da pia e depositando um beijo molhado e delicado em meu pescoço. Levando embora meus pensamentos.

– Curtindo a musica. – murmurei com dengo, passando as mãos em volta do seu pescoço e beijando seu queixo – e o nosso jantar, vai sair tudo bem ou devo ligar para o SAMU mais tarde? – brinquei o fazendo cerrar os olhos pra mim.

Caminhos tortosOnde histórias criam vida. Descubra agora