Capitulo 23

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[...]

Um mês depois nossos encontros estavam cada vez mais frequentes, almoçávamos juntos, íamos ao cinema, boates mais distantes de onde alguns colegas do Junior e próximos a mim não frequentavam, shopping. Estava tudo indo bem, tirando o seu ciúme do Igor a sua possessividade em determinadas situações, nada que eu não já soubesse que ele era. A Fer ontem reclamou de eu estar um pouco afastada das coisas junto a ela e das reuniões da casa da Gabriel, então eu acabei prometendo que reservaria uma noite pra aproveitarmos só nós duas. O Igor andou me reclamando da Malu que agora andava pra cima e para baixo com a Louise e do seu temperamento, nada que não fosse novidade para nós. Cada vez mais eu sentia vontade de lhe contar sobre mim e o Luiz, mas sempre que o seu nome entrava na conversa nós brigávamos por que ele dizia não achar certo eu lhe dar uma chance depois dele ter me proposto ficar com ele enquanto ele 'lidava' com a Camillie e que ele duvidava muito desse termino por causa do que lhe contei no dia em que os vi.

– Como você acha que o Igor vai reagir quando souber de mim e do Lu? – perguntei a Fer enquanto estávamos terminando de se vestir para ir à casa do Gabriel.

– Você sabe a opinião dele. – disse enquanto penteava seus cabelos em frente ao espelho – acho que ele não vai concordar de inicio. Você tinha que se preocupar mesmo com a sua mãe, mais dia, menos dia ela vai descobrir, melhor contar logo. – sugeriu.

– É que nós estamos apenas ficando ainda. Não tem pra que comunica-la. – ponderei passando um pouco de base no rosto.

– Vocês falam ficando, mas são mais grudados que eu e o Nick. – reclamou – achei que ele iria te proibir de sair comigo hoje.

– Deixa de ciúmes você também. – falei dando risada da sua reclamação – e vocês, andam brigando muito? Não ouvi mais você reclamar.

– Namorado maravilhoso, sexo gostoso, compreensivo, atencioso. Tá tão bom que já tô começando a desconfiar. Quase dois meses de pura harmonia! – comentou suspirando – nem parece o Nick.

– Sem nenhuma amiguinha? – franzi o cenho também achando estranho.

– Não, mas me custa acreditar eu ele virou gente. – zombou.

– Vocês querem carona? – o meu pai perguntou batendo antes de por a cabeça pra dentro do quarto.

– Vão sair? – perguntei intrigada.

– Vou jogar poker já que a sua mãe saiu com uma amiga. – falou entediado.

– Dez minutos a gente desce. – a Fer disse apressando-se e ele assentiu saindo.

Era muito raro meu pai sair pro poker, isso só acontecia quando eles brigavam. Isso fez com que eu fizesse uma nota mental para perguntar ao Junior se ele sabia de algo.

[...]

– Ju! Posso falar contigo? – a Sofia perguntou enquanto nós estávamos todos na sala, curtindo o Gabriel tocar e beliscando uns salgados. Eu concordei vendo seu semblante apreensivo e a segui até a área dos fundos, próximo à churrasqueira. Nessas semanas, nós nos afastamos um pouco devido a minha ausência na casa por aqui e com os meus 'encontros' com o Luiz, mas aparentemente nós estávamos bem, ela continuava a mesma pessoa comigo, até por que eu não via motivos para que isso mudasse.

– Acho que não tem mais ninguém aqui. Aconteceu alguma coisa? – questionei apertando meu lábio inferior, colocando as mãos nos bolsos do short.

– Não, tá tudo bem – disse sorrindo fraco – é que daqui umas semanas é a minha festa de aniversário, de quinze anos, e já que você está ficando há algum tempo com o Tavinho e é muito próxima a mim, queria saber se importaria de eu te convidar e convidar a Camillie também... – explicou me olhando apreensiva e eu dei um riso incrédulo. Apesar de obviamente eu não querer ser a melhor amiga da Camilie a festa era dela, ela convidaria quem ela quiser e eu também não tinha certeza se iria, nós não tínhamos nenhum compromisso firmado.

Caminhos tortosOnde histórias criam vida. Descubra agora