Capitulo 8

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[...]

– Eu te falei que ela só iria avisar em cima da hora. – falei entediada pro Júnior, olhando a minha mãe terminar a mala enquanto ele dava um chilique andando atrás dela.

– São só uma semana. Rapidinho nós vamos estar aqui de volta! – disse tentando amenizar o chilique do Júnior.

– Mais que caralho! Porque simplesmente não avisa com antecedência?! Custa dá alguma satisfação antes? – ele ralhou.

– Júnior pelo amor de Deus você já tem dezoito! – resmungou – Não precisa ficar na barra da minha saia! E Júlia peça pra Lourdes arrumar o quarto de hospedes pro Igor. Diga a ela que prepare algo gostoso pra vocês almoçarem. – eu bufei e sai, deixando eles dois discutindo. Essas férias estão sendo um saco por causa da minha mãe. Avisei a Lourdes e fui até a sala, onde o meu pai a esperava.

– Vão ter mesmo que ir? – me sentei próximo a ele, porque na verdade eu sempre ficava o 'rodeando' quando ele ia viajar. Eu sentia sua falta. Dos dois era ele pelo qual eu me sentia mais amada e recebia uns carinhos. Da Eva não. Eu mal a chamo de mãe.

– São negócios. – suspirou acariciando meus cabelos – Sua mãe vai de insistente. Eu não devia dizer, mas é com os pais do Luiz Otávio por isso a sua mãe insistiu em ir. – rolou os olhos – Ficou com ciúmes e cismou que ia junto. – disse agoniado.

– Manda um beijo pra minha ex-cobra. – sorri irônica para ver se ele não evoluía o assunto, não queria sentir saudades depois.

– Para com isso menina! Olha a falta de educação. – meu pai falou cerrando os olhos e eu ri.

Após eles dois saírem o Júnior saiu emburrado, provavelmente iria passar o dia na casa da Robertinha. Eu subi pro quarto sem ter muita coisa pra fazer e me deitei. Acordei com um sms da Helô: 'Ei sumida, tô com saudades! Como você tá?'. Eu suspirei relutante e respondi. Não que eu estivesse querendo fugir, mas ter ela por perto era como ter um pedaço do Luiz Otávio junto a mim. Um pedaço que me esqueceu. Ela insistiu até eu entrar no Skype, nós conversamos algumas bobagens até o Igor chegar de mala e cuia pra se instalar.

– Gata sua amiga do Skype! – falou divertido, mas eu sabia que ele queria me provocar.

– Se toca, ela não ia querer você. – rolei os olhos – Ela tá na Austrália.

– Pra mim você não tinha amigas. – ele falou sorrindo fraco.

– Foi a ultima que eu tive. – comentei apertando o lábio e me perdendo nas memórias.

Eu havia a conhecido quando tinha chegado do colégio, a sua mãe tinha ido cumprimentar a minha, pois se conheciam desde o colégio também e a partir de então ficamos amigas e ela me apresentou o Lu. Todas as vezes que ela estava na casa dele nós marcávamos algo. Eu me divertia horrores ao lado dela.

– Ela faz parte do pacote do teu ex? – perguntou erguendo a sobrancelha.

– Eram primos. Nós pintávamos as unhas juntas, da mesma cor, sempre. – falei sorrindo boba ao lembrar.

– Então ele não faz parte do seu passado. Você sabe onde ele tá e onde pode encontra-lo. – rolou os olhos – Ainda fala que a sua mãe gosta de drama! – riu – Ah, e pintar as unhas iguais é extremamente brega!

– Seu ridículo – rolei os olhos – eu a encontrei há poucos dias no Skype. Ela me disse que ele dois meses depois foi pro Estados Unidos e quando voltou se afastou dela e me esqueceu. – expliquei sorrindo fraco.

– Agora eu entendi a tua antiga lésbiquisse! – ele falou divertido e jogou algumas roupas no armário – Você é mais forte do que eu imaginava. Pelo que você disse achei que fosse passar dias chorando...

Caminhos tortosOnde histórias criam vida. Descubra agora