Caminhos tortos

Capitulo 7 - Parte 3

– Perderam assim do nada? – ergueu a sobrancelha e eu odiava quando ele fazia isso.

– Nossos pais proibiram nosso namoro. – suspirei – Briguinha do tempo de adolescente deles. Foi há dois anos, eu nunca mais o vi.

– Nossa. – murmurou impressionado, remexendo seu sorvete.

– Mas alguma pergunta? – o encarei.

– Ainda quer dar pra mim? – perguntou em um tom presunçoso e divertido, eu cerrei os olhos pra ele e lhe dei um tapa no braço – Você que perguntou! – empinou o nariz.

– Sem graça. – franzi o nariz – Ah, e já que você é o todo informado quando nossos pais viajam?

– Não sei ainda, acho que daqui a uns quinze dias. Então pode ir pegando amizade com a Malu, por que ontem ela foi embora com outro e eu tenho pressa. – disse fingindo dar uma ordem.

– Você me lembra uma pessoa. – o encarei.

– Quem?

– Rei Julian. – ri e ele fez careta.

– Então faça o que eu mandei súdita bocó. – disse prepotente.

A seis e meia eu voltei pra casa, mais revigorada, é claro, e pronta pra enfrentar o drama das oito da minha mãe. A globo está perdendo uma Fernanda Montenegro, uma Gloria Pires da vida... nos despedimos com um abraço apertado antes que eu descesse do carro e entrar em casa. seu cheiro estava impregnado em mim.

– Onde estava princesa? – meu pai perguntou quando me viu entrar sorrindo.

– Tinha ido tomar sorvete. Com o Igor. – completei.

– A sua mãe falou que você brigou com ela por causa daquela estória de novo. – comentou preocupado.

– Ela queria que eu tivesse transado com o Igor! – disparei e quase o fiz engasgar com o suco. Na verdade eu não precisava dizer aquilo, mas queria me vingar mesmo – Já estava pensando em ficarmos noivos e nós só somos amigos. – falei enquanto batia de leve em suas costas, pra ajudar a descer.

– Não ligue pra sua mãe amor, vou falar com ela e eu não quero você sozinha com ele. – disse firme e ainda tossindo.

– Ok. Vou subir. – beijei o seu rosto, peguei um todynho na geladeira antes de subir.