Capitulo 7

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– O que você tá fazendo?! Ficou doida? Quem era aquele cara? – resmungou entre os dentes, afastando os copos de mim.

– Você tá me atrapalhando. – respondi com a voz um tanto quanto embolada e ele suspirou – Você não tava com a Malu? Vai lá atrás dela. – dei os ombros terminando de beber o liquido colorido do meu outro copo, zangada.

– Isso não é da sua conta, você bebeu demais, caralho!  – falou em um tom irritadiço, ao contrario do que eu esperava, o Igor que eu conhecia iria rir e contar os detalhes sórdidos se ele tivesse transado com ela.

Mas, ele segurou no meu braço, pra me ajudar a levantar e eu tropecei fazendo-o bufar de raiva.

Vamo pra casa vai. E tenta não dar vexame até o carro. – suspirou malevolente e me guiando até a saída, onde ele deu um tímido tchau para os meninos e saiu em direção ao estacionamento, me jogando no banco do passageiro do carro.

No caminho eu quase cochilei enquanto o ouvia reclamar por eu ter bebido, ele realmente estava irritado. Isso foi a única coisa que consegui absorver de tudo.

[...]

– Você tá chato, mas é muito lindo sabia? Ah, mas eu não devia ter dito isso! Vai ficar se achando! – falei engolindo as palavras, com o braço sob seu pescoço e sorrindo pra ele que rolou os olhos, incrédulo, enquanto subíamos as escadas – Onde nós estamos? – perguntei confusa.

– Na minha casa, vamos pro meu quarto. – falou abrindo a porta e entrando comigo.

– Nós vamos transar? – perguntei assustada e ele riu fazendo sinal de negativo com a cabeça, rindo da minha cara – Eu nunca fiz isso não. – murmurei com dengo, encostando minha cabeça em seu ombro enquanto ele me sentou na cama e se abaixou, tirando meus sapatos – Já era pra eu ter dado – ri – Mas eu prometi pro ridículo do Lu que ia perder com ele. Só que ele foi embora, então eu posso dar pra você. – o abracei apertado, quase o sufocando – Você quer me comer? – perguntei doce, oscilando o meu humor e beijando seu rosto, quase acertando sua boca.

– Não, você tá bêbada! – resmungou impaciente me levando pro banheiro.

Em seguida o Igor me colocou debaixo do box, ligando o chuveiro gelado em cima de mim. Eu resmunguei tentando sair, estava de roupa, mas ele me segurou até que eu ficasse quieta.

– Você é muito mau. Tá gelada! Eu pensei que nos íamos ser amigos pra sempre! – choraminguei com o efeito da bebida diminuindo.

 – Fica aqui que eu vou procurar algo pra você vestir. – avisou rindo, me entregando uma toalha e saindo.

Tirei minha roupa e me sequei, vestindo seu roupão, mas em seguida meu estomago revirou e eu não consegui aguentar. Vomitei horrores até ele vir.

– Argh Julia! Ainda bem que você sabe aonde fazer isso! – falou com nojo, segurando meu cabelo.

– Eu nunca mais vou beber na vida! – resmunguei chorando e indo lavar o rosto.

– Toma isso aqui, se veste e vem deitar. – disse me entregando uma camisa sua e uma parte de baixo de um biquíni que eu havia deixado há séculos aqui.

– Tenho que ir pra casa. – murmurei entrando no quarto, vendo-o apenas de bermuda deitado na cama.

– Melhor? – perguntou erguendo a cabeça pra me olhar.

– Uhum.

– Então deita aqui que amanhã cedo eu te deixo em casa. – falou pacientemente e sonolento.

– Mas, a minha mãe vai surtar! – falei com dengo.

– Ela iria surtar se você chegasse em casa bêbada vestida apenas em uma camisa minha. – riu.

– Não ri. – ordenei emburrada, me deitando ao seu lado, aconchegando-me no seu ombro – você ficou com a sua 'xereca de ouro'? – perguntei me referindo a Malu e ele deu risada.

– Cala boca e deita logo Ju! – resmungou, virando para o lado.

Algo parece ter dado errado, me senti vingada.

Caminhos tortosOnde histórias criam vida. Descubra agora