– O que você tá fazendo?! Ficou doida? Quem era aquele cara? – resmungou entre os dentes, afastando os copos de mim.
– Você tá me atrapalhando. – respondi com a voz um tanto quanto embolada e ele suspirou – Você não tava com a Malu? Vai lá atrás dela. – dei os ombros terminando de beber o liquido colorido do meu outro copo, zangada.
– Isso não é da sua conta, você bebeu demais, caralho! – falou em um tom irritadiço, ao contrario do que eu esperava, o Igor que eu conhecia iria rir e contar os detalhes sórdidos se ele tivesse transado com ela.
Mas, ele segurou no meu braço, pra me ajudar a levantar e eu tropecei fazendo-o bufar de raiva.
– Vamo pra casa vai. E tenta não dar vexame até o carro. – suspirou malevolente e me guiando até a saída, onde ele deu um tímido tchau para os meninos e saiu em direção ao estacionamento, me jogando no banco do passageiro do carro.
No caminho eu quase cochilei enquanto o ouvia reclamar por eu ter bebido, ele realmente estava irritado. Isso foi a única coisa que consegui absorver de tudo.
[...]
– Você tá chato, mas é muito lindo sabia? Ah, mas eu não devia ter dito isso! Vai ficar se achando! – falei engolindo as palavras, com o braço sob seu pescoço e sorrindo pra ele que rolou os olhos, incrédulo, enquanto subíamos as escadas – Onde nós estamos? – perguntei confusa.
– Na minha casa, vamos pro meu quarto. – falou abrindo a porta e entrando comigo.
– Nós vamos transar? – perguntei assustada e ele riu fazendo sinal de negativo com a cabeça, rindo da minha cara – Eu nunca fiz isso não. – murmurei com dengo, encostando minha cabeça em seu ombro enquanto ele me sentou na cama e se abaixou, tirando meus sapatos – Já era pra eu ter dado – ri – Mas eu prometi pro ridículo do Lu que ia perder com ele. Só que ele foi embora, então eu posso dar pra você. – o abracei apertado, quase o sufocando – Você quer me comer? – perguntei doce, oscilando o meu humor e beijando seu rosto, quase acertando sua boca.
– Não, você tá bêbada! – resmungou impaciente me levando pro banheiro.
Em seguida o Igor me colocou debaixo do box, ligando o chuveiro gelado em cima de mim. Eu resmunguei tentando sair, estava de roupa, mas ele me segurou até que eu ficasse quieta.
– Você é muito mau. Tá gelada! Eu pensei que nos íamos ser amigos pra sempre! – choraminguei com o efeito da bebida diminuindo.
– Fica aqui que eu vou procurar algo pra você vestir. – avisou rindo, me entregando uma toalha e saindo.
Tirei minha roupa e me sequei, vestindo seu roupão, mas em seguida meu estomago revirou e eu não consegui aguentar. Vomitei horrores até ele vir.
– Argh Julia! Ainda bem que você sabe aonde fazer isso! – falou com nojo, segurando meu cabelo.
– Eu nunca mais vou beber na vida! – resmunguei chorando e indo lavar o rosto.
– Toma isso aqui, se veste e vem deitar. – disse me entregando uma camisa sua e uma parte de baixo de um biquíni que eu havia deixado há séculos aqui.
– Tenho que ir pra casa. – murmurei entrando no quarto, vendo-o apenas de bermuda deitado na cama.
– Melhor? – perguntou erguendo a cabeça pra me olhar.
– Uhum.
– Então deita aqui que amanhã cedo eu te deixo em casa. – falou pacientemente e sonolento.
– Mas, a minha mãe vai surtar! – falei com dengo.
– Ela iria surtar se você chegasse em casa bêbada vestida apenas em uma camisa minha. – riu.
– Não ri. – ordenei emburrada, me deitando ao seu lado, aconchegando-me no seu ombro – você ficou com a sua 'xereca de ouro'? – perguntei me referindo a Malu e ele deu risada.
– Cala boca e deita logo Ju! – resmungou, virando para o lado.
Algo parece ter dado errado, me senti vingada.
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Caminhos tortos
RomansaPostagens: TERÇAS, QUINTAS E DOMINGOS! Júlia e Luiz Otávio, ainda muito jovens, tiveram seu relacionamento interrompido devido a uma desavença antiga de seus pais. Depois de muito sofrimento pela distância e decidido seguir em frente anos depois sur...