Capitulo 18

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Julia narrando

O final de semana começou cinza, parece que o céu e o clima estavam de acordo com o meu humor. Eu havia levantando pouco mais das nove e meu pai resolveu que íamos passar o final de semana no sitio, o que não me soou uma má ideia. Estava precisando ficar longe daqui. Relaxar. Mas, como a D. Eva era sempre do contra nós ficamos, pois ela queria sair pra jantar com todos juntos, inclusive a Robertinha.

Eu não sei o que deu nela, nem sempre entendia os seus lapsos de união familiar, mas não teve outro jeito. No inicio da tarde recebi uma sms da Fernanda.

'Me desculpe por ter sumido, percebi que você não estava bem. Mas tinha uma confusão na minha vida e eu tive que resolver. :/'

'Tudo bem. Eu te entendo, tá fim de sair hoje?' – respondi.

'Sim, nós duas vamos em um churras na casa do Gabs! Passa aqui em meia hora, ok?'

'Na casa do Gabs?' – perguntei confusa.

'Sim, a mãe dele tá viajando. Bjs' – comentou.

Após sua ultima sms subi rapidamente para um banho e em seguida coloquei um short jeans; detonado, de cintura alta e preto, com uma regata de alças; em renda branca, calçando uma rasteirinha simples, fazendo apenas um rabo de cavalo no cabelo e passando um rímel e lápis nos olhos, finalizando a boca um batonzinho claro.

Antes de sair peguei o carro do meu pai emprestado e avisei a Eva que voltava cedo. No trajeto coloquei a Fer a par dos últimos acontecimentos, tanto da minha casa, quanto do Luiz Otávio.

– Ai, eu não acredito que depois de quatro anos esse panaca aparece com uma proposta dessa. É rir pra não chorar! – desdenhou e eu balancei a cabeça negativamente, rindo.

– Ele disse que não ia 'desistir' de nós, que eu não podia impedi-lo de tentar. – comentei suspirando – depois de ouvir essas coisas eu sinceramente tenho vontade de voltar correndo pro Igor, por que apesar de todos os seus defeitos ele sempre estava comigo e quando ele quis realizar o seu 'sonho de consumo' ele não mentiu. Não se escondeu atrás de uma mentira.

– Às vezes eu realmente acho que você gosta do Igor. Esse Luiz não nunca te trouxe nada de bom. – apertou o lábio dando de ombros, pensativa.

– No meio dessa confusão toda eu tô começando a achar que eu não gosto nem de mim. – falei sorrindo fraco e estacionando o carro.

– Vê se aproveita e fica com alguém, relaxa, tira isso tudo da cabeça. – sugeriu antes de sair do carro.

O Gabriel é meio irmão da Fernanda, mas no quesito financeiro sua mãe era bem melhor que o seu pai e quase sempre estava viajando, o que rendia sempre boas festas na casa, mas por incrível que pareça havia pouca gente na casa, com nós duas, erámos dez.

– Pensei que tinham se perdido, a Fernanda me avisou de vocês faz uma hora! – Gabriel zombou me cumprimentando com dois beijos e eu sorri.

– Foi só o tempinho da Fernanda se arrumar, sabe como sua irmã atrasa. – rolei os olhos.

– Uhum, o Marcelo tá no comando da churrasqueira qualquer que vocês quiserem só ir nele, ok? – recomendou apontando para o rapaz loiro próximo à churrasqueira que acenou de volta.

– Que gatinho seu amigo! – a Fer comentou maliciosa, pegando uma cerveja – ele tá solteiro?

– Não comece atirar pra todos os lados, pelo amor de Deus! – resmungou ele, nos fazendo rir.

– Mas não é pra eu! – se defendeu ofendida – é pra Ju que tá solteira e carente na pista! – deu risada.

– Eu adoraria me candidatar ao cargo pela terceira vez, mas eu tô amarrado numa carioca linda ai! – comentou sorrindo e eu imaginei que fosse a garota do bar, pois o seu sotaque era parecido com o carioca, pouco, mas era.

Caminhos tortosOnde histórias criam vida. Descubra agora