Capitulo 15 - Parte 2

695 48 8
                                    

Eles se foram e uma dupla subiu ao palco para cantar um sertanejo, logo em seguida o Igor se animou e nós fomos dançar. A musica era animada, nós dançávamos próximos e hora ou outra brincávamos, como sempre fazíamos. Eu me sentia tão bem com ele que esqueci de tudo. Permiti-me relaxar, até por que eu sabia que quando deitasse a cabeça no travesseiro iria vir uma enxurrada de pensamentos.

– Se a Malu sonha que você tá dançando comigo te manda pra forca! – falei dando risada.

– Nós somos amigos Ju. Por mais que eu a ame, não abrirei mão do nosso contato. Ela sabe disso. Não adianta ela querer me esganar. Só vai perder saúde. – comentou sorrindo fraco, dançando comigo.

– Obrigado por tudo. Te devo tanto! Espero um dia poder retribuir – disse em um tom esperançoso.

– Você pode me retribuir me dando uns chocolates, é um bom começo! – sugeriu.

– Não quero que fique gordo. – dei risada avistando a Louise nos observando do outro lado da pista – a sua vigia tá ali. – comentei e ele rolou os olhos suspirando.

– Juro pra você que se ela estiver ali a mando da Maria Luiza ela está em maus lençóis! – bufou – que coisa chata. Não sei pra que tanta desconfiança! – disse irritando–se.

– Já são onze e meia. Melhor a gente ir mesmo. – falei tentando amenizar as coisas e querendo não prejudica–lo, pois apesar de ser egoísta em relação ao Igor não queria estar no centro das brigas deles dois. Não queria ser vista como uma péssima companhia pra ele, por que ser menina e sua ex já contavam bastante para o ciúmes da Malu.

Ele ficou muito irritado e no caminho até a minha casa ela ligou algumas vezes, mas ele rejeitou. Me senti um pouco incomodada com a situação e por saber da sua irritação não toquei no assunto. Nos despedimos no portão e quando entrei na sala a minha mãe estava vindo da cozinha, vestida em um roupão e com uma xicara de chá quente nas mãos.

– Era o Igor? – eu confirmei em um aceno e pude ver um sorriso brotar no canto dos seus lábios – Vocês voltaram? Por que não o chamou pra entrar?

– Não, somos só amigos. – rolei os olhos, chateada por ela insistir nisso – ele namora.

– E dai? Isso não impede de você tentar reatar com ele! – disse como se fosse obvio. E eu juro que tentei, mas não consegui ficar na minha.

– Ah, pra você isso é fácil né! Dava moral pro meu pai quando namorava o Fernando, pai do Luiz Otávio! – falei irônica, como se tivesse lhe lançando uma faca, fazendo com que ela apertasse os lábios em uma linha fina.

– Olha, aqui garota! – ela disse puxando o meu braço, o apertando e me encarando nos olhos – você me respeita por que eu sou sua mãe! E nunca mais toque nesse assunto novamente, ouviu bem?!

– Solta o braço da menina Eva. – a voz do meu pai ecoou vinda das escadas. Eu fiquei surpresa e ela o olhou indignada, me soltando.

– Você ela falou pra mim?! – perguntou possessa.

– Ouvi. Era alguma mentira por acaso? – perguntou calmamente, erguendo a sobrancelha.

E pela a primeira vez eu vi meu pai enfrenta–la, o que era extremamente estranho.

– E você diz isso assim?! Eu sou sua esposa Carlos Eduardo! Você devia no mínimo exigir respeito da parte do seu filho comigo! – ralhou.

– Eu não vou discutir sobre isso! – falou firme – você que mandou a menina roubar o namorado da outra... Quem fala o que quer ouve o que não quer.

Após isso ele rumou até a cozinha e ela foi atrás, para discutir é claro. Eu não ia me meter, ainda estava assustada pelo lapso de coragem do meu pai. Subi direto pro quarto, onde tomei um banho e deitei esperando que o sono viesse e não me perturbasse com as lembranças do Luiz.

Caminhos tortosOnde histórias criam vida. Descubra agora