Capítulo 5

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— Vá logo Any! - Maite disse lhe empurrando gentilmente, tentando encorajá-la.

— Calma, estou indo! Não me apresse… - Disse respirando fundo.

— Você já cansou de levar café para ele, o que tem de diferente agora?

— Eu vou estar sozinha! - Ela rebateu alisando o cabelo que caia em seus olhos.

  Era o primeiro dia que ela “trabalhava” sem a ajuda de Maite.

  Já havia levado, um ou dois cafés na sala de Alfonso, porém Maite sempre estava por perto, e desta vez não, estaria sozinha.

  Durante uma semana inteira, Maite lhe ajudou, mostrando como funcionavam as coisas, lhe apresentando pessoas. Porém agora estava sozinha.

  Foram poucas as vezes que vira Alfonso durante a semana, já que ele estava tendo alguns “problemas” estritamente confidenciais e profissionais, como Maite havia lhe dito.

— Ora, deixe de bobagem. Leve isso logo. - A morena disse lhe empurrando a bandeja com duas xícaras e um bule.

— Tudo bem. - Ela disse equilibrando tudo - Tudo sob controle! - Ela disse se acalmando.

— Vá logo, tenho que voltar a recepção. - Maite avisou já se virando e sumindo no corredor.

  Estava tudo sob controle, não tinha com o que se preocupar, muito pelo contrário, tinha que erguer e cabeça e se acostumar com isso. Era seu trabalho agora.

  Respirando fundo novamente, ela virou-se na direção da grande e pesada porta do escritório de Alfonso.

  Ele não a intimidaria, não mesmo.

  Colocou o seu melhor e mais simpáticos sorriso no rosto, e bateu gentilmente na porta.

— Pode entrar. - Ela ouviu ele dizer bravo do outro lado.

  Sem deixar de sorrir ela abriu a porta e encontrou Alfonso e Christopher, sentados frente a frente.

  Tinham as expressões sérias e pareciam acabar de sair de uma tensa discussão.

— Bom dia Anahi. - Alfonso disse forçando um sorriso simpático.

— Bom dia Any. - Christopher a cumprimentou logo depois.

— Bom dia Ucker, bom dia Alfonso - Ela disse tentando não demonstrar o nervosismo - Eu trouxe o café. - Ela anunciou achando a informação estúpida.

— Obrigado. - Alfonso disse esperando que ela os servisse - Então como está sendo o seu primeiro dia sozinha? Muita confusão? - Ele perguntou se reclinando na cadeira.

— Não, está ótimo. - Ela afirmou enchendo as xícaras de café.

— Pelo menos alguém aqui está tendo um dia razoável. - Christopher disse com ironia.

— Cale a boca. - Alfonso disse entre os dentes.

— Bom, - Ela disse largando as xícaras já cheias na frente de cada um - Vou indo, vejo que atrapalhei um momento muito amigável entre vocês - Ela disse brincando - Qualquer coisa é só chamar.

  Girou os calcanhares e começou a andar na direção da porta, agradecida que nada de mais havia acontecido.

  Alfonso tomou um gole de café e esperou a porta bater para comentar:

— Ela está aqui a uma semana e vocês já estão se tratando por apelidinhos… - Ele disse torcendo nariz - Imagine na semana que vem.

— O que você quer dizer com isso? - Christopher perguntou se engasgando com o café.

— Não finja, está mais do que interessado na minha secretária.

— Não estou interessado em ninguém - Christopher rebateu largando a xícara - Anahi só é uma pessoa incrível. Muito fácil de se relacionar.

— Você disse relacionar… está interessado. - Alfonso disse rangendo o maxilar.

— E se tiver? - Christopher o desafiou - Você me parece estar meio preocupado demais.

— Não invente - Alfonso quase gritou - Anahi veio do interior, deve ser bastante ingênua - E completou deixando bem claro - E você está querendo se aproveitar.

— Ah sim, claro, virei o lobo mau. - Christopher disse revirando os olhos.

— E você sabe que não proíbo, mas também não gosto de relacionamento aqui na empresa. - Alfonso disse tomado um longo gole de café.

— Ah, você se preocupa com a empresa? - Christopher perguntou irônico - Então que tal começarmos a pensar em como não perder mais acionistas?

— Não vou me amarrar. - Alfonso declarou.

— Então como vai mudar essa imagem que as revistas pintam sobre você? - Christopher perguntou atirando a ele uma revista.

  Alfonso pegou-a e analisou.

  Na capa ele e Victoria se beijavam com vúlpia, enquanto ele tinha uma mão lhe apertando as nádegas... Victoria… a ruiva da semana retrasada.

  O enunciado da noticia dizia:

  O jovem empresário Alfonso Herrera realmente parece não tomar jeito. Sua irresponsabilidade pode acabar afetando o andamento das Empresas Herrera's, empresa que herdou dos pais, depois do acidente de carro onde ambos morreram. A pergunta é: Quando ele vai tomar juízo?

  Se não fosse pela expressão séria de Christopher, ele teria rido. Com certeza ele teria caído na gargalhada.

— Você entende a gravidade disto Alfonso? - Christopher perguntou - Estamos perdendo acionistas! A empresa vai acabar falindo... Acorde!

— Não exagere Christopher. - Ele rebateu bravo - Perdemos dois acionistas.

— E vamos perder mais sem sombra de duvidas. - Ele disse batendo o punho na mesa bravo - Sou seu advogado, não sei fazer mágicas. Estou realmente preocupado.

— Não vamos perder mais ninguém. - Ele disse dando de ombros.

— E se perdemos?

— Não vamos!

— E se perdemos? - Christopher falou lentamente.

— Se perdemos, e o motivo seja realmente minha “irresponsabilidade” - Ele disse fazendo sinal de aspas com as mãos - aceito pensar na sua sugestão.

— De se casar?

  Antes que Alfonso respondesse, o telefone tocou:

Sim? - Ele disse com o telefone no ouvido.

Sr. Herera, o Sr. James quer vê-lo. Posso deixá-lo entrar? - A voz apressada de Anahi mostrava que o homem devia estar bravo.

Sim. Deixe-o entrar. - Ele disse revirando os olhos e largando o telefone no gancho.

— O que houve? - Christopher quis saber.

— Você vai saber… - Ele disse escondendo a revista na gaveta.

  A porta se abriu com força e James, um homem com media de 40 anos, entrou cuspindo fogo. Anahi vinha logo atrás aflita.

— Herrera, precisamos conversar.

— Sente-se por favor. - Ele disse calmo.

— Estou bem assim.

— Ótimo. Sta. Portilla pode nos trazer mais um café para o Sr. James?

— Não quero café. - O homem gritou - O que pensa que está fazendo Herrera? - Ele perguntou.

— Estou trabalhando, na minha sala. - Ele disse gesticulando com as mãos para o seu redor.

— Não basta você se aventurar fora da empresa agora quer começar a trazer suas, suas… aventuras para cá? - O homem disse transtornado de raiva - E você se cuide, - Ele disse apontando para Anahi, que arregalou os olhos - Não é a toa que ele contratou uma moça tão bonita assim, sem ter segundas intenções. A última secretária dormiu com ele e foi despedida depois que ele se cansou dela. Se cuide. - O homem lhe alertou deixando-a chocada.

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