Capítulo 61

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— Anahi? - Alfonso gritou largando a maleta no sofá.

— Aqui no jardim! - Respondeu com outro grito.

  Ele caminhou até lá e a encontrou sentada na terra, rodeada por plantas que ele mal sabia identificar, em meio ao pequeno jardim que crescia um pouquinho mais a cada dia.

  As flores já não lhe causavam dor... não lhe lembravam a morte nem o sofrimento. Não lhe lembravam o amargo velório de seus pais... Tudo graças a Anahi. E agora as mesmas flores que durante tanto tempo lhe transmitiam tristeza, agora lembravam ela. Sua Anahi. Ele sorriu contente.

— Alfonso! - Gritou mostrando que já o estava chamando a algum tempo.

— Hum?

— Perguntei se você está bem?

— Estou. - Respondeu confiante.

— Ótimo, então por que não tira esse sorriso idiota do rosto e vem me dar um beijinho?

  O sorriso dele aumentou.

  Ele deu alguns passos terminando com a distância que havia entre eles, se abaixou e colou os lábios nos dela como uma leve carícia.

— Você é muito mazinha. - Ele disse quando afastou um pouquinho os lábios.

— Sou é? - Ela disse com os olhos brilhando de divertimento.

— Sim. - Sussurrou prendendo o lábio inferior dela entre seus dentes e o puxando. Ela sorriu mais e então acariciou a bochecha dele.

  Alfonso soube que tinha alguma coisa errada no exato momento em que sentiu a mão dela encostando nele. Sentiu algo gelado em sua bochecha e então arriscou um rápido olhar para as mãos delas.

— Você me sujou com terra?

— Não - Disse sem tirar o brilho de divertimento dos olhos - Isso não é terra.

— Então o que é isso? - Disse sorrindo de forma ameaçadora.

— Um tipo de fertilizante.

— Um tipo de fertilizante? - Repetiu juntando as sobrancelhas.

— Isso. - Anahi segurava o riso.

— Você colocou esterco em mim? - Perguntou com a voz ameaçadora o bastante, enquanto ela apenas riu.

— Sim, de vegetais apodrecidos.

  Sim, ela era muito mazinha.

— Eu vou contar até dez Anahi. Um... Dois...

  Com um pequeno gritinho ela saiu correndo para dentro da casa.

  Quando Alfonso finalmente gritou o “dez” se levantou como um predador. Aquele jogo havia se tornado um passatempo para eles durante os quatro dias que haviam se passado. E agora o caçador ia em busca da caça, a qual ele podia jurar que estava escondida dentro do quarto, debaixo da cama.

  Anahi gritou em meios as gargalhadas enquanto Alfonso a jogava sobre a cama e lhe fazia cócegas.

— Chega! - Ela gritava enquanto ria - Para!

  Alfonso, que também ria, afastou-se um pouco dela e foi pego de surpresa quando a loira esticava as mãos e começava a lhe cutucar as costelas fazendo-o se esquivar:

— Ei! - Disse em forma de repreensão e lhe agarrou os pulsos, pressionando-os logo em seguida no colchão acima da cabeça dela.

  Eles ainda sorriam quando o olhar de ambos se encontrou:

— Sua monstrinha. - Brincou.

  Ambos riram.

— Como você sabia que eu estava debaixo da cama? - O sorriso dele alargou.

— Intuição, suspeitava desde o princípio que você estava debaixo da cama.

  Ela lhe deu um tapa no braço e fingiu indignação:

— Isso foi injusto - Protestou - Você sabia onde eu iria me esconder antes de eu ter me escondido.

  Ele lhe revidou com um beijo estalado na ponta do nariz:

— Da próxima vez encontre um esconderijo melhor. - Provocou.

  Ela riu e o empurrou com força com as pernas para longe. Ele cambaleou e retrocedeu alguns passos quase caindo, mas foi o suficiente para que ela levanta-se da cama com um pulo e fosse em direção a porta do banheiro.

— Vou tomar banho - Anunciou - Toda essa correria com você, além de exausta me deixou... suada demais. - Disse enrugando o nariz de maneira engraçada.

  Ele sorriu malicioso e logo tratou de também anunciar:

— Oh sim, claro! me sinto igualmente assim. Vou lhe acompanhar no banho.

  Ela lhe mostrou a língua e lhe disse animada:

— Negativo. Eu quero realmente tomar banho, por isso se quiser tomar banho também, procure outro banheiro da casa.

  Ele arregalou os olhos e abriu a boca como se estivesse bastante ofendido:

— Ei, você está no banheiro do meu quarto.

  Ela riu e lhe respondeu já dentro do banheiro:

— Foi você que insistiu para que eu dormisse aqui querido, então o quarto também é meu. - Um sorriso brincava em seus lábios e a porta bateu-se com força.

  Ele pôde ouvir quando ela deu duas voltas com a chave na fechadura da porta.

— Sua terrível monstrinha! - Gritou divertido, enquanto dizia a si mesmo que na primeira oportunidade iria se livrar daquela maldita chave.

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