— Anahi? - Alfonso gritou largando a maleta no sofá.
— Aqui no jardim! - Respondeu com outro grito.
Ele caminhou até lá e a encontrou sentada na terra, rodeada por plantas que ele mal sabia identificar, em meio ao pequeno jardim que crescia um pouquinho mais a cada dia.
As flores já não lhe causavam dor... não lhe lembravam a morte nem o sofrimento. Não lhe lembravam o amargo velório de seus pais... Tudo graças a Anahi. E agora as mesmas flores que durante tanto tempo lhe transmitiam tristeza, agora lembravam ela. Sua Anahi. Ele sorriu contente.
— Alfonso! - Gritou mostrando que já o estava chamando a algum tempo.
— Hum?
— Perguntei se você está bem?
— Estou. - Respondeu confiante.
— Ótimo, então por que não tira esse sorriso idiota do rosto e vem me dar um beijinho?
O sorriso dele aumentou.
Ele deu alguns passos terminando com a distância que havia entre eles, se abaixou e colou os lábios nos dela como uma leve carícia.
— Você é muito mazinha. - Ele disse quando afastou um pouquinho os lábios.
— Sou é? - Ela disse com os olhos brilhando de divertimento.
— Sim. - Sussurrou prendendo o lábio inferior dela entre seus dentes e o puxando. Ela sorriu mais e então acariciou a bochecha dele.
Alfonso soube que tinha alguma coisa errada no exato momento em que sentiu a mão dela encostando nele. Sentiu algo gelado em sua bochecha e então arriscou um rápido olhar para as mãos delas.
— Você me sujou com terra?
— Não - Disse sem tirar o brilho de divertimento dos olhos - Isso não é terra.
— Então o que é isso? - Disse sorrindo de forma ameaçadora.
— Um tipo de fertilizante.
— Um tipo de fertilizante? - Repetiu juntando as sobrancelhas.
— Isso. - Anahi segurava o riso.
— Você colocou esterco em mim? - Perguntou com a voz ameaçadora o bastante, enquanto ela apenas riu.
— Sim, de vegetais apodrecidos.
Sim, ela era muito mazinha.
— Eu vou contar até dez Anahi. Um... Dois...
Com um pequeno gritinho ela saiu correndo para dentro da casa.
Quando Alfonso finalmente gritou o “dez” se levantou como um predador. Aquele jogo havia se tornado um passatempo para eles durante os quatro dias que haviam se passado. E agora o caçador ia em busca da caça, a qual ele podia jurar que estava escondida dentro do quarto, debaixo da cama.
Anahi gritou em meios as gargalhadas enquanto Alfonso a jogava sobre a cama e lhe fazia cócegas.
— Chega! - Ela gritava enquanto ria - Para!
Alfonso, que também ria, afastou-se um pouco dela e foi pego de surpresa quando a loira esticava as mãos e começava a lhe cutucar as costelas fazendo-o se esquivar:
— Ei! - Disse em forma de repreensão e lhe agarrou os pulsos, pressionando-os logo em seguida no colchão acima da cabeça dela.
Eles ainda sorriam quando o olhar de ambos se encontrou:
— Sua monstrinha. - Brincou.
Ambos riram.
— Como você sabia que eu estava debaixo da cama? - O sorriso dele alargou.
— Intuição, suspeitava desde o princípio que você estava debaixo da cama.
Ela lhe deu um tapa no braço e fingiu indignação:
— Isso foi injusto - Protestou - Você sabia onde eu iria me esconder antes de eu ter me escondido.
Ele lhe revidou com um beijo estalado na ponta do nariz:
— Da próxima vez encontre um esconderijo melhor. - Provocou.
Ela riu e o empurrou com força com as pernas para longe. Ele cambaleou e retrocedeu alguns passos quase caindo, mas foi o suficiente para que ela levanta-se da cama com um pulo e fosse em direção a porta do banheiro.
— Vou tomar banho - Anunciou - Toda essa correria com você, além de exausta me deixou... suada demais. - Disse enrugando o nariz de maneira engraçada.
Ele sorriu malicioso e logo tratou de também anunciar:
— Oh sim, claro! me sinto igualmente assim. Vou lhe acompanhar no banho.
Ela lhe mostrou a língua e lhe disse animada:
— Negativo. Eu quero realmente tomar banho, por isso se quiser tomar banho também, procure outro banheiro da casa.
Ele arregalou os olhos e abriu a boca como se estivesse bastante ofendido:
— Ei, você está no banheiro do meu quarto.
Ela riu e lhe respondeu já dentro do banheiro:
— Foi você que insistiu para que eu dormisse aqui querido, então o quarto também é meu. - Um sorriso brincava em seus lábios e a porta bateu-se com força.
Ele pôde ouvir quando ela deu duas voltas com a chave na fechadura da porta.
— Sua terrível monstrinha! - Gritou divertido, enquanto dizia a si mesmo que na primeira oportunidade iria se livrar daquela maldita chave.
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Um amor por contrato
RomansaQuando Anahi Portilla enviou seu currículo para a Empresa Herrera, foi somente para deixar de ouvir Dulce lhe dizer "tente". Jamais pensou que pudesse ser realmente convocada para assumir o cargo de secretária pessoal do presidente da empresa. Assim...