Capítulo 51

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  Dez dias se passaram e a relação de Alfonso e Anahi começava a melhorar. Já riam e voltaram a fazer as refeições juntos, porém nada mais que isso. Suas camas e seus corpos continuavam separados.

— Atrasado de novo? - Anahi estendeu uma xícara de café para Alfonso que descia as escadas apressado, enquanto tentava arrumar a gravata.

— Sempre passo da hora por causa desta bendita gravata.

— Venha cá e me deixe cuidar disso.

  Ele caminhou em sua direção e ela deu um nó em sua gravata rapidamente.

— Pronto. - Ela disse, enquanto ele bebia o café rapidamente.

  Alguém tocou a campainha. Ou melhor dizendo “esqueceu” o dedo na campainha, e não adiantou de nada Anahi gritar enlouquecidamente três vezes um “já vai!”.

  Abriu a porta com cara de poucos amigos, e se deparou com Dulce mais branca que um papel:

— O que houve? Parece preocupada.

  A ruiva entrou sem ser convidada, como sempre fazia. Anahi fechou a porta dando de ombros.

— Ei Dul - Disse sorrindo - E ai?

— Preciso de você... - A amiga disse aflita, parecendo a ponto de chorar.

— Bom dia Dulce - Alfonso disse. Ela não respondeu seu comprimento - Bom, já vou indo - Pegou sua maleta e foi até a porta - Até mais meninas. Dul, algum recado para o Ucker? - A mesma apenas negou com a cabeça, e Alfonso arregalou os olhos - Tudo bem. Um ótimo dia para vocês. Tchau Any. - Fechou a porta.

— Tchau! - Anahi gritou para que ele pudesse escutar - Fale, o que foi?

— Eu sou uma idiota! Sou a maior idiota do mundo! - Dulce disse parecendo entrar em pânico.

— Descobriu a pouco tempo? - Anahi disse com humor.

— Eu falo sério! - Ralhou - Estou em primeiro lugar na lista dos idiotas!

— Puxa... desde quando Alfonso caiu para a segunda posição?

  A tentativa de animar a amiga não ajudou muito, pois ao contrário de rir ela bateu o pé no chão, bagunçou os cabelos e sentou no sofá escondendo o rosto com as mãos.

— Eu não acredito que fiz isso! - Disse em um quase sussurro.

— Que fez o quê? Que ganhou de Alfonso em questão de idiotice? - A ruiva escondeu o rosto entre as mãos - Bom, é difícil de acreditar mesmo que alguém ganhe dele. Até eu estou chocada - Anahi chegou mais perto de Dulce e percebeu que ela começava a soluçar - O que houve? - Disse ficando seria de repente e vendo que o assunto não permitia mais brincadeira.

  Poucas vezes na vida virá Dulce tão desesperada... Isso se não fosse a primeira vez.

— Estou perdida. - A  ruiva ergueu o rosto molhado de lágrimas.

— O que foi? Brigou com Ucker? - A loira se sentou ao lado da amiga e lhe abraçando com um braço. Ela meneou a cabeça - Então o que foi? Me diga, quero te ajudar.

  Dulce não conseguiu falar. Tinha a garganta apertada, e o único som que conseguia emitir eram os soluços de choro.

  Ao contrário de falar, abriu a bolsa e mostrou para Anahi uma caixinha onde em letras grandes e coloridas de azul e rosa indicavam: “Teste de gravidez

  O queixo de Anahi instintivamente foi parar no chão.

— Você... - Não conseguiu terminar a pergunta, apenas apontou para a caixinha.

— Não sei - A ruiva disse em pranto - Não tive coragem de fazê-lo sozinha.

  Anahi não tinha ideia do que falar. Ficou em silêncio por alguns segundos, que mais pareceram minutos, quando viu que Dulce estava realmente desesperada e que precisa dela mais do que nunca, respirou fundo e tomou o controle da situação.

— Ótimo, não vamos nos precipitar. A quantos meses está atrasada?

— Apenas um.

— Isso não significa exatamente que esteja esperando um bebê.

— Eu me sinto diferente Any! E minha menstruação nunca atrasou.

  Anahi esfregou as têmporas.

— Quem é o pai?

— Como quem é o pai! - Dulce pareceu ofendida - Óbvio que é o Christopher!

— Tudo bem, foi uma pergunta idiota, mas... Por Deus Dul não sei o que te dizer! Como vocês esqueceram de se proteger?

— Para né Anahi, vai dizer que se lembra da merda da camisinha quando está prestes a ir as alturas com Alfonso? - Anahi corou com o comentário - Vai me dizer que sempre usaram camisinha?

— Nunca usamos camisinha - Disse um tom de voz mais alto - Eu tomo regularmente o anticoncepcional. Você não?

— Tenho milhares de coisas na cabeça... tenho uma loja para cuidar, tenho projetos para fazer, tenho roupas para desenhar e costurar para a faculdade. Nunca me lembro de tomá-lo na hora certa! Não deve ter surtido efeito.

— Ou você esqueceu de tomá-lo. - Anahi disse a opção mais provável.

— Agora eu estou completamente perdida! O que eu vou fazer com uma criança? Me diga, o que vou fazer com uma criança? - Voltou a chorar - Eu nem se quer sei o que Christopher acha sobre filhos! Céus o que eu faço Any?

— Dulce, não chore! - Anahi disse com os olhos igualmente marejados - Vamos pensar em algo. Estamos juntas nessa.

— Obrigada... - A ruiva disse ainda chorando.

— Bom, você ainda não fez o teste certo? - Ela assentiu - Então, a primeira coisa é fazê-lo.

— Trouxe mais cinco marcas diferentes - Secou as lágrimas e tirou as outras cinco caixinhas da bolsa - Se importa de fazer um também? Não quero fazer isso sozinha.

  Anahi abriu a boca para dizer “estupidez”, mas voltou a fechá-la. Nunca virá a amiga tão transtornada.

— Tudo bem, dê-me um. Eu faço e depois você faz.

  Anahi pegou uma caixinha e foi até o banheiro lendo as instruções.

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