Dez dias se passaram e a relação de Alfonso e Anahi começava a melhorar. Já riam e voltaram a fazer as refeições juntos, porém nada mais que isso. Suas camas e seus corpos continuavam separados.
— Atrasado de novo? - Anahi estendeu uma xícara de café para Alfonso que descia as escadas apressado, enquanto tentava arrumar a gravata.
— Sempre passo da hora por causa desta bendita gravata.
— Venha cá e me deixe cuidar disso.
Ele caminhou em sua direção e ela deu um nó em sua gravata rapidamente.
— Pronto. - Ela disse, enquanto ele bebia o café rapidamente.
Alguém tocou a campainha. Ou melhor dizendo “esqueceu” o dedo na campainha, e não adiantou de nada Anahi gritar enlouquecidamente três vezes um “já vai!”.
Abriu a porta com cara de poucos amigos, e se deparou com Dulce mais branca que um papel:
— O que houve? Parece preocupada.
A ruiva entrou sem ser convidada, como sempre fazia. Anahi fechou a porta dando de ombros.
— Ei Dul - Disse sorrindo - E ai?
— Preciso de você... - A amiga disse aflita, parecendo a ponto de chorar.
— Bom dia Dulce - Alfonso disse. Ela não respondeu seu comprimento - Bom, já vou indo - Pegou sua maleta e foi até a porta - Até mais meninas. Dul, algum recado para o Ucker? - A mesma apenas negou com a cabeça, e Alfonso arregalou os olhos - Tudo bem. Um ótimo dia para vocês. Tchau Any. - Fechou a porta.
— Tchau! - Anahi gritou para que ele pudesse escutar - Fale, o que foi?
— Eu sou uma idiota! Sou a maior idiota do mundo! - Dulce disse parecendo entrar em pânico.
— Descobriu a pouco tempo? - Anahi disse com humor.
— Eu falo sério! - Ralhou - Estou em primeiro lugar na lista dos idiotas!
— Puxa... desde quando Alfonso caiu para a segunda posição?
A tentativa de animar a amiga não ajudou muito, pois ao contrário de rir ela bateu o pé no chão, bagunçou os cabelos e sentou no sofá escondendo o rosto com as mãos.
— Eu não acredito que fiz isso! - Disse em um quase sussurro.
— Que fez o quê? Que ganhou de Alfonso em questão de idiotice? - A ruiva escondeu o rosto entre as mãos - Bom, é difícil de acreditar mesmo que alguém ganhe dele. Até eu estou chocada - Anahi chegou mais perto de Dulce e percebeu que ela começava a soluçar - O que houve? - Disse ficando seria de repente e vendo que o assunto não permitia mais brincadeira.
Poucas vezes na vida virá Dulce tão desesperada... Isso se não fosse a primeira vez.
— Estou perdida. - A ruiva ergueu o rosto molhado de lágrimas.
— O que foi? Brigou com Ucker? - A loira se sentou ao lado da amiga e lhe abraçando com um braço. Ela meneou a cabeça - Então o que foi? Me diga, quero te ajudar.
Dulce não conseguiu falar. Tinha a garganta apertada, e o único som que conseguia emitir eram os soluços de choro.
Ao contrário de falar, abriu a bolsa e mostrou para Anahi uma caixinha onde em letras grandes e coloridas de azul e rosa indicavam: “Teste de gravidez”
O queixo de Anahi instintivamente foi parar no chão.
— Você... - Não conseguiu terminar a pergunta, apenas apontou para a caixinha.
— Não sei - A ruiva disse em pranto - Não tive coragem de fazê-lo sozinha.
Anahi não tinha ideia do que falar. Ficou em silêncio por alguns segundos, que mais pareceram minutos, quando viu que Dulce estava realmente desesperada e que precisa dela mais do que nunca, respirou fundo e tomou o controle da situação.
— Ótimo, não vamos nos precipitar. A quantos meses está atrasada?
— Apenas um.
— Isso não significa exatamente que esteja esperando um bebê.
— Eu me sinto diferente Any! E minha menstruação nunca atrasou.
Anahi esfregou as têmporas.
— Quem é o pai?
— Como quem é o pai! - Dulce pareceu ofendida - Óbvio que é o Christopher!
— Tudo bem, foi uma pergunta idiota, mas... Por Deus Dul não sei o que te dizer! Como vocês esqueceram de se proteger?
— Para né Anahi, vai dizer que se lembra da merda da camisinha quando está prestes a ir as alturas com Alfonso? - Anahi corou com o comentário - Vai me dizer que sempre usaram camisinha?
— Nunca usamos camisinha - Disse um tom de voz mais alto - Eu tomo regularmente o anticoncepcional. Você não?
— Tenho milhares de coisas na cabeça... tenho uma loja para cuidar, tenho projetos para fazer, tenho roupas para desenhar e costurar para a faculdade. Nunca me lembro de tomá-lo na hora certa! Não deve ter surtido efeito.
— Ou você esqueceu de tomá-lo. - Anahi disse a opção mais provável.
— Agora eu estou completamente perdida! O que eu vou fazer com uma criança? Me diga, o que vou fazer com uma criança? - Voltou a chorar - Eu nem se quer sei o que Christopher acha sobre filhos! Céus o que eu faço Any?
— Dulce, não chore! - Anahi disse com os olhos igualmente marejados - Vamos pensar em algo. Estamos juntas nessa.
— Obrigada... - A ruiva disse ainda chorando.
— Bom, você ainda não fez o teste certo? - Ela assentiu - Então, a primeira coisa é fazê-lo.
— Trouxe mais cinco marcas diferentes - Secou as lágrimas e tirou as outras cinco caixinhas da bolsa - Se importa de fazer um também? Não quero fazer isso sozinha.
Anahi abriu a boca para dizer “estupidez”, mas voltou a fechá-la. Nunca virá a amiga tão transtornada.
— Tudo bem, dê-me um. Eu faço e depois você faz.
Anahi pegou uma caixinha e foi até o banheiro lendo as instruções.
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Um amor por contrato
RomanceQuando Anahi Portilla enviou seu currículo para a Empresa Herrera, foi somente para deixar de ouvir Dulce lhe dizer "tente". Jamais pensou que pudesse ser realmente convocada para assumir o cargo de secretária pessoal do presidente da empresa. Assim...