Capítulo 32

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  Todo o corpo de Anahi lhe mandava avisos de perigo, mas ela decidiu ignorá-los, caminhando de mãos dadas com Alfonso até a recepção do hotel.

— Boa noite - O recepcionista falou atencioso - No que posso ajudá-los?

— Temos uma reserva no nome do Alfonso Herrera.

  O recepcionista sorriu e verificou no computador.

— Aqui está o quarto em seu nome sr. Herrera - Disse quando o nome de Christopher apareceu na tela - Aqui está sua chave, espero que aproveitem a nossa suíte. - Sorriu educadamente.

  Uma suite? Anahi arregalou os olhos, como assim somente uma suite no nome de Alfonso?

  Eles estavam unidos apenas por um contrato, e por mais que todos pensassem que eram marido e mulher, isso seria de mais… Seu autocontrole não suportaria tanto!

  Alfonso agradeceu e esperou até que o carregador começa-se a andar.

  Assim que ficaram a uma distância considerável tanto do carregador quanto do recepcionista, Anahi agarrou-lhe o braço e o puxou para baixo para poder lhe sussurrar no ouvido:

— Como assim um quarto Alfonso? - Cochichou.

— O que esperava? Quartos separados? - Perguntou rindo - Por Deus Anahi! Esqueceu que todos pensam que estamos loucamente apaixonados? O que você acha que os canadenses pensariam ao saber que minha esposa não divide o leito comigo?

— Eles nem saberiam… - Retrucou parando de andar e cruzando os braços.

— É claro que saberiam. As revistas estão loucas por um furo meu e acho que “Alfonso e esposa dormem separados” seria uma ótima matéria para a primeira capa, não? - Perguntou agora sério.

— Você é muito dramático! - Rebateu.

— Você que é muito dramática. O que acha que eu vou fazer? Não sou o lobo mal Anahi.

— Claro que não é o lobo mau, ele comia vovozinhas. - Ela disse irônico, mas logo se arrependeu.

— Então o que você acha que eu como? - Perguntou com a voz carregada de malícia.

  Anahi sentiu um arrepio percorrer-lhe o corpo e antes que pudesse responder, uma voz aguda os interrompeu:

— Olá Alfonso.

  Ambos viraram ao mesmo tempo para ver quem era.

  A loira oxigenada sorridente vinha animada na direção deles. Vestia um vestido azul marinho curto, cabelos presos em um rabo de cavalo alto e maquiagem bastante forte, além da sapatilha dourada. Uma combinação… diferente.

— Enfim você chegou. - Ela disse dando dois beijinhos na bochecha dele.

  Anahi apenas observava a cena quieta, jurando a si mesma que a raiva que passara a sentir não era nada parecido com ciúmes. Notara que agora a expressão de Alfonso era sorridente e ele parecia bastante descontraído.

— Deixe-me fazer as apresentações... - Ele pediu assim que se soltou do abraço da loira - Esta é minha esposa Anahi, e esta é Dana a minha secretária. - Disse em tom inocente, e virou-se para Anahi a tempo de ver o ódio atravessar seu olhar.

— É um prazer. - A loira oxigenada disse estendendo a mão.

  Anahi a cumprimentou de volta sem dizer nada, e juntando todas as suas forças deu um leve sorriso.

  Alfonso a olhava curioso.

— Então você é a Dana? - Anahi teve voz para perguntar.

— Isso mesmo. - A loira oxigenada assentiu.

— Puxa, veja que engraçado - Anahi disse com um tom que apenas Alfonso identificou como irônico - Pensei ter ouvido meu marido dizer que você não viria.

  Para Dana não passará de uma observação. Porém para Alfonso o recado havia sido enviado com êxito.

  Ela estava morrendo de raiva naquele momento.

— Foi tudo resolvido de última hora. - Dana disse dando de ombros.

— É. Não tínhamos planejado nada antes... - Alfonso disse como se quisesse se defender.

— Interessante. - Anahi disse ainda mantendo o sorriso no rosto.

  Sentia todo o seu corpo tremendo de ódio, por isso respirou fundo e puxou a saia um pouco mais para cima. Como Alfonso se achava no direto de fazer isso com ela?

— Alfonso, os canadenses estão ansiosos para falar com você - Dana disse virando o corpo apenas para ele - Estava indo me encontrar com eles agora no bar, não quer me acompanhar?

— Ótimo - Ele disse parecendo animado - Anahi você... - A loira oxigenada o interrompeu.

— Tenho certeza que a sua esposa não vê a hora de descansar. Por que não a deixa subir e relaxar? Tenho certeza que ela estará cansada no jantar depois da longo conversa de negócios que teremos.

  Anahi ficou em duvida se a voz da garota passava irônia ou malícia. Porém seja o que fosse, ela não gostou nem um pouco.

— Anahi? - Alfonso perguntou para ver se ela concordava com a loira oxigenada.

— Não se preocupe... - Anahi disse tentando ao máximo parecer indiferente - Vá querido. Nos encontramos no jantar.

— Viu? - Dana sorriu - Vamos Poncho? - Ela perguntou se pendurando em seu braço.

— Bom, se é assim… vou acompanhar minha esposa até o elevador. - Ele disse se desvencilhando dela e passando o braço ao redor da cintura de Anahi - Vamos querida.

  Sem protestar Anahi foi, se controlando para não bater em seu “querido marido”. Quando deram o terceiro passo ele lhe confidenciou no ouvido:

— Espero que não esteja brava...

— Brava? Por que eu estaria? Você só trouxe a secretária para a viajem quando disse que não traria. Não tenho motivos para estar brava. - Ele sorriu e a fez virar-se para ele.

— Não está com ciúmes, não é esposa?

— Ciúmes? - Disse com desdém - Por favor Alfonso... - Revirou os olhos.

— Se você quiser eu subo com você e desço mais tarde. - Sugeriu.

— E estragar a sua diversão? Jamais - Disse com as sobrancelhas franzidas - E não precisa nem se dar ao trabalho de me levar até o elevador. - Ela tentou empurrá-lo para longe.

— Vão pensar que estamos brigando. - Ele a alertou sem se mexer um milímetro.

  Ela olhou ao redor. A loira oxigenada os olhava curiosa a uma distância considerável, e o trabalhador do hotel também os olhava aguardando com as malas.

— Pouco me importa! - Ela respondeu sem dar o braço a torcer.

— Você se importa sim… - Disse lhe dando uma piscadela - Agora me da um abraço forte ou vão achar que estamos brigando. - Ele disse lhe puxando.

— Eu não quero te abraçar - Rebateu brava - E não me agarre desse jeito. - Protestou quando ele continuou puxando-a.

— Hora do abraço - Disse quando a prendeu entre seus braço - Viu? É bom. - Ele disse descendo a mão discretamente até suas nádegas e lhe dando tapinhas fracos.

— Mais um tapinha e eu corto a sua mão enquanto estiver dormindo. - Lhe alertou.

— Tá. - Tirou rapidamente a mão.

— Estamos entendidos, não é querido? - Ela se afasta um pouco dele para lhe dar leves tapinhas no rosto - Marido bonzinho… - Deu mais um tapinha, no entanto com mais força.

— Ai, que isso. - Reclamou sorrindo, enquanto ela se afastava e murmurava alguns pedidos de desculpas ao carregador.

— Vamos Alfonso? - A voz irritante de Dana o chamou.

— Vamos. - Disse depois de mandar um beijo engraçado para Anahi, que já estava dentro do elevador.

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