Para o seu assombro, quando voltou a suíte Alfonso já a esperava tomando uma taça de vinho.
— Oi. - Disse radiante.
— Oi. - Respondeu também sorrindo - Já está pronta?
— Não - Fez uma careta - Acabei me esquecendo da hora - Admitiu - Me daria 20 minutos para tomar banho e me arrumar?
— Claro.
— Alf… Aonde vamos jantar?
— Em um restaurante chinês - Deu de ombros - Já comeu comida chinesa?
— Não - Admitiu - Vou me arrumar, espere aqui.
Diante do pedido, Alfonso não ousou em oferecer companhia durante o banho, nem a apressou quando ao invés de 20 minutos, 30 haviam se passado.
— Vamos - Aparecendo na porta - Desculpe a demora, demorou mais do que eu esperava secar o meu cabelo.
— Não tem problema. Valeu a pena esperar. - Disse em tom sedutor.
Anahi sabia ao que ele se referia. Estava usando as mesmas sandálias e saia com que fizera a viagem, porém agora, uma blusa azul com o decote que ia até o começo de seus seios, dando uma visão esplêndida, mas não estava vulgar e sim muito elegante e apresentável.
—Então vamos? - Perguntou ruborizando.
— Sim. - Lhe oferecendo o braço como um cavalheiro.
Anahi sentiu-se estupidamente nervosa, porém aceitou o braço que lhe foi oferecido com um doce sorriso nos lábios.
O percurso até o carro foi em total silêncio, somente quando Alfonso arrancou e a paisagem começou a correr pela janela, Anahi o indagou:
— Como foi seu dia?
— Nada de mais. Burocracias, e mais burocracias, mas o negócio já está fechado. Amanhã pela tarde iremos nos reunir pela última vez e assinaremos a papelada.
— Puxa, foi rápido então. - Ela disse controlando a lamentação em sua voz.
— É, eu pensei que demoraríamos mais dias. Porém os canadenses foram bastante flexíveis.
Anahi continuou em silêncio olhando para a janela.
Deus por que não estava feliz? Ela iria voltar para o lugar onde agora chamava de casa, veria Dulce... voltaria a se ocupar do pequeno jardim. Voltaria tudo ao normal. Por que diabos não estava sorrindo, e transbordando de felicidade?
Ela engoliu seco, admitindo a resposta e confidenciando a si mesma.
Ela não queria que tudo voltasse ao normal... Definitivamente não.
Ela queria continuar vivendo aquele sonho, naquela fantasia de que teria Alfonso em sua cama todas as noites, como na noite passada e como pela manhã, acordaria se sentindo abraçada... por ele. Ela não queria voltar a sua vida normal, onde tinha que dividir Alfonso com as possíveis amantes.
— Nós vamos voltar amanhã então?
— Talvez. - Disse indiferente prestando atenção no semáforo.
— Você está feliz? - Perguntou de repente fazendo ele encará-la.
— Sim - Disse divertido - Você não está?
Não. - ela teve vontade de dizer, mas ao contrário disso, ela mordeu a língua e apenas sorriu.
Ela não estava nada satisfeita com essa história... e se sentia tão culpada... Alfonso tinha acabado de fechar um negócio importante para a empresa, e estava radiante graças a isso, era esperado que no mínimo ela estivesse feliz por ele.
Orá, mas que asneira! É claro que ela não devia se sentir culpada.
Alfonso era o culpado. Exatamente! Ele lhe dera uma provadinha do paraíso. Que culpa tinha ela de ter gostado e não querer mais sair dele?
Sim, estava decidido. Era tudo culpa dele.
— Chegamos. - Anunciou a tirando de seus pensamentos.
Tão cavalheiro quanto antes, ele desceu do carro e correu para ajudá-la a descer também. Surpresa com a atmosfera do lugar, ela se deixou levar pelo braço que ele mantinha em sua cintura.
O restaurante era calmo, e com uma música oriental baixa ao fundo, ao lado de um karaokê. Era aconchegante e convidativo para uma taça de vinho.
Logo que chegaram, foram atendidos por uma garota de no máximo 20 anos, que se mostrou prestativa e simpática, e lhes entregou os cardápios, falando com um inglês excelente.
Assim que ficaram sozinhos Anahi confessou:
— Não tenho ideia do que está escrito aqui Alf! - Largou o cardápio sobre a mesa.
— Wonton e Dumpling está bom para você?
— Acho que sim.
Com um leve sinal, a garota voltou e anotou tudo.
Anahi e Alfonso estavam conversando descontraidamente quando os pratos ficaram prontos, e passado o embaraço inicial com os hashis, Anahi conseguiu aproveitar tanto o saboroso jantar quanto a deliciosa sobremesa, não se importando com o fato de haverem tomado chá ao invés de vinho, como previra.
Ela aproveitou a companhia de Alfonso em abundante, rindo e o fazendo rir, deixando-se levar pela ilusão de que aquela noite nunca acabaria e que eles não precisariam voltar para a casa... para o mundo real.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um amor por contrato
RomanceQuando Anahi Portilla enviou seu currículo para a Empresa Herrera, foi somente para deixar de ouvir Dulce lhe dizer "tente". Jamais pensou que pudesse ser realmente convocada para assumir o cargo de secretária pessoal do presidente da empresa. Assim...