A casa estava em completo silêncio, e Alfonso dormia profundamente até que um grito agudo o fez despertar.
Ainda confuso com o sonho e a realidade, ele esperou mais um momento em silêncio aguardando ouvir seu nome novamente.
— Alfonso! - Um novo grito surgiu.
Com rapidez surpreendente ele logo identificou a voz de Anahi, e mesmo sem ainda conseguir distinguir entre sonho e realidade, deu um pulo da cama e saiu correndo em direção ao quarto dela, tomado pela adrenalina.
Antes que ela pudesse pronunciar outro grito, ele abriu a porta do quarto com posição defensiva, parecendo disposto a lutar com qualquer um que fosse o intruso.
Com o coração acelerado ele focou os olhos em Anahi que se contorcia na cama:
— O que... ? - Ele se interrompeu confuso.
Com o rosto pálido e com a expressão de dor, ela disse baixo:
— Cãibra…
Alfonso demorou alguns segundo até assimilar o pedido de ajuda. E assim que ela gemeu com a cabeça enterrada no travesseiro com dor, ele caminhou em passos rápidos até ela e puxou o lençol até que este caísse no chão.
Ela gritou quando ele encostou na sua perna esquerda, na região da panturrilha.
— Calma. - Ele pediu lhe agarrando a perna com força e começando a massageá-la.
Anahi gritou mais uma vez contra o travesseiro, e mesmo com seus protestos, Alfonso continuou lhe massageando para ajudar com a circulação.
Após alguns minutos agonizantes, a dor começou a diminuir fazendo o músculo ficar mais relaxado e a circulação voltar.
Quando ela gemeu aliviada, Alfonso a encarou:
— Passou? - Ele perguntou sem deixar de massageá-la.
— Sim. Obrigada - Ela sorriu agradecida - Desculpe lhe acordar a esta hora.
— Você deveria se desculpa por quase me fazer ter um infarto - Ele disse parando de lhe massagear a perna, e ficando em pé - Já imaginou eu tendo um infarto e você aqui deitada com cãibra? - Ele disse com um certo humor.
— Não seria nada legal. - Ela admitiu suspirando.
— Vamos? - Ele lhe convidou.
— Para onde? - Ela perguntou confusa.
— Vamos até a cozinha comer alguma coisa. - Ele explicou.
— Alf, são cinco e meia da manhã - Ela disse após consultar o relógio - É muito… tarde ou cedo, não sei - Ela disse confusa - Para comer.
— É muito tarde ou cedo, não sei - Ele a imitou - Para acordar alguém gritando enquanto está quase morrendo de dor.
— Mesmo assim... - Ele a interrompeu.
— Você comeu alguma coisa com bastante potássio hoje Anahi? - Ele perguntou sério o bastante para que ela continuasse quieta - É claro que não, porque você passou o dia todo cuidando do seu jardim e mal comeu.
— Mas… - Ela tentou argumentar.
— Mas nada, vamos.
Sem perder mais tempo, Alfonso caminhou até a cama e a pegou nos braços.
— Alfonso! - Ela reclamou - Me largue agora!
— Fique quieta. - Ele disse parecendo bastante divertido com a situação.
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Um amor por contrato
RomanceQuando Anahi Portilla enviou seu currículo para a Empresa Herrera, foi somente para deixar de ouvir Dulce lhe dizer "tente". Jamais pensou que pudesse ser realmente convocada para assumir o cargo de secretária pessoal do presidente da empresa. Assim...