Capítulo 23

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  A casa estava em completo silêncio, e Alfonso dormia profundamente até que um grito agudo o fez despertar.

  Ainda confuso com o sonho e a realidade, ele esperou mais um momento em silêncio aguardando ouvir seu nome novamente.

— Alfonso! - Um novo grito surgiu.

  Com rapidez surpreendente ele logo identificou a voz de Anahi, e mesmo sem ainda conseguir distinguir entre sonho e realidade, deu um pulo da cama e saiu correndo em direção ao quarto dela, tomado pela adrenalina.

  Antes que ela pudesse pronunciar outro grito, ele abriu a porta do quarto com posição defensiva, parecendo disposto a lutar com qualquer um que fosse o intruso.

  Com o coração acelerado ele focou os olhos em Anahi que se contorcia na cama:

— O que... ? - Ele se interrompeu confuso.

  Com o rosto pálido e com a expressão de dor, ela disse baixo:

— Cãibra…

  Alfonso demorou alguns segundo até assimilar o pedido de ajuda. E assim que ela gemeu com a cabeça enterrada no travesseiro com dor, ele caminhou em passos rápidos até ela e puxou o lençol até que este caísse no chão.

  Ela gritou quando ele encostou na sua perna esquerda, na região da panturrilha.

— Calma. - Ele pediu lhe agarrando a perna com força e começando a massageá-la.

  Anahi gritou mais uma vez contra o travesseiro, e mesmo com seus protestos, Alfonso continuou lhe massageando para ajudar com a circulação.

  Após alguns minutos agonizantes, a dor começou a diminuir fazendo o músculo ficar mais relaxado e a circulação voltar.

  Quando ela gemeu aliviada, Alfonso a encarou:

— Passou? - Ele perguntou sem deixar de massageá-la.

— Sim. Obrigada - Ela sorriu agradecida - Desculpe lhe acordar a esta hora.

— Você deveria se desculpa por quase me fazer ter um infarto - Ele disse parando de lhe massagear a perna, e ficando em pé - Já imaginou eu tendo um infarto e você aqui deitada com cãibra? - Ele disse com um certo humor.

— Não seria nada legal. - Ela admitiu suspirando.

— Vamos? - Ele lhe convidou.

— Para onde? - Ela perguntou confusa.

— Vamos até a cozinha comer alguma coisa. - Ele explicou.

— Alf, são cinco e meia da manhã - Ela disse após consultar o relógio - É muito… tarde ou cedo, não sei - Ela disse confusa - Para comer.

— É muito tarde ou cedo, não sei - Ele a imitou - Para acordar alguém gritando enquanto está quase morrendo de dor.

— Mesmo assim... - Ele a interrompeu.

— Você comeu alguma coisa com bastante potássio hoje Anahi? - Ele perguntou sério o bastante para que ela continuasse quieta - É claro que não, porque você passou o dia todo cuidando do seu jardim e mal comeu.

— Mas… - Ela tentou argumentar.

— Mas nada, vamos.

  Sem perder mais tempo, Alfonso caminhou até a cama e a pegou nos braços.

— Alfonso! - Ela reclamou - Me largue agora!

— Fique quieta. - Ele disse parecendo bastante divertido com a situação.

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