Capítulo 24

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  Ela tratou de acalmar a tose e disse rápido.

— Estou apenas curiosa Sr. Eu me acho o último doce do planeta. - Ela disse brava. Ele riu sem sair do lugar - Quer saber... Eu nem queria saber mesmo. - Ela disse dando de ombros e tomando mais um gole d'água.

— Se não queria saber, por que perguntou? - Ele provocou.

— Porque eu estava tentando ser legal e puxar papo, mas quer saber? - Ela perguntou decidida - Eu desisto! Não dá para falar com você - Ela bufou - É por isso que eu vou aceitar o convite da Dulce.

— Que convite? - Ele disse dando um passo para trás e pondo certa distância entre eles.

— Combinamos de sair hoje cedo - Ela disse de improviso - E não sei que horas vou voltar.

— Aonde vocês vão? - Ele perguntou curioso.

— Com ciúmes Alfonso, querido? - Ela perguntou irônica.

  Ele sorriu voltando a coçar o queixo.

— Estou apenas curioso Sra. Eu sou irônica e brava...

  Ele pôde ver a raiva de Anahi só de olhá-la, e riu quando ela ficou quieta diante a provocação.

— Pois vai ficar curioso. - Ela disse descendo da bancada para ir embora.

  Com um gesto rápido, Alfonso lhe trancou a passagem fazendo-a trombar nele.

  Ela o olhou brava e respirou fundo:

— Agora se me da licença, eu vou para o meu quarto!

— E o meu beijinho de boa noite? - Ele perguntou sério.

  Anahi estremeceu dos pés a cabeça. Ele estava falando sério?

  Não… não estava. Pelo menos aquele sorriso zombeteiro no rosto dele mostrava que ele estava brincando.

— Vá a merda Alfonso! - Ela disse lhe empurrando com força para longe.

— Já disse que você é sútil como uma bazuca? - Ele brincou a deixando ir.

— E você é irritante Alfonso. - Ela lhe mostrou a língua, como uma criança de cinco anos, e começou a subir as escadas.

— Ei Any, só para constar - Ele gritou a fazendo parar - Ela não é tão bonita quanto você.

  O coração de Anahi parou e de repente voltou a bater depressa, fazendo todo o sangue dela se acumular nas bochechas, e quando ela estava prestes a sorrir ele completou:

— Não precisa ficar com ciúmes. - Ele lhe deu uma leve piscadela com o olho esquerdo.

  O sangue das bochechas prontamente subiu até a cabeça e com um sorriso irônico, ela nada disse apenas continuou subindo as escadas. Afinal tinha mais com que se preocupar, como por exemplo ligar para Dulce e marcar alguma coisa ainda para aquela manhã.

  Sem sombras de dúvidas Dulce estaria dormindo, a julgar que eram cinco da manhã de um domingo, mas agora ela precisava realmente sair. Não podia dar o gostinho de mostrar a Alfonso que estava mentindo, não mesmo.

  Entrou em seu quarto e fechou a porta com força exagerada, correndo para encontrar o celular.

  Depois da pequena busca entre a cama e a penteadeira, ela o encontrou no armário da cabeceira.

— Atende Dul, atende! - Ela repetia, enquanto o telefone apenas chamava.

  No quinto toque a ruiva atendeu:

Hum… - Ela gemeu.

Você está acordada? - Any perguntou cochichando - Desculpe não queria te acordar as 5 da manhã.

Anahi? - A ruiva agora falou - O que aconteceu? - Ela parecia assustada - Você está bem? Alguém está morrendo? - Falava depressa e ofegante.

Não, se acalme! Eu te liguei para marcamos de sair hoje.

  Brava, porém mais aliviada, Dulce apenas disse gritando.

Puta que pariu, eu achei que fosse algo importante sua idiota.

Eu sei, eu sei, me desculpe - Anahi disse constrangida - Mas então, podemos sair?

Eu não quero sair. - A ruiva disse agora mais calma.

Mas você vai.

Não, eu não vou.

Sim, você vai. Eu preciso de você Dul - Ela disse com voz melosa - Por favor, irmã.

  Silêncio... Porém Anahi sabia que a sua amiga não resistiria depois do “irmã”.

  Dulce bufou se dando por vencida:

Tudo bem sua estúpida, você sabe que eu nunca consigo te dizer não mesmo. - Disse suspirando.

Obrigado Dul. Eu te amo. - Ela disse sorrindo.

É, eu também gosto um pouco de você.

Só um pouco? - Anahi perguntou desconfiada.

Quando você me acorda as cinco da manhã sim. Agora tchau.

  Antes que Anahi pudesse se despedir, ela desligou.

  Anahi riu, mas seu riso foi interrompido por passos na escada, anunciavam que Alfonso estava subindo. O que ela não sabia era que o mesmo tinha nos lábios um sorriso sacana... Um sorriso maroto.

  Passando pela porta do quarto dela, ele teve que confessar que ficou bastante tentado a abri-la, entrar e a beijar com volúpia.

  Definitivamente aquela mulher era uma pedra em seu sapato. Uma tentação na qual ele tinha que enfrentar todos os dias.

  Entrando em seu quarto e fechando a porta, quase sem barulho nenhum, ele se atirou na cama novamente, suspirando.

   Se tapando com o cobertor e ficado pensativo, ele pegou o papel em cima de sua mesa da cabeceira.

  Nele, em caligrafia grosa e bem desenhada estava escrito as seguintes qualidades:

Não tão bonita, voz aguda demais, orgulhosa, ambiciosa, presunçosa, interesseira e não fala totalmente a verdade.

  Bufando ele se perguntou: Por que nenhuma das mulheres que ele havia entrevistado, chegavam nem aos pés de Anahi?

  Era como se de repente, ninguém conseguisse ser tão boa quanto ela. Ainda lembrava com perfeição de todos os itens que encabeçavam sua lista:

Bonita, deliciosa, orgulhosa, encantadora, emotiva, responsável, sincera, mandona e gostosa.

  Ele bocejou cansado, e largou a lista novamente na cabeceira.

  Onde ela e Dulce iriam afinal logo pela manhã?

  Tentando conter a curiosidade ele fechou os olhos e tentou dormir. Antes que pudesse obter o mínimo possível de sucesso, a imagem de Anahi presa entre seus braços e a centímetros de sua boca, como acabara de acontecer na cozinha, lhe invadiu a mente o fazendo suspirar.

  Ele riu sozinho e teve que admitir, ele a queria... a queria com todas as forças em sua cama, exausta e suspirando. Ele a queria em seus braços… somente nos seus.

  E se dependesse dele, isso não demoraria nada, nada, para acontecer

4/5

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