Capítulo 49

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  Alfonso tinha plena certeza que nunca em sua vida havia ido para a empresa tão angustiado. Se estava bravo com Anahi? Sim estava, mas a vontade te beijar-lhe a boca e lhe levar até o ápice do prazer era muito maior... tão maior que chegava a ser sufocante.

  Ele afrouxou a gravata, e a voz de Dana lhe tirou dos pensamentos:

— Alfonso? - Disse estralando os dedos na frente dele.

— Perdão - Limpou a garganta - Falávamos sobre o quê?

— Está tudo bem com você? - Perguntou parecendo realmente preocupada.

— Sim. Prossiga por favor.

  Ela continuou lhe falando sobre os compromissos e as reuniões que ele teria naquela manhã, e ele teve que fazer uma força tremenda para prestar atenção em tudo o que ela dizia.

  Quando por fim a última reunião foi encerrada já eram quase quatro da tarde, e Christopher estava impaciente ao seu lado:

— Não acredito que ainda nem almoçamos! - Reclamou novamente.

— Você tem quantos anos? Cinco? - Alfonso disse revirando os olhos.

— Fome não tem idade. - Disse bravo, fazendo Dana rir.

— Vou ver se consigo algo para vocês comerem. - Dana se encaminhou para fora da sala.

— Dana... - Ela virou-se - Antes de tudo, ligue para minha casa e pergunte como Anahi está se sentindo.

  Ela assentiu e passou pela porta com passos largos.

— Aconteceu alguma coisa? - Christopher perguntou, parecendo esquecer um pouco da fome.

— Anahi teve um torcicolo. Quero apenas saber se a dor já passou. - Alfonso respondeu começando a digitar algo que parecia importante no computador.

— Vocês estão brigados? - Christopher o encarou sério - Notei vocês distantes no jantar, e o seu humor também não está dos melhores hoje.

— Você é pago para ser meu advogado ou meu psicológico?

— Nossa, e não é que a briga foi feia! - Ele disse ignorando a arrogância do amigo - Quer me contar alguma coisa?

— Não. Definitivamente não.

— Mas você sabe que… - Alfonso o interrompeu.

— Mais uma palavra, e eu vou demito você. - Ameaçou.

— Tudo bem, mas… - Voltou a ser interrompido.

— E além de despedi-lo eu também vou lhe dar um soco!

  Christopher jogou a cabeça para trás e riu com vontade, porém preferiu ficar calado. Provocar Alfonso nem sempre era seguro o bastante.

  Dana entrou novamente na sala. Porém agora suas mãos estavam ocupadas com uma bandeja que continha comida e dois copos de suco.

— Muito obrigado. - Christopher disse começando a comer.

— Você fez o que eu lhe pedi? - Alfonso perguntou parecendo não se importar com a bandeja recheada posta sobre a sua mesa.

— Ah sim! - Ela disse depois de alguns segundos, parecendo ter que lembrar do que Alfonso falava - Eu liguei, mas ninguém atendeu. Anahi deve estar dormindo.

  Algo no tom da voz dela fez Alfonso apertar os olhos e franzir a testa, ainda mais bravo:

— Não seja indelicada. É da minha esposa que você está falando. - Disse ríspido o bastante para que Dana ficasse sem jeito.

  Christopher parou de mastigar e olhou de um para o outro, surpreso.

— Perdão Alfonso, não quis ser indelicada. Apenas fiz um comentário - Disse parecendo corada - Se me dão licença... - Forçou um sorriso e se encaminhando até a porta.

  Assim que a porta bateu, o olhar de Christopher voltou-se para Alfonso:

— Você foi meio que... ríspido quando ela falou da Anahi - Assim que o olhar de ambos se encontraram ele completou - Ríspido até demais. Tem algo que eu ainda não sei Alfonso?

— Não entendi a pergunta. - Disse se fazendo de desentendido.

— Entendeu sim - Christopher disse tomando um gole de suco - O que a entre você e a Anahi afinal?

— Não tem nada demais - Deu de ombros - Apenas não gostei do tom que ela usou, quando disse que Anahi estava dormindo.

— As vezes eu acho que esse casamento de vocês não é tão de mentira assim...

— Não seja estúpido.

— A Dulce pensa a mesma coisa. - Alfonso ficou um tempo em silêncio e depois perguntou:

— A Anahi disse algo a Dulce ou... - Foi a vez de Christopher interrompê-lo.

— Talvez sim... mas Dulce nunca me contaria - Deu de ombros - Porém, ela tem a mesma opinião que eu. Ambos achamos que á algo mais.

— Pois são dois tontos. - Alfonso disse começando a juntar os seus papéis.

— Tontos são você e Any, que só o que sabem fazer é perder tempo. Confesse pro seu amigão aqui... - Apontou para si mesmo - Você está caidinho por ela, não é?

— Claro que não!

— Oh meu Deus, esse olhar! - Christopher começou a gritar - Eu conheço esse olhar! Você está apaixonado por ela!

— Pare de criar fatos fictícios Christopher - Rugiu como um leão - Tudo isso é patético.

— Pode apostar que depois do jeito que você a defendeu aqui nesta sala, diante dos meus olhos, nada mais é patético amigo.

  Alfonso suspirou bravo:

— Como você reagiria se ela falasse da Dulce?

  A pergunta de Alfonso não o pegou de surpresa, muito pelo contrário, Christopher já esperava por isso.

— Eu faria a mesma coisa que você. - Disse de imediato.

— Viu?! - Alfonso disse glorioso.

— Afinal - Christopher completou - Eu sim admito que estou completamente maluco por Dulce. E isso meu amigo, é só mais uma prova de que você se encontra na mesma situação com Anahi.

  Indignado por ter sido preso em sua própria armadilha ele anunciou com a voz grossa:

— Estou indo para casa.

  Quando girou a maçaneta a voz de Christopher o chamou novamente:

— Como seu advogado e amigo eu te alerto Poncho, não perca tempo. No contrato que eu mesmo redigi está bastante claro: 6 meses. O tempo não para amigo... não para.

Um amor por contrato Onde histórias criam vida. Descubra agora