Capítulo 22

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— A quanto tempo você está ai? - Anahi quis saber se levantando depressa.

— Cheguei agora, por que? - Ele perguntou franzindo o cenho e parecendo sincero.

  Estava falando a verdade, ela deduziu após lhe estudar um pouco a expressão.

— Por nada - Ela deu de ombros tentando apaziguar as batidas do seu coração - Ela se foi porque teve um imprevisto no trabalho.

— Entendi... - Ele disse meio que desinteressado - Ela falou sobre o Ucker?

— Sim, mas eu não vou te contar.

— Eu sou o seu marido, não devemos ter segredos. - Ele disse divertido e ela riu.

— Sem chance. - Ela disse voltando a mexer nas flores.

— Tudo bem, depois Christopher me conta.

  Um minuto de silêncio os envolveu, enquanto Anahi mexia na terra e ele a observava.

— Seu jardim está ficando bonito. - Ele elogiou.

— Não puxe o meu saco, as flores ainda nem nasceram. - Ele riu.

— Chegou uma caixa para você.

— Para mim? - Ela perguntou confusa.

— Sim. Tem uma embalagem bem bonita. Corro o risco da minha mulher ter um admirador secreto? - Ela riu com vontade.

— Só se for tão secreto que nem eu mesma conheço. O que tem na caixa?

— Não sei - Ele sorriu - Não sou tão curioso.

— Pois eu sou. - Ela disse sorrindo, enquanto levantava e esfregava as mãos sujas no jeans.

  Alfonso riu. Ela parecia uma garotinha de dez anos aguardando por um presente.

  Ele a seguiu enquanto ela entrava eufórica pela cozinha e lavava as mãos.

— Onde está?

  Os grandes olhos brilhantes tinham um brilho diferente. Um brilho tão “Anahi” que Alfonso adorou.

— Na sala. - Ele disse sorrindo bobo.

  Apressada e em passos rápidos, ela caminhou até a mesinha de centro onde a caixa decorada em um papel vermelho e branco se encontrava.

— O que será que é? - Ela perguntou sorrindo.

  Ao pegar a caixa, ela primeiro sacudiu, depois cheirou e por último começou a desenrolar o laço.

  Aguardando ansioso pela reação dela, Alfonso nem piscava.

  Será que ela gostaria do vestido?

  Ele esperava que sim, porque com toda a sinceridade do mundo, ele estava louco para vê-la vestindo-o.

  Quando o laço finalmente foi ao chão, Anahi abriu o embrulho e arregalou os olhos, piscando logo depois:

— Senhor... - Ela disse surpresa.

— Você gostou? - Ele quis saber com receio.

  Sem responder ela pegou o vestido da caixa e o levantou no ar para poder vê-lo melhor.

  O vestido branco mais lindo que já vira na vida, ela concluiu.

— É lindo. - Ela disse maravilhada.

  Alfonso sorriu satisfeito.

  Era exatamente aquele brilho, que estava em seus olhos agora, que ele queria...

— Foi você, não foi? - Ela perguntou de repente.

— Foi eu o que? - Ele perguntou inocente.

— Foi você que comprou para mim, não foi? - Ela disse sorrindo.

Foi impossível não sorrir também.

— Sim, fui eu. - Ele admitiu vendo os olhos dela se encherem de carinho.

  Não havia motivo para mentir, ele havia comprado e não se arrependia nem um pouco da fortuna que pagará.

— Quando você o comprou que eu nem desconfiei? - Ela perguntou curiosa.

— Comprei-o no leilão enquanto você ia no banheiro. - Ele disse ainda com o mesmo sorriso bobo no rosto.

  Ela analisou novamente o vestido, alisando o tecido macio delicioso. Com um súbito peso na consciência, ela largou o vestido na caixa novamente.

_ Alfonso... - Ela disse com certo tom de repreensão.

— O que foi? Não gostou? - Ele perguntou sério de repente franzindo o cenho.

— É lindo. - Ela disse com a voz doce de sempre.

— Então? - Ele fez menção para que ela continuasse.

— Eu não posso aceitar. - Ela disse balançando a cabeça negativamente - Definitivamente não posso.

— Por que? - Ele deu dois passos, ficando mais perto dela - Achei que tivesse gostado.

— Eu gostei - Ela disse depressa não o olhando nos olhos - Mas você deve ter pago uma fortuna por ele, como em todas as coisas que tinham naquele leilão.

— Não ligue para isso. Comprei porquê quis e quero que fique com ele. - Ele disse lhe segurando o queixo e forçando a encará-lo.

  Bastou um olhar, para Anahi esquecer sobre o que estava falando, e quase se jogar em cima do corpo másculo coberto apenas por uma calça de algodão e uma camiseta branca de poliéster.

  Respirando fundo e tentado com dificuldade lembrar do que estavam falando, ela disse decidida:

— Realmente não posso aceitar. Você já gastou demais comigo. Não me sinto bem sabendo que você está gastando tanto dinheiro assim. - Ela reclamou.

— Dinheiro não é o problema - Um sorriso brincalhão se formou nos lábios sensuais - E outra, minha mulher merece ser paparicada.

— Alfonso, isso não é um casamento de verdade, é a imitação superficial de um. - Ela o lembrou.

— Eu sei - Ele garantiu - Mas isso não muda o prazer que sinto te vendo tão feliz, e com esses olhos grandes e brilhantes cheio de carinho como estão agora. - Ele disse sério.

— Pare de me deixar envergonhada. - Ela ralhou lhe dando um tapa no braço.

— Pois não fique - Ele pediu - O vestido é seu. E já está pago desde o momento em que você sorriu ao vê-lo.

  Pegando-a de surpresa ele deu um rápido beijo em sua testa em sinal de carinho e saiu, deixando-a completamente muda e quase tendo um ataque cardíaco de tão rápido que seu coração batia.

  Agradeceu por ninguém além de si mesma poder ouvir as batidas frenéticas de seu coração.

  Ela instintivamente suspirou levando a mão ao peito. Olhou na direção da escada para ter certeza de que Alfonso não a estava observando e esfregou os olhos se sentando no sofá.

  O que diabos aquele homem estava fazendo em sua cabeça, que ela já não conseguia nem raciocinar direito perto dele?

  Porém tinha que admitir que o vestido era lindo. E deveria ter sido caro… Ela sacudiu os cabelos com os dedos enquanto pensava, em qual tipo de homem pagava 1 milhão por casamento de “mentirinha”, e ainda ficava comprando vestidos caros para a “esposa”.

  Ou era um homem louco, ou um homem tão rico que não sabia o que fazer com o dinheiro.

  Ou talvez os dois... ela acabou admitindo.

— Ai Alfonso, eu te odeio. - Ela sussurrou rindo.

2/5

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