Capítulo 55

1.3K 100 3
                                    

  Alfonso acordou no dia seguinte livre de qualquer pensamento coerente. Sabia apenas que estava cansado como à tempos não se sentia.

  Esticou os braços soltando o ar e relaxando os músculos. Tossiu, sua garganta estava seca demais.

  Ele suspirou criando coragem e olhou o relógio que marcava 5:44 da manhã. Empurrou as cobertas tossindo novamente e soltou um palavrão baixinho quando tropeçou no pé da cama. Amarrou com força o roupão e começou a descer as escadas, tentando fazer o menor possível de barulho para não acordar Anahi, que certamente ainda dormia.

  A cozinha estava mergulhada na escuridão, mas isso não o impediu de achar o interruptor. A luz branca da lâmpada o fez espreitar os olhos até que estes se acostumassem com a nova iluminação.

  Encheu um copo de água gelada e tomou todo de uma vez, estava no fim do segundo copo quando seus olhos focaram na pequena peça em cima da mesa. Ele se afogou e secou a boca com o dorso da mão, voltando a praguejar.

  Pegou a pequena e delicada peça entre os dedos enquanto largava o copo na pia.

  O que a calcinha de Anahi estava fazendo em cima da mesa?

  As lembranças da noite anterior lhe invadiram a mente de uma só vez e ele voltou a ficar com a garganta seca, porém desta vez não de sede.

  A imagem de Anahi nua sobre a mesa, enquanto ele lhe explorava com a língua, lhe veio a mente e então ele se lembrou de tudo... Haviam transado na cozinha, na sala, no quarto... Tais memórias lhe provocaram um comichão na virilha e tentando mudar o rumo dos pensamentos apanhou um pedaço de papel descartável para secar a água gelada que havia escorrido por seu pescoço.

  Sua mente continuou vagando e em questão de segundos ele também se lembrou de que novamente acordará sozinho, mesmo depois de tudo.

  Milhares de pensamentos giraram em sua cabeça com uma rapidez recorde. Perdido e distraído entre eles, Alfonso foi até a lixeira largar o papel molhado, mas deixou cair a coisa errada, ao invés do papel, a calcinha havia ido direto para o lixo. Ele a juntou rapidamente agradecendo por não haver nada orgânico no lixo, somente algumas embalagens de comida pronta, um teste de gravidez, e mais papéis descartá...

  A mão dele paralisou e seus olhos se arregalaram focando o teste em meio as outras coisas.

  Ele quase pode sentir a adrenalina começar a correr em suas veias, enquanto seus dedos trêmulos agarravam aquela pequena coisa que mostrava duas linhas.

  Ciente de que suas pernas estavam moles e que o suor frio começava a gotejar de sua testa, ele sentou-se em uma cadeira em frente a mesa.

— Meu Deus... - Sussurrou apoiando as mãos na cabeça, deixando o teste em cima da mesa bem debaixo dos seus olhos.

  Ele respirou fundo uma, duas, três vezes e a sensação de que precisava de ar continuou lá presente.

— Alfonso? - Alguém sussurrou tão baixo que ele mal identificou o som - Alfonso é você? - Agora um pouco mais alto - Se for me responda... por favor.

  Ele viu a sombra de Anahi se aproximando da cozinha com passos cuidadosos e amedrontados:

— Alfonso? - Ela repetiu colocando a cabeça para dentro da cozinha - Mais que merda - Gritou com a mão no peito - Quase me matou de susto. Acordei com um barulho, depois escutei passos e… - Ele a interrompeu.

— Quando você ia me contar?

— Quando eu ia o que? Pode repetir? Meu coração está acelerado depois disso e... - Ele voltou a interrompê-la.

Um amor por contrato Onde histórias criam vida. Descubra agora