Capítulo 12

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  Nem se ela estivesse encostado em um fio desencapado de eletricidade sentiria tamanha descarga elétrica em seu corpo. E com ele não era diferente.

  E então assim como fora iniciado o beijo terminou.

  Anahi e Alfonso abriram os olhos ainda sem se afastar e se encararam.

  Ela corou terrivelmente, enquanto ele parecia querer esconder um sorriso malicioso.

  Christopher limpou a garganta.

— Creio que o tabelião tenha muitos assuntos para tratar ainda hoje. Eu já estou de saída, gostaria que eu lhe acompanhasse até a porta? - Ele perguntou em um despacho evidente.

— Sim, você tem razão meu jovem. Foi um prazer Senhor. - Estendo a mão para Alfonso, que relutante se afastou de Anahi e apertou a mão do velho - Senhora. - Beijou gentilmente a mão de Anahi.

  Senhora… Anahi com certeza teria caído na gargalhada se não fosse seu rosto queimando absurdamente.

— Bom, - Dulce disse com um sorriso insinuante - também vou indo. Não quero estragar a noite… de vocês.

  Abraçou Anahi com força e sussurrou um “boa sorte” em seu ouvido.

— Quer que eu… - Ela interrompeu Alfonso.

— Não precisa, eu lembro o caminho até a porta, obrigada. Boa noite. - Ela disse lhe dando um abraço meio desengonçado.

  O silêncio incômodo, fazia o barulho do salto de Dulce parecer extremamente alto, até a porta finalmente bater, anunciando que todos já haviam saído, e que agora restava só a eles na imensa casa.

  Eles trocaram um olhar envergonhado em meio ao silêncio e então Anahi foi a primeira a se pronunciar:

— Onde deixo minhas coisas?

— Oh, sim, claro. Onde estão suas malas?

— Lá fora. - Ela disse fazendo uma careta.

— Tudo bem, eu te mostro seu quarto, e enquanto toma banho eu pego as suas malas para você, e então você se arruma. - Ele disse quase que somente para ele ouvir.

— Me arrumar para que?

— Vamos sair para jantar. Comemorar nosso casamento - Ele disse irônico - E se dermos sorte, encontramos algum fotógrafo para tirar fotos que estampem as revistas de amanhã.

  Anahi engoliu seco.

  Oh sim, claro, aparecer em revistas. Quem nunca fez isso? É tão normal e natural!

  Ela quase gritou. Não conseguia acreditar no que sua vida se tornará. Não mesmo.

— Venha, me siga. - Ele disse começando a caminha.

  Você tem que manter o foco. Isso é só um acordo profissional. Tudo vai acabar logo e ficará tudo bem. - Ela disse a si mesma, enquanto subia as escadas logo atrás de Alfonso.

  Após uma pequena familiarização com a casa, Anahi enfim entrou no banho. Dispensando a banheira e preferindo o chuveiro, admitindo que tudo naquela casa era extremamente grande e luxuoso.

  Cuidando para não molhar os cabelos, ela tomou um bom banho quente e secou seu corpo com a toalha aveludada branca.

  Abriu a porta com cuidado, e como Alfonso prometera lá estavam suas malas à sua espera.

  Pintando bem o olho com delineador e rímel, optou por um blush fraco e um batom meio rosado.

  Quanto a roupa, não teve o que escolher, afinal a variedade se resumia em um vestido florido de verão, e outro mais longo vermelho e tomara que caia.

  O tradicional sapato preto de salto, lhe fez parecer bastante apresentável, para uma capa de revista.

  Soltou os cabelos, escovando-os com delicadeza e foi em direção a porta.

  Já estava no final da escada quando Alfonso pareceu sentir sua presença e se virou apressado.

  O olhar faminto lhe varreu o corpo, guardando cada curva acentuada na memória, e quando os olhares finalmente se encontraram, ele sorriu travesso:

— Nunca conheci mulher alguma que fosse tão pontual!

— Prazer. - Ela disse sorrindo sem jeito.

— Vamos? - Ele disse apontando para a porta.

  Ela assentiu o seguindo.

  O esportivo vermelho já estava a espera deles do lado de fora da casa. Entrando pela primeira vez em um carro tão caro, ela não pode deixar de notar o conforto.

  Não ousou olhar para Alfonso ou falar com ele durante todo o trajeto.

  Por algum motivo ficar perto de Alfonso a deixava encabulada.

  Talvez fosse pela forma como ele a olhava. Talvez fosse por sua tremenda cara de pau… ou talvez ainda por sua doce ironia que lhe atormentava.

  A única coisa que ela tinha certeza era que teria que conviver 6 meses com aquele homem. Gostando ou não.

  O carro finalmente parou despertando-a de seus pensamentos, e ele a convidou com a voz um tanto rouca:

— Vamos querida?

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