Nem se ela estivesse encostado em um fio desencapado de eletricidade sentiria tamanha descarga elétrica em seu corpo. E com ele não era diferente.
E então assim como fora iniciado o beijo terminou.
Anahi e Alfonso abriram os olhos ainda sem se afastar e se encararam.
Ela corou terrivelmente, enquanto ele parecia querer esconder um sorriso malicioso.
Christopher limpou a garganta.
— Creio que o tabelião tenha muitos assuntos para tratar ainda hoje. Eu já estou de saída, gostaria que eu lhe acompanhasse até a porta? - Ele perguntou em um despacho evidente.
— Sim, você tem razão meu jovem. Foi um prazer Senhor. - Estendo a mão para Alfonso, que relutante se afastou de Anahi e apertou a mão do velho - Senhora. - Beijou gentilmente a mão de Anahi.
Senhora… Anahi com certeza teria caído na gargalhada se não fosse seu rosto queimando absurdamente.
— Bom, - Dulce disse com um sorriso insinuante - também vou indo. Não quero estragar a noite… de vocês.
Abraçou Anahi com força e sussurrou um “boa sorte” em seu ouvido.
— Quer que eu… - Ela interrompeu Alfonso.
— Não precisa, eu lembro o caminho até a porta, obrigada. Boa noite. - Ela disse lhe dando um abraço meio desengonçado.
O silêncio incômodo, fazia o barulho do salto de Dulce parecer extremamente alto, até a porta finalmente bater, anunciando que todos já haviam saído, e que agora restava só a eles na imensa casa.
Eles trocaram um olhar envergonhado em meio ao silêncio e então Anahi foi a primeira a se pronunciar:
— Onde deixo minhas coisas?
— Oh, sim, claro. Onde estão suas malas?
— Lá fora. - Ela disse fazendo uma careta.
— Tudo bem, eu te mostro seu quarto, e enquanto toma banho eu pego as suas malas para você, e então você se arruma. - Ele disse quase que somente para ele ouvir.
— Me arrumar para que?
— Vamos sair para jantar. Comemorar nosso casamento - Ele disse irônico - E se dermos sorte, encontramos algum fotógrafo para tirar fotos que estampem as revistas de amanhã.
Anahi engoliu seco.
Oh sim, claro, aparecer em revistas. Quem nunca fez isso? É tão normal e natural!
Ela quase gritou. Não conseguia acreditar no que sua vida se tornará. Não mesmo.
— Venha, me siga. - Ele disse começando a caminha.
Você tem que manter o foco. Isso é só um acordo profissional. Tudo vai acabar logo e ficará tudo bem. - Ela disse a si mesma, enquanto subia as escadas logo atrás de Alfonso.
Após uma pequena familiarização com a casa, Anahi enfim entrou no banho. Dispensando a banheira e preferindo o chuveiro, admitindo que tudo naquela casa era extremamente grande e luxuoso.
Cuidando para não molhar os cabelos, ela tomou um bom banho quente e secou seu corpo com a toalha aveludada branca.
Abriu a porta com cuidado, e como Alfonso prometera lá estavam suas malas à sua espera.
Pintando bem o olho com delineador e rímel, optou por um blush fraco e um batom meio rosado.
Quanto a roupa, não teve o que escolher, afinal a variedade se resumia em um vestido florido de verão, e outro mais longo vermelho e tomara que caia.
O tradicional sapato preto de salto, lhe fez parecer bastante apresentável, para uma capa de revista.
Soltou os cabelos, escovando-os com delicadeza e foi em direção a porta.
Já estava no final da escada quando Alfonso pareceu sentir sua presença e se virou apressado.
O olhar faminto lhe varreu o corpo, guardando cada curva acentuada na memória, e quando os olhares finalmente se encontraram, ele sorriu travesso:
— Nunca conheci mulher alguma que fosse tão pontual!
— Prazer. - Ela disse sorrindo sem jeito.
— Vamos? - Ele disse apontando para a porta.
Ela assentiu o seguindo.
O esportivo vermelho já estava a espera deles do lado de fora da casa. Entrando pela primeira vez em um carro tão caro, ela não pode deixar de notar o conforto.
Não ousou olhar para Alfonso ou falar com ele durante todo o trajeto.
Por algum motivo ficar perto de Alfonso a deixava encabulada.
Talvez fosse pela forma como ele a olhava. Talvez fosse por sua tremenda cara de pau… ou talvez ainda por sua doce ironia que lhe atormentava.
A única coisa que ela tinha certeza era que teria que conviver 6 meses com aquele homem. Gostando ou não.
O carro finalmente parou despertando-a de seus pensamentos, e ele a convidou com a voz um tanto rouca:
— Vamos querida?
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Um amor por contrato
RomanceQuando Anahi Portilla enviou seu currículo para a Empresa Herrera, foi somente para deixar de ouvir Dulce lhe dizer "tente". Jamais pensou que pudesse ser realmente convocada para assumir o cargo de secretária pessoal do presidente da empresa. Assim...