Capítulo 4

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  Ela estava feliz por chegar tão cedo, afinal a vaga seria sua, já que Alfonso não estaria agora na empresa.

  Sorriu consigo mesma de tal ideia.

  Minutos depois, entrando no estacionamento seu queixo quase caiu, o carro esportivo vermelho já estava estacionado na maldita vaga que ela planejara roubar.

— Como ele… - Ela disse bufando, enquanto conferia a hora no celular.

  Estava bastante adiantada, como ele havia conseguido chegar tão cedo?

  Bateu com força no volante.

— Droga, droga e droga! - Ela disse brava.

  Ele poderia ter ganhado a batalha, mas não a guerra.

  Ela, mesmo a contra gosto, procurou outra vaga e estacionou o seu carro.

  Olhando-se pela última vez no espelho retrovisor, retocou o batom e passou mais uma leve camada de blush, ajeitou os cabelos loiros lisos e desceu do carro com elegância.

  Não seria a maldita vaga no estacionamento que arruinaria seu primeiro dia de trabalho. Entrou no grande e luxuoso hall, como fizera da primeira vez, e pegou o elevador, apertando o número já decorado do andar.

  Em questão de segundos a porta já estava se abrindo, deixando-a na recepção do lugar onde agora seria seu novo local de trabalho.

  Sorriu ansiosa e respirou fundo.

  Maite, a recepcionista, pelo jeito ainda não havia chegado como a maioria das pessoas. Sem ter mais o que fazer, ela sentou-se ainda sorrindo e passou a esperar, até que vozes alteradas ecoaram pela sala.

— Não tem outro jeito cara! - Um homem dizia alterado - Estamos perdendo acionistas! Isso não é bom…

— Perdemos um acionista, não é o fim do mundo. - Ela reconheceu a voz de Alfonso.

— Mas poderemos perder mais. - O outro homem alertou.

  As vozes estavam cada vez mais próximas.

— Você sabe o que as revistas de fofoca falam de você, isso não é bom para os negócios.

— Metade daquilo é mentira! - Alfonso rebateu.

— Mas a outra metade não, você acha que alguém quer ser o acionista de uma empresa onde o presidente é um irresponsável? - O homem disse voltando a alterar a voz.

— Eu não sou um… - Alfonso se interrompeu ao ver Anahi sentada os olhando - Anahi? - Ele disse arqueando uma sobrancelha e verificando o relógio de pulso - Ainda é cedo, o que faz aqui?

— Ansiosa pelo primeiro dia. - Ela respondeu sem saber se o chamava de Alfonso, ou de Sr. Herrera.

  Alfonso nada respondeu, olhando-a tão detalhadamente, que Anahi corou se sentindo nua.

  O homem ao lado de Alfonso, pareceu perceber, pois revirou os olhos e caminhou na direção de Anahi sorrindo:

— Já que ele está mudo e não vai nos apresentar… - Ele estendeu a mão - Prazer, Christopher Uckermann o advogado do Alfonso.

— Prazer, Anahi Portilla… - Christopher a interrompeu.

— A nova secretária dele - Ele completou - Ele disse que você era bonita, não mentiu. - Anahi corou.

— Obrigada. - Ela disse envergonhada sem ousar olhar para Alfonso.

— Aqui está o meu cartão... - Christopher lhe disse estendendo um pequeno papel - Se caso ele tentar abusar sexualmente de você, me avise, que podemos colocar um processo bem pesado em cima dele. - Ele disse divertido.

  Anahi riu nervosa, querendo mostrar que tinha levado na brincadeira.

— Christopher - Alfonso disse bravo - Não assuste-a com os seus modos logo no primeiro dia.

— Não me assusta. - Ela disse decidida.

— Viu Alfonso? - Ele disse debochado - Não a assusta.

  Alfonso revirou os olhos e anunciou com a voz grave:

— Tenho certeza de que dentro de alguns minutos Maite chegará.

  Era uma ordem clara, para que ela continuasse esperando.

— Sem problemas. - Ela disse voltando a se sentar - Sei que cheguei bastante cedo.

— E você… - Alfonso disse apontando para Christopher - Resolva o problema com a imprensa e com os acionistas. - Ele disse mau humorado, virando-se e voltando por onde tinha vindo.

— Acostume-se. - Christopher disse divertido - Ele costuma ficar assim quando sente presença inimiga em seu território.

— Presença inimiga? - Ela disse sem entender.

— Sim, bom… - Ele disse mudando de assunto - Vou indo nessa, foi um prazer te conhecer Anahi. - Disse inclinando-se para beijar-lhe a bochecha.

— Igualmente Christopher. - Ela disse simpática.

— Ucker, me chame de Ucker. Odeio formalidades. - Ele disse revirando os olhos.

— Mas você não é advogado?

— Sim, como pode perceber nem todos amam os ofícios da profissão.

  Anahi riu e ele parou em frente ao elevador.

  Em poucos segundos a porta se abriu e dela Maite saiu carregada de papéis.

— Mai. - Ele lhe cumprimentou com um beijo na bochecha.

— Ucker. - Ela respondeu sorrindo - Anahi - Disse simpática saindo do elevador - Desculpe a demora, aquele estacionamento é um caos!

— Sem problemas cheguei cedo, e concordo plenamente com o estacionamento. - Maite sorriu.

— Sabe Any, - Ela disse largando os papéis em sua mesa - Gostei de você, venha, vou lhe apresentar a algumas pessoas e te mostrar a empresa.

  Anahi sorriu empolgada e a seguiu. Também gostava de Maite e tinha a leve impressão que iria adorar trabalhar ali.

  Por algum motivo, parecia ter encontrado o seu lugar.

  A manhã havia passado voando assim como a tarde, Anahi estava saindo do elevador com Maite, no final do expediente.

— Ai Any… - Maite disse se recuperando das gargalhadas - Você é muito engraçada. - Anahi sorriu - Eu mal vi o dia passar de tão entretida que estava, estou vendo que vou adorar trabalhar com você durante uma semana.

— Eu também, fiquei feliz por Alfonso ter escalado você para me treinar.

— É, ele é legal, na verdade é um dos melhores patrões que se pode ter - A morena lhe disse sincera - Você vai ver que ele é meio bobão, mas tem um grande coração. Sinto pelo o que falam dele nos jornais e revistas.

— E o que falam dele? - Anahi perguntou franzindo o cenho.

— Você não sabe? - Anahi negou - Garota lá no interior não existia revista de fofoca? - Maite brincou - Ele é considerado o empresário mais irresponsável e mulherengo, tipo… do mundo.

  Anahi riu, e parou diante de seu carro.

— Bom, eu em particular não sei como uma mulher vai gostar dele, ele é muito grosso, cavalheirismo zero! - Zombou.

— Diga isso por você, minha flor. - Maite a alertou - Tchau, Any. - Ela disse lhe abraçando.

— Tchau Mai, até amanhã. - Disse enquanto a morena pegava a direção oposta, indo ao encontro de seu carro.

  Suspirou alegre, estava feliz e tinha adorado o primeiro dia de trabalho.

  Alfonso mandou que Maite a treina-se por uma semana, até que ela pegasse bem o ritmo das coisas, depois assumiria sozinha.

  Sua mesa ficaria exatamente na frente da porta que dava ao escritório de Alfonso. Não que isso a deixasse nervosa… claro que não, ele era apenas mais um cara, e pelo jeito, bastante mulherengo.

  Ligou o motor arrancando com o carro. Seria uma semana bastante emocionante...

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