Capítulo 07

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Arthur

Estou quase finalizando as gravações de hoje. Louco para ir ver o meu menino.

Passei o dia preocupado com ele, mas as atualizações da Pocah por mensagem, foram me acalmando para conseguir fazer o que era preciso hoje.

Nada de diferente quando tenho que deixar o Lucca. Até a minha mãe e a Thais ficam loucas comigo,  ligando toda hora e perguntando por ele.

Mas hoje, o que me deixou realmente inquieto, é ter passado o dia todo pensando "nela".

Não que eu não pense nela todos os dias desde que nos conhecemos. Nos últimos anos, isso  acontece principalmente naqueles momentos em que eu quase não tenho controle... Tipo,  um pouco antes de pegar no sono, ou logo que acordo... Às vezes são sonhos.

Por isso que hoje, realmente não sei o que aconteceu.

Passei o dia todo sentindo o cheiro dela, misturado ao cheiro do meu filho. Várias vezes, tive a sensação de ouvir sua gargalhada. E para completar, tivemos que interromper a gravação algumas vezes, por conta de uma borboleta que insistia em voar à minha volta.

Exatamente! Uma borboleta!

Ela nem está no país e eu ainda nessa loucura, pensando nela.

Abafo tudo isso naquele cantinho mais escondido do meu coração e da minha mente, e sigo com a rotina da gravação.

Quando enfim terminamos tudo, já passa e muito da hora do jantar.

Mesmo sabendo que não vou conseguir chegar nem mesmo para a hora da sobremesa, passo e compro o sorvete preferido da Toya. Aprendi que promessas à uma criança são sagradas.


Chego na casa da Pocah e o meu pequeno vem correndo para os meus braços:

— Papai!!

— Oi, amor!! — cheiro seu pescoço e beijo suas bochechas, mas ele não quer me soltar. Fica deitado no meu ombro.

Imagino que ainda esteja enjoadinho por conta da gripe.

— Ele tá meio chateado, tio Thu. Acordou assim depois do cochilo da tarde, não foi mãe? — Toya explica.

— Foi sim, filha — Pocah responde — Ele passou o dia bem, irmão. A febre foi só de manhã. E depois do almoço ele ficou bem... Até brincou com a Toya. Mas antes do cochilo, ele reclamou de dor de cabeça e quando acordou, ficou assim, emburrado.

— Não tem problema, irmã. Normalmente à noite é como se fosse uma pequena piora dos sintomas da gripe e ele fica mais quieto mesmo — As duas se olham, mas não dou muita importância — Ele jantou?

— Comeu sim. E comeu direitinho.

— Princesa, não esqueci do seu sorvete — entrego a sacola com o pote para a Toya, que pula de alegria e corre para a cozinha gritando:

— Obaaaa!!! Obrigada, tio Thu!! Tchau! Te adoro!

Eu e Pocah rimos.

— Mais uma vez, obrigado, irmã! Não sei o que eu faria sem a ajuda de vocês.

— Pode parar com isso, seu dramático tóxico. — ela responde — Vocês são família! Já te disse isso. Sempre aqui para vocês, como você já esteve pra gente quando precisamos.

— Então, minha tóxica preferida, eu já vou indo.

— Tem certeza que não quer ir com a gente para Angra no fim de semana? Pode levar a Dona Bia e a Thais.

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