Capítulo 21

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Carla

Eu fico completamente impactada com o que ele acabou de falar. Será que ele tem a real noção do que isso pode parecer?

Minha parte racional me diz que ele apenas escolheu uma combinação de palavras erradas, sem pensar no que elas poderiam soar. Mas o meu coração bobo insiste em me dizer que as palavras foram ditas de forma consciente e que foi exatamente o que ele quis dizer.

Eu não consigo me convencer a acreditar que ele esteja falando sério. Que mesmo depois de todo esse tempo, ele se sinta assim.

Principalmente porque, sempre tive dúvidas que ele realmente me amasse.

Mas quando ele está assim, tão calmo, me olhando com tanto carinho, me tocando com tanto cuidado, me beijando tão docemente, me faz querer acreditar que ele está sendo sincero. Que seus sentimentos são tudo o que ele diz e sempre disse.

— Arthú... Eu... Eu...

Simplesmente não consigo pensar, e ele acaba me interrompendo:

— Ei, calma! Você não precisa falar nada agora. Quando tivermos nossa fatídica conversa, vamos esclarecer absolutamente tudo. Só queria deixar claro pra você que isso aqui, pra mim, não é simplesmente casual.

Enterro meu rosto em seu pescoço e deixo um beijo suave, antes de me ajeitar em seu peito.

— Eu senti tanta falta de dormir com você.

Sinto que ele começa uma série de carinhos nas minhas costas e cabelos e meus olhos pesam cada vez mais.

— Pois pode ficar tranquila, amor. Porque não vou sair daqui.

Aos poucos vou relaxando ainda mais e pego no sono, como há muito tempo não conseguia.



Arthur

Me sinto feliz como há muito tempo não acontecia.

Tudo por causa da minha coisinha linda de 1,53 que está aqui, em meus braços.

Mesmo navegando naquela fronteira entre o sono e a consciência, a aperto um pouco mais na conchinha em que estamos agora.

Mas não consigo voltar a dormir. Algo está me incomodando e ainda não consegui identificar. Até que sinto algo mexendo em meus pés, que estão para fora da manta com a qual nos cobri antes.

Ajusto minha posição com a Carla, deslizando uma das minhas pernas entre as pernas dela e, fico ainda mais colado em suas costas, quase deitando sobre ela.

Volto a sentir algo mexer em meus pés e logo depois uma risadinha baixa.

LUCCA!

Desperto na mesma hora e busco o meu filho com os olhos. Tenho certeza que é ele que está aqui. Quando olho para a lateral do sofá, lá está ele, me encarando com um sorriso diferente.

Antes de mais nada , olho para ver como estou com a Carla. Ela está completamente coberta, apenas braços e ombros para fora da manta. Nada que possa chocar o meu pequeno.

Volto a olhar para o meu filho no exato momento em que ele fala:

— Cê vai amassá a tia, papai. Num pode deitá assim incima dela. Cê é glande e ela é piquininha.

Acho graça da preocupação dele, mas ainda bem que é só isso, sem maiores curiosidades.

— Você tá certo, filho. – falo me ajeitando em uma posição que ainda permaneça com as costas dela apoiada em mim, para que não acorde agora. Por incrível que pareça o Lucca continua falando baixinho, acho que também para não acordar a Carla.

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