Capítulo 50

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Amorecos,

Fiquem calmas pois as peças começam a se encaixar, para que tudo se ajeite da melhor forma.

Todas com check-up em dia?

Porque os diálogos a partir de agora serão intensos...

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Arthur

Estou nervoso e sei que isso pode não terminar bem. Mas não consigo segurar algumas coisas que estão girando sem parar em minha ente, desde que ela começou a falar.

— Por acaso você pediu para que não me contassem nada sobre você? Pediu para evitarem tocar no seu nome ou falar sobre sua vida? - devolvo a pergunta pra ela.

— Claro que não!! –

— Pois é.... Essa foi a diferença.

— O que você está querendo dizer?

— Acho que no seu caso, você deve ter sido bem enfática com todos, deixando bem claro que não queria saber nada de mim. E assim eles fizeram. Se você tivesse perguntado algo, eles teriam contado. Eu disse a todos que você poderia saber o que quisesse sobre mim. Mas parece que você ainda não consegue ver ou admitir para sí mesma que você preferiu me apagar da sua vida, por isso não soube sobre o Lucca ou qualquer outra coisa sobre mim.

Vejo ela ficar chocada porque acertei em cheio, aposto.

— Não fala assim, Arthur... Não foi assim...

— Olha, Carla – não consigo ficar quieto e acabo chamando a atenção do meu filho – Eu não vejo motivos para esse assunto agora. Ou melhor, até entendo, mas... A verdade é que você não queria me ver, nem falar comigo, nem saber de mim... Nem mesmo permanecer na mesma cidade, ou melhor, no mesmo país, foi aceitável. Nem falar o meu nome. Então, creio que a mensagem para todos foi muito clara. Eu demorei de entender, mas a ficha caiu. Então acho melhor não remoer assuntos que não levam a lugar algum.

Sei que o Lucca está me olhando, mas não dá mais pra fingir. Olho para ele e lembro da promessa que fiz quando soube de sua existência. Ele é a minha vida, Minha prioridade. E só ele importa.

— Eu não vou fazer isso com ele. Não vou fazer isso comigo. Não posso voltar para o inferno que vivi naqueles meses caóticos. Não quero sentir aquele desespero todo de novo.

Sei que ela não entende o que estou falando, mas na verdade é para mim mesmo.

— Melhor deixar tudo como está, Carla. Você seguiu a sua vida e seus sonhos. Eu ganhei meu maior presente. E pronto. Agora você está de volta. E agora entendi que pra você é melhor continuar como estava. Se a sua única intenção é continuar vendo o Lucca, pode ficar tranquila que não vou afastar o meu filho de você. Sei o quanto vocês dois se gostam e jamais seria egoísta e cruel ao ponto de proibir que se vejam. Preciso sair daqui o quanto antes...

Me viro para pegar as coisas do Lucca, que estão no sofá. E o meu pequeno não tira os olhos de mim.

— Você realmente acha que a gente não precisa conversar, Arthur? Sério, mesmo?

— Eu só acho que você acabou de deixar bem claro que o tempo dessa conversa passou, Carla. De nada vai adiantar falar sobre isso agora, não é mesmo?

Bastou uma noite com o ex pra ela voltar questionando a única coisa que ela não teria o direito nenhum de questionar.

— Tem certeza?

— Preciso ir pra casa. Vamos, filho?

— E você continua fugindo como sempre...

— O que você quer, Carla? Depois de todo esse tempo, o que você espera de mim? Eu tô aqui precisando respirar fundo para não dizer o que tenho engasgado por praticamente três anos. A minha prioridade é o meu filho e eu jamais teria esse tipo de conversa com ele presente. Mas muito me admira você falar de fugir, pois você fez isso por mais de três anos, e continua fazendo isso. E agora quer me botar contra a parede desse jeito?

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