Capítulo 35

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Carla

Cheguei em casa e estranhei estar tudo tão silencioso. Pensei que minha mãe estaria me esperando, curiosa para saber os eventos do dia. Mas acho que já está muito tarde até mesmo pra ela esperar por isso. Porém sei que amanhã de manhã, do café não passa. A curiosidade dela não vai permitir.

Mas ainda não sei se é o momento de abrir tudo com a Dona Mara. Ela sempre foi tão indiferente a qualquer coisa relacionada ao Arthur. Ela realmente nunca quis muito contato ou saber qualquer coisa sobre ele. Um dos motivos que também me levaram a agir da forma como fiz no passado. E mesmo sabendo que hoje ela parece não ter qualquer objeção à ele, inclusive o elogiando constantemente, ainda não me sinto pronta para me aprofundar nesse assunto com ela.

Ao chegar no meu quarto, lembro imediatamente dos meus amores.

Mando uma mensagem para o Arthur, dizendo que já cheguei sã e salva, e que estou indo tomar banho. Finalizo desejando boa noite e deixando beijos para ele e pro Lucca. Não espero reposta, pois como já passa da meia noite, e ele tem compromisso cedo amanhã, acho que já está dormindo.

Durante o meu banho penso em todos os acontecimentos do dia de hoje, mas principalmente nos momentos com o Arthur e com o Lucca. E a cada dia que eu tenho a oportunidade de ficar com eles, conhecendo o Lucca e redescobrindo o Arthur, o sentimento de pertencer a eles é mais forte e não quero abrir mão disso.

Depois de finalizar a minha rotina de cuidados noturnos, volto para o quarto e quando já estou muito confortável em minha cama é que percebo uma notificação de mensagem do Arthur. Vejo que ele tinha respondido à mensagem que enviei um pouco antes, dizendo que já estava quase me ligando e que queria falar comigo, quando eu terminasse o banho. Mas ele não vai ter que acordar cedo, gente?

Prefiro mandar uma mensagem, dizendo que ele pode me ligar, para não acordar o Lucca ou ele mesmo, caso já tenha pegado no sono. Mas não dá nem tempo de piscar depois que envio e já recebo a chamada de vídeo.

Eu senti o nervosismo de sempre, com direito a borboletas no estômago e coração acelerado. Como é possível?? Tem apenas algumas horas que eu estive com ele e já falei com ele depois disso. Estou até parecendo uma adolescente com o primeiro namoradinho...

— Oiê! – atendo sem conseguir conter o sorriso enorme em meu rosto – Pensei que você já estaria dormindo, já que você falou que tem gravação amanhã pela manhã.

— Eu realmente devia, Linda. Mas eu estava preocupado com você dirigindo sozinha esse horário, e achei melhor esperar pra saber que você estava em casa e segura pra dormir tranquilo.

Esse sorriso de lado dele ainda vai me enfartar! Tenho certeza!

— Foi tudo bem lá com o Vini? Espero que a gente não tenha trabalhado muito o seu dia hoje, Cá.

— Com o Vini foi ótimo, não precisa se preocupar. E o meu dia foi perfeito! Vocês não atrapalham em nada. Eu adorei ficar com vocês. Cadê o Lucca??

Ele vira a câmera e me mostra o pequeno dormindo ao lado, virado de costas para a tela.

— Ele disse que ia esperar pra falar de novo com a titia dele, mas não aguentou. Mas... Olha só como ele tá dormindo.

Vejo que ele está se movimentando na cama, chegando mais perto do meu bebê. Quando ele foca no Lucca dormindo, sinto meus olhos marejando.

Como na outra noite, o meu bebê está com uma foto minha em uma das mãos, e a outra agarrada em uma manta, mantendo próxima ao rostinho fofo.

— É a minha foto de novo?? – pergunto ainda sem acreditar.

— É sim! Ele cismou que queria dormir com a Tia Cá, então esse foi o único jeito que consegui para convencer ele. Além do mais, o seu perfume ficou na manta que estava no sofá, e acho que você tem mais um canceriano viciado em seu cheiro.

Quando é para ser...Onde histórias criam vida. Descubra agora