Após dois anos residindo em Portugal, Olivia volta pro Brasil para continuar a pôr seus planos de se tornar uma grande professora de dança em prática. Do outro lado, depois de passar todo esse tempo na França lidando com fusos horários, comidas e co...
Três meses se passaram e eu podia dizer que foram três meses bons, mas talvez o meu bom fosse diferente de um "bom" de verdade. Estava sendo tudo perfeito, meu início de relacionamento com o Caio. Ele é uma pessoa incrível e eu já sabia disso porque ele já era assim como meu melhor amigo.
Mas algumas coisas saíram um pouco de lugar. Ele começou a pegar muitos plantões no seu trabalho, ficava mais no hospital do que em casa, até a Dona Helena disse, "meu filho está na segunda casa dele", realmente o hospital era a segunda casa do Caio. Não que eu não soubesse que isso aconteceria, ele é médico e isso é completamente normal, mas eu achei que fosse saber lidar com isso e pelo incrível que parece, não estou sabendo.
Caio anda muito distante, sempre quando é possível ele me manda mensagem ou me liga, mas não é tanto como antes. Às vezes acho que ele se cansou de mim, mas daí eu lembro que o trabalho pede muito dele, ainda mais depois que ele foi chamado para fazer sua primeira cirurgia.
Entre tudo isso, amanhã teria enfim o jantar de noivado da minha melhor amiga e do meu irmão, eles tinham decidido que seria um jantar enfim e iam chamar o pessoal da igreja, nossos parentes e seus amigos, minha casa ficaria uma bagunça. Amanhã seria uma loucura.
Nesse momento eu estava no meu trabalho terminando uma aula. O musical foi lindo, e emocionante eu comecei a chorar por ver que meus alunos estão crescendo muito rápido.
— Mas Deus não é tão bom assim, meus pais disseram que ele é mal. — Ouço alguém dizer e volto a realidade vendo que era a Stephanie. A filha da Família Stanley.
— Por que você acha isso?. — Me viro perguntado a ela, sei que não deveria mas não consigo.
— Meus pais disseram que eles são maus professora Liv, porque ele não ajudou a vovó quando ela estava doente e deixou ela morrer. — Ela diz me olhando e todos os alunos me olharam esperando minha resposta.
— Bem.. eu também perdi o meu pai. — Falo e todos prestavam atenção em mim. — Por um momento eu fiquei sim chateada com Deus, mas depois parando para raciocinar... Deus não é culpado de tudo, tem coisas que acontecem que são obras do inimigo e por mais que Deus queira... tem coisa que ele não pode intervir, não que ele não possa fazer, porque Deus pode tudo. Foi ele que criou os seres humanos e deu a vida e ele tem poder para retirar também. Mas tem coisas que acontecem que são necessárias. — Falo olhando para eles.
— Eu poderia odiar a Deus como seus pais Stephanie, mas eu percebi que não é culpa dele. Sei que a todo momento ele tentou ajudar meu pai, mas Deus não é aquele sair entrando aonde ele não é chamado, ele espera ser convidado. Deus é sim uma pessoa incrível, não por conta das coisas que ele faz, mas pela pessoa que ele é. Quando você conhece á Deus de verdade, vai começa amá-lo por quem ele é não pelo o que ele faz. — Olho para eles que começam a sorrir animados.
— Eu quero conhecer Jesus!
— Eu também quero!
— Eu que quero! Eu falei primeiro!. — Eles disseram e começaram a discutir enquanto eu sorria. Senti alguém puxando minha blusa e vi que era a Stephanie.
— Sim meu amor?. — Pergunto olhando para ela.
— Meus pais não querem me levar a igreja, você pode me levar professora Olívia?. — Ela me pergunta.
— Claro, meu amor!. — Falo totalmente feliz e a mesma sorri animada me abraçando.
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