— Pensando no que?. — Ouço a voz do Thomas enquanto via o sol indo embora, enquanto estava sentada em uns dos bancos que tinha no jardim da Bolshoi Ballet Academy.
— Que 7 meses se passaram. — Falo e olho para ele que sentou do meu lado na hora que a luz do sol bateu nos seus olhos castanhos.
— Parece que foi ontem quando você quase derrubou meu violão do ônibus. — Thomas começa a rir e eu faço o mesmo.
— Foi sem querer. — Relembro ele que sorriu abraçando meus ombros me puxando para um abraço. — Vou sentir sua falta e da Alicia. — Olho para ele que se virou me olhando e sorriu.
— Temos uma solução de você não sentir. — Ele diz me olhando e eu faço uma expressão confusa. — Se você aceitar fazer a turnê comigo para o Japão. — Thomas diz e eu me afastei um pouco dele.
— Eu não posso Thomas, isso não é pra mim..
— Mas você é uma dançarina incrível! Todos sabem disso..
— Existem muitas pessoas melhores que eu, que querem seguir essa carreira, eu vim aqui com outros projetos. — Olho para ele que virou o rosto parecendo chateado. — Mas eu estou feliz por você de verdade! Quando a Eleanor disse meu coração se transbordou de alegria. — Falo o olhando e ele olhou sorrindo pra mim e depois seus olhos ficaram distantes.
— Acho que minha mãe sentiria orgulho de mim...
— Você acha?
— Ela morreu há três anos Olivia. — Thomas diz me olhando e eu fico sem reação.
— Eu sinto muito, não sabia..
— Tudo bem! Ninguém sabe, não costumo falar para as pessoas sobre o que aconteceu com a minha mãe. — Ele começa a contar e eu prestava atenção. — Ela estava com tumor no cérebro, quando descobrimos a doença já era tarde demais. Na época todos nós éramos cristãos na minha casa, eu acreditava que Deus a salvaria. Lembro que uma vez no hospital a observando e eu disse para ela " a senhora vai ficar bem, o nosso Deus vai te ajudar" ela se virou pra mim e disse "filho, ele não vai me curar, porque a minha hora chegou". — Thomas repete aquela palavras como se doía ainda. — Aquilo me correu de uma forma Olivia que lembro até hoje. Eu disse para ela que ele ia curá-la, minha mãe era uma irmã de fé e que sempre fazia de tudo para agradar à Deus, através dela que eu aceitei Jesus, pelo amor que ela tinha por ele que eu o conheço. Mas quando eu ouvi o médico dizer "sinto muito, sua mãe não suportou" não tive mais forças, era como se o mundo tivesse caído na minha cabeça eu apenas tinha 17 anos. Tive que ser pai do meu irmão de 12 anos, como eu dizer para ele que nossa mãe havia morrido? Como eu ia ser pai dele? Eu tinha apenas 17 anos, nem podia contar com meu pai porque nem sabia quem ele era. — Thomas diz e respira fundo.
— Então eu comecei a odiar a Deus e culpa ele pela morte da minha mãe. Eu me perguntava como um Deus tão bom tinha deixado minha mão morrer se existia tantos maus no mundo e ele não fazia nada. — Thomas diz me olhando e eu olho para ele. — Quando vi não acreditava mais nele e sair da igreja, por isso em dia sou afastado. — Ele diz por fim e eu olho para ele sem saber o que dizer.
Passamos 7 meses juntos aqui e ele nunca tinha me falado sobre isso pra mim, era uma surpresa pra mim.
— Eu também pedi meu pai à três anos. — Falo e ele me olha surpresa porque eu não havia contado, nem para ele e nem para Alicia. Mas achava justo compartilhar isso com ele, já que ele estava compartilhando algo tão íntimo comigo. — Foi muito difícil no começo eu também culpei à Deus, mas aprendi que nem tudo é culpa dele, costumo dizer isso para algumas pessoas e ela me olham como se eu fosse uma louca, eu realmente sou. — Sorriu fraco. — Mas eu não culpei à Deus porque eu sei que todo momento ele tentou salva meu pai. Como a sua mãe, talvez Deus quisesse mas você já pensou pelo o lado que ela estava sofrendo tanto com aquela doença e que Deus ouvir as dores dela e levou ela para o descaso?— Pergunto o olhando e ele me observa. — Tem coisa que não entendemos agora Thomas e eu realmente não estou dizendo para você entender, só quero que pense. Deus não é culpado de tudo o que aconteceu. Igual aquela música do Eli Soares.
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For a Wait 2
SpiritualApós dois anos residindo em Portugal, Olivia volta pro Brasil para continuar a pôr seus planos de se tornar uma grande professora de dança em prática. Do outro lado, depois de passar todo esse tempo na França lidando com fusos horários, comidas e co...