Acordo naturalmente assim que amanhece. Desde pequena acordo nesse ritmo para que possa aproveitar ao máximo meu dia. O sol bate de leve em seu tranquilo e sereno rosto, quando dorme fica ainda mais linda e passa um sentimento de vulnerabilidade, sensibilidade. Os pássaros cantam ao fundo, cada canto mais lindo que o outro, sintonizando perfeitamente com a mulher deitada ao meu lado. Ah, meu deus, o que estou fazendo?
Ignoro meu subconsciente e me permito levar minha mão hesitadamente ao rosto da princesa. Toco levemente em sua pele, que se encontra levemente arrepiada por conta do frio da Inglaterra. Ao sentir a maciez de sua face, abro um pequeno sorriso comigo mesma. Como podes uma pessoa ser tão perfeita?
Como se sentisse o mesmo incômodo que sinto em minha barriga, franze o cenho rapidamente, desconfortável, e abre seus lindos olhos. Rapidamente, percebendo que está acordando, tiro minha mão de ti, e me viro para o outro lado o mais feroz que posso.
E então depois de certos segundos, ouço uma voz rouca e risonha atrás de mim.
- Estava me tocando Princesa? - Pergunta ironicamente, e não controlo a cor avermelhada que toma conta de meu rosto. Arregalo aos poucos meus olhos ao sentir aquele familiar incômodo em meu corpo fluir. Percebendo minha falta de reação, continua a falar. - Sabia que era bonita, mas sua perseguição me faz pensar que sou majestosa.
E sou vencida pela risada que escapa de meus lábios. Me viro e sorrio para seu rosto bobo, incontrolávelmente corado também.
- Quanta imodéstia Vossa Alteza. - Ambas rimos bem fraquinho com meu comentário. Parte pela formalidade e parte pela vergonha. Estamos tão próximas. Isso me faz subitamente enrusbecer mais ainda.
Após alguns momentos se encarando, devagar tirando os sorrisos de nossos rostos, Emma franze o cenho e leva a mão ao meu cabelo, me fazendo arrepiar dos pés ao couro cabeludo.
- Está se sentindo melhor? - Pergunta preocupadamente, sumindo com o sorriso em ambas as faces.
- Sim. - Respondo imediatamente, para que parasse com essa expressão de preocupação. - Obrigada por dormir comigo, estava exausta. - Rio novamente e olho para baixo, pensando sobre o que falei. É a primeira vez que durmo bem na semana.
- Sim, você estava. A quanto tempo você não dorme direito? - Balança a cabeça em indignação, e ergo meus olhos para ti, hesitando em minha resposta.
- Bem, alguns dias. - Suspiro e volto a olhar para baixo tristemente. - Desde da morte de minha mãe.
Há um certo silêncio em respeito, mas logo ela chega mais perto me abraçando. Aaaaaaa ela é tão fofa! como posso aguentar algo assim?
- Ta tudo bem Emy, eu estou aqui agora, e posso dormir com você o momento que for nescessário. - Me tranquiliza ainda com sinal de rouquidão em seu tom. Segura minha cabeça com proteção, e me aconchego em si novamente, olhando na direção de nossos pés - os quais estão roçando energias ao pé da cama -
- Emy. - Solto uma pequena risadinha para aliviar o clima ao assunto de minha mãe. - Eu gostei. - E logo esqueço do assunto, voltando a ficar corada com o pequeno apelido que me chamou. Ninguém nunca me chamou por um apelido. É tão adorável!
- Eu gosto de problema - Sorrio com a piada e me encolho mais um pouco resmungando. - Você precisa comer.
- Eu sei. Acho que depois do acidente de ontem, pelo menos vai demorar pra ele marcar o próximo duelo. - Se instala um silêncio, e percebo que meu comentário foi desnecessário.
- É, certo. Os duelos... - Engulo em seco. merda. não devia ter tocado no assunto. Depois disso, ainda vamos continuar com todo o tratado? Eu digo, assinamos, não podemos desistir agora, apesar de gostar dela, não posso abrir mão do trono, quer saber? Por uma vez na minha vida, vou tentar não pensar muito. Isso é bom, e confortável, ela me faz bem. Então seja lá o que venha a seguir, eu posso muito bem lidar com isso.
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duas rainhas e uma coroa | XVI
RomancePor conta de um acordo antecipado entre reinos, a princesa Emma Queen da França, viaja a europa para ocupar seu lugar destinado no trono da Inglaterra, porém para sua surpresa, a herdeira Emily Elliot, filha da rainha assasinada, decide lutar pela s...