Emma Queen
Nós não dormimos. Apesar de exausta, após duas rodadas, não durmo. Precisava desse tempo de madrugada para conversar com Emily. Para me deitar em frente ao seu corpo, encarar seus olhos e ter uma conversa. Uma daquelas que sempre temos de madrugada.
- Por que você fez isso?
Lhe pergunto, dessa vez, com menos rancor no coração, apenas a leveza de quem acabou de gozar duas vezes, e o conforto de quem acabou de ouvir um "Eu te amo" do amor da sua vida.
Meus dedos viajam seu ombro, o acariciando, formando desenhos em sua pele, enquanto sua mão se encotrava em meu rosto, mexendo em meu cabelo que caía sobre a face. Simplesmente amo ficar assim com ela.
- Eu não sei, Emma, eu estava tão perdida, e você estava tão distante.
Sinto uma culpa irradiar meu peito. Ela tem razão. Se eu não tivesse me afastado repentinamente, a deixando sozinha mais uma vez, nada disso teria acontecido.
- Minha mãe apareceu.
Olho para seu rosto, totalmente chocada.
- O que?
- Sim... E ela confirmou o que eu já suspeitava. Tentaram envenena-la. Apesar de me pedir para não pensar nisso, não consigo tirar isso da minha cabeça. E o fato de sua mãe ter nos afastado... - Já havia contado para ela. - ... Eu precisava de uma solução em meio a mil problemas. E quando ele apareceu no meu quarto, me tratando tão bem... Não sei... Pensei que pudesse ser confiável. Emma, talvez ele ainda possa ser confiável.
- Não Emily. Ele não é. Você precisa parar de achar que todos são. - Sinto as lágrimas brotarem em meus olhos. Ela parece tão perdida, tão solitária, eu só queria proteger ela de tudo e sem perceber, apenas a confundi, e a levei a fazer isso. - Ele só estava tentando se aproximar, para que você achasse que ele é.
- Eu sinto muito.
- Não precisa se desculpar. - Chego mais perto, encostando nossos rostos minimamente, já estávamos bem coladas, para podermos sussurrar, mas agora não há nem um centímetro entre nós. Posso sentir toda sua respiração e seus movimentos. - Se trabalharmos juntas, talvez possamos consertar tudo isso, ok? Não se preocupe.
Tento tranquiliza-la, mas Emy já está chorando delicadamente, enrolando uma mecha de meu cabelo em seu dedo.
- Desculpa, Emma, eu arruinei tudo.
- Você não arruinou.
- Sim, eu arruinei. Desculpa.
- Ei, você me ouviu, Vossa Alteza?
Sorrio para ela, tentando fazer com que fique um pouco mais felizinha.
- Vamos consertar isso tudo. Não se preocupe.
Ela concorda com a cabeça, e lindamente pressiona seus lábios um contra os outros. Como pode ser linda até chorando?
Suspiro fundo, e olho para a janela, percebendo que já amanhece. Quanto tempo ficamos agarradas aqui? Olho para ela, e engulo em seco.
- Vamos descobrir quem matou sua mãe, vamos acabar com esse casamento e fazer você conquistar o trono. Entendeu?
Apenas concorda de novo, como se naquele momento, só estaria ali para concordar. Estou com medo por ela.
Estou com medo de que ela desmorone, ou de que desista, estou com medo de que tenha que casar com Theo. Seria um desastre, ela não está pronta para isso e ter que aguentar um homem que não ama, aproveitando-se dela pelo resto de sua vida, seria demais pra ela. Não posso deixar isso acontecer. E não vou.
Respiro fundo, e volto a olhar para meu amor, limpo seu rosto. Respiro fundo de novo, e beijo sua testinha.
- Vai ficar tudo bem.
Emily inspira fundo, e então expira fundo, e parece se acalmar um pouco. Sorrio para ela e ela sorri para mim e aquele momento parece mágico. Parece que sabemos que estamos ali uma para outra. Ainda pode dar certo. Independentemente de tudo.
Como uma praga, uma batida vem na porta, tirando o sorriso de minha princesa, e o substituindo por uma expressão assustada. Ela imediatamente se levanta e olha para a porta, suspiro pesadamente. Não acredito que tiraram o sorriso dela de mim.
Respiro fundo e me sento também, olhando para a porta.
- Sim? - Pergunta Emily, ainda com a voz um pouco trêmula. Mas ninguém responde. Apenas é passado um papel por debaixo da porta.
Nos entreolhamos. Ambas sabemos exatamente o que isso significa. Emy se enrola em seu lençol, e me manda esperar na cama, para que caso alguém estivesse na porta, não percebesse que tinha outra pessoa dentro do cômodo.
Jovem-loira caminha até a cartinha, seus cabelos desgrenhados pelo sexo e pela manhã, brilham à luz do sol, o que me faz sorrir apesar de tudo. Ela observa o papel, adoravelmente franzindo o cenho, o que me causa um aumento em meu sorriso. Quando se vira para nos trazer o papel e ler comigo, me pega sorrindo como uma boba. Cora minimamente e corre até a cama.
- Por que está sorrindo?
- Nada... - Rio fraquinho, a puxando de encontro comigo, e pegando o papelzinho de suas mãos delicadas. Aconchego sua cabeça em meu ombro, ela olha para minha mão, ansiosamente esperando que eu abra o envelope.
Quando abro, tem aquela conhecida letra do Seaw, padrinho de Emily. Suspiro pesadamente, e começo a ler em voz alta para ela.
- " Anúncio de final de duelo: Etiqueta.
Os jurados decidem como vencedora do duelo Emma Queen, da França. O próximo duelo será anunciado em breve
- Conde Seaw, Da Inglaterra"
Quando acabei de ler, minha voz diminuia, com o ânimo indo embora, quanto mais eu lia, mais decepcionada eu ficava.
Sabia que minha mãe iria burlar o duelo, e mesmo que não burlasse, Emily, além de sair mais cedo, foi péssima em todos os quesitos. Mas mesmo assim, tinha alguma esperança de que ela poderia ganhar esse.
E pelo visto, ela também tinha, pois se senta, segurando o ar, e me olha apreensiva. E mal tendo se recuperado da nossa conversa, seus olhos já estão marejados novamente.
- Acabou, Emma. Eu perdi.
A trizteza na sua voz me mata por dentro, o peso que trás em seu tom, é quase como uma tortura, é como se cortassem meu coração com uma adaga. Odeio ve-la assim.
Balanço a cabeça, após pensar por um momento.
- Não.
Olho para Emily, que parece não ligar para minha negação, apenas olha para a cama, deixando as lágrimas cairem.
- Não, Emily. Você não perdeu.
Me empertigo na cama, ficando ajoelhada em sua frente, o que me faz maior que ela. Seguro em seu rosto e o viro para mim.
- Você ainda tem uma chance.
Seus olhos tão claros, a um instante atrás tão sombrios, se refletem com um pingo de esperança só ao me ouvir dizer isso, e eu me sinto tendo algum tipo de influência pesada sob ela, então me esforço mais ainda.
- Lembra? Eu estou com 3 pontos. Você está com 1. Temos ainda 2 pontos. Se você empatar, e conseguirmos o tribunal, poderemos fazer você assumir esse trono.
- Emma, sua mãe vai burlar tudo. Tudo.
- Não. Não vamos deixar. Eu tenho um plano.
Digo determinada a terminar com isso, então me levanto de minha cama - nossa cama - já procurando pelas minhas peças de roupas, estou energética, vou conseguir o que eu quero. Vou fazer da minha Princesa uma Rainha.
- Coloque sua roupa. Conheço alguém que pode nos ajudar.
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N/A : taste that pink venom taste that pink venom taste that pink venom ( get 'em get 'em get 'em) straight to your bome like (ha ha ha) straight to your bome like (ho ho ho)
com amor, 🌙
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duas rainhas e uma coroa | XVI
RomancePor conta de um acordo antecipado entre reinos, a princesa Emma Queen da França, viaja a europa para ocupar seu lugar destinado no trono da Inglaterra, porém para sua surpresa, a herdeira Emily Elliot, filha da rainha assasinada, decide lutar pela s...