vadia medieval

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Emily Elliot

Eu não acredito nessa merda.

Me perdoem os modos, mas é inacreditável! Como meu próprio padrinho pode ter coragem de trair minha confiança, por sexo????

É preciso que Emma fale alguma coisa, pois estou fervendo por dentro, e se pusesse qualquer palavra para fora, iria sair como uma lâmina cortando cabeças.

- Me perdoe mamãe, não acho que ouvi a senhora direito. Poderia repetir?

Por favor, não repita.

- O conde me forneceu o direito ao tratado. Eu sou dona dele agora. Simples assim Emma.

Olho para a princesa, vejo que precisa respirar algumas vezes para responder algo, eu nem me esforço para me controlar, porque minha garganta está entalada de ódio, não conseguiria nem se pudesse diferir qualquer coisa à esta mulher.

- Elizabeth, podemos conversar no meu quarto?

- Não. - Respondo à filha, simplesmente assim, não. - Não temos nada que conversar, a única opção que vocês tem é aceitar. Ambas passem em seus aposentos, se limpem, e venham direto para o cômodo de reuniões. Já. - E assim, simplesmente, sai.

Há um momento em que olho para o Conde, sinto culpa em sua expressão, pois bem, espero que ele sinta a decepção em meu olhar. Pois depois disso, nunca mais olharei em sua face. Me viro, e me ponho a subir as escadas, irei fazer exatamente o que uma mulher - a qual provavelmente é responsável pela morte de minha mãe. - mandou eu fazer. Sim, Emilly. Você está sendo incoerente e fraca. Sim, Emilly, sua mãe teria vergonha. Sim, Emilly, você perdeu.

Sim, Emilly, está falando sozinha.

Balanço a cabeça entrando em meu quarto. Que seja, ela apenas tem posse do tratado, não tem o direito a muda-lo ou decidir quem irá vencer. Mesmo que ela esteja com todas as vantagens, não deixarei a França passar por cima da Inglaterra. Ora bolas, somos o reino inglês, rei do comércio e do desenvolvimento econômico, não mesmo, não irei permitir que ela assuma o meu papel, ou de minha mãe, irei conquistar esse trono, seja lá que obstáculo tentar me impedir.

                             { t }

Como pedido, me direciono direto para a sala de reuniões - após, é claro, tomar um banho, trocar de roupa, e me arrumar. O que é uma pena, pois meu penteado estava grandioso. Mas não me arrependo, acho que a memória das primeiras horas de meu dia, com Emma, pode ser considerado o incentivo para que eu sorria internamente no resto dele.

Chego ao lugar devido, no tempo devido, e lá está, Emma e sua mãe, conversando já nervosas, minha princesa fala com repulsa com a rainha, mas param imediatamente assim que eu chego, ambas olham para mim, mas Elizabeth, olha e revira os olhos com doçura, e Emmie, olha pra baixo com um pequeno sorrisinho, o que consequentemente, me proporciona um sorrisinho também. ah, malditos sorrisinhos...

Mas ignoro a expressão de desdém que recebi de Vossa Majestade, e me ponho a sentar ao mesmo local de sempre, uma cadeira à frente de Vossa Alteza, uma mesa entre nós. Ah, queridos, quem dera fosse apenas uma mesa entre nós. De qualquer modo, nunca senti tanta raiva de um pedaço de madeira.

Pouco depois de mim, o Conde entra no cômodo - espero eu, se sentindo a pior pessoa do mundo. - Me reverencia, e se senta ao meu lado, por motivos desconhecidos, visto que nem de meu lado ele está mais.

E há um grande silêncio antes de alguém falar, mas não é constrangedor. não, não. É um silêncio especialmente feito para observamos nossos oponentes, encarar certas pessoas bem nos olhos, e dizer sem palavras: eu vou acabar com você. Preciso nem dizer a quem estou me referindo.

duas rainhas e uma coroa | XVIOnde histórias criam vida. Descubra agora