mentiras e verdades

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Emily Elliot

- Emily... Você precisa-

- Eu não tenho que fazer. NADA!

Infelizmente a raiva me consome, e eu a empurro para trás em uma tentativa de afasta-la, mas ela volta a caminhar lentamente em minha direção, como se tomasse cuidado para não me assustar. Pois bem, me assustou.

- Você! - Direciono meu dedo para seu rosto, com um ódio interno vindo para o exterior com tudo. - Você. tentou me matar!

- Emy, não-

- Não me chame assim! - Dessa vez sou eu que caminho até ela, empurrando ela pra trás a cada vez que cuspo uma nova palavra em sua face, repleta de culpa e falsidade. - Você é tão egoísta e manipuladora!

- Emy por favor, só-

- Cale-te! - empurro ela pra parede, meus olhos fervendo, me posiciono em sua frente, sem descer meu dedo de seu rosto por um único momento, então começo a sussurrar, meus dentes duros e cerrados.

- Você tinha que fazer desse jeito não é? Você tinha que me beijar, tinha que me tocar daquele-

Paro de falar, intercalando meu olhar entre seus olhos e seus lábios, ambos me prendendo de uma maneira, como uma disputa para ver quem me chama mais atenção, ela interrompe meus desvaneios, minhas confusas emoções.

- Emily, você precisa me ouvir. - Sussurra para mim, deixando cair uma lágrima de seus olhos. - Tudo que eu fiz...

Levanto meus olhos pros seus, curiosa para como ela vai completar essa frase.

- Nunca foi manipulação. - Balança a cabeça negando, seus lábios tremendo. - Nunca.

Isso me causa um estrago enorme no peito, talvez por suas palavras, a sinceridade em seu rosto, a dor em suas palavras, o modo que ela fala, que me olha...

Leva sua mão direita pra minha bochecha, meu corpo me impede de me mover, pois seu toque me causa arrepios e ondas que me mantém parada. Simplesmente não posso cair nisso de novo. Não.

- Emy... Não fui eu. - Franzo o cenho para seu rosto, tentando decifrar o que ela quer dizer com isso. - Naquele dia... Depois que você, hm- desmaiou.

Engulo em seco, percebendo que evita falar que ELA me nocauteou. Não consegue nem sequer olhar em meu rosto e citar o que aconteceu.

- Eu vi na espada, ela estava meio oleosa e estranha. Parecia um líquido, talvez outro tipo de poção.

Eu não estou nem acreditando que ela vai botar a culpa disso tudo em uma fantasia ridícula que ela mesma inventou.

- Sério Emma? - Rio de sua cara, o que visivelmente magoa suas expectativas. - Você vai jogar a culpa pra cima disso? - Levanto minhas mãos em rendição, enquanto balanço minha cabeça aos lados, como se fosse inacreditável o que acabara de ouvir, porque é.

- Eu não-

- Você quer saber? - A interrompo. Apontando de novo para ti, dessa vez, me afastando, mantendo uma clara e básica distância entre nós. - Eu não acredito em uma palavra que falas. Pode expelir tuas mentiras em outro local que não seja em meu coração. Você é exaustiva Emma. E não duvido nada que tudo isso que esteja acontecendo, seja tua culpa.

Jogo minhas palavras em sua cara. Então caminho até a porta, destrancando ela, porque pelo que parece, a Princesa entrou pela janela.

- E também não duvido nada que você tenha matado Caty. - Abro a porta, e olho pra baixo com lágrimas nos olhos. - Sai.

- Emily como-

- Sai! - Grito em um tom não muito alto, para que não chame a atenção dos guardas.

Emma fica parada por alguns momentos, mas quando se recupera, concorda com a cabeça e caminha para fora, parando na porta apenas para declarar:

- Eu vou te provar que estou certa.

E com isso, deixa meus aposentos.

Passei a noite toda pensando sobre isso. Talvez tenha sido rude demais, severa demais, mas não tem como confiar em alguém que traiu sua confiança dessa maneira. As vezes me pergunto se ela falara a verdade, não faz sentido, mas na maioria das vezes, a verdade não faz sentido, e não quero me precipitar sobre algo pra depois acabar magoando os sentimemtos de alguém, mesmo que eu provavelmente já tenha feito isso.

A manhã ocorre como de costume, e nem sequer ouvir falar em uma Princesa morena de belos olhos. Passei o dia em meu quarto, desenhando as belas vistas que meu castelo me permite ter. Ah, como a Inglaterra é uma benção!

Acho que estava nescessitando desse momento de descanso, pois me sinto muito mais leve a noite. Minhas angústias diminuem, e a mínima pontada de culpa a qual sentia antes, foi afastada para algum lugar mais fundo em minha mente, um local profundo o qual nem ouso me meter.

Se eu soubesse que o próximo dia seria um inferno, teria aproveitado mais o anterior. Mas a vida é assim, nunca sabemos quão ruim o próximo dia será.

Sou acordada por minha conselheira mais ou menos às 7:00hrs, diz que temos que tratar de coisas importantes no cômodo de reuniãos. E o dia se passa assim, assinando acordos, resolvendo problemas, eu odeio essa parte de ser uma herdeira, não tenho paciência para esse tipo de coisa, porém amo meu país, e claro que não iria desistir dele.

Em falar desse assunto, bem de noitinha, quando já havia tido umas 4 reuniãos diferentes ao longo do dia, deixam o mais problemático para o final, tratar do tratado de deux reines, decidir seu destino, acertar e reconciliar.

Na sala, foi um desastre. Pois apenas compareceram três pessoas: Eu, Meu padrinho e a Rainha.

Parece que Emma desapareceu do mapa, minha madrinha, não estava se sentindo bem psicologicamente para tratar desse assunto, então sobrou apenas nós três.

Os de meia-idade, resolviam entre si a maioria das coisas, pois minha mente apenas girava em torno daquela cadeira vazia, sua mãe, apenas se irritou com a filha, em nenhum momento se preocupou em onde ela poderia estar, Seaw, pareceu até mais feliz pela falta da princesa, então eu fui a única a sentir intensamente sua falta, não apenas sua falta, como também a preocupação me comsumiu, depois do que falei, ela pode ter enlouquecido e feito algo inconsequente, não gosto nem de imaginar isso!

Minha cabeça pensa em diversas possibilidades, onde ela poderia estar, com quem, COMO.

Nem consigo me concentrar direito no que acontece no cômodo ou no desenvolvimento da reunião, apenas concordando com tudo com o que, o homem ao meu lado declara.

Apenas me ligo, quando a porta se abre, e eu me levanto de maneira tão brusca, que as pessoas não sabem se viram os olhos para mim ou para Emma entrando na sala fervorosamente, carregando um pote vazio o qual ela joga em cima da mesa e imediatamente um cheiro péssimo invade o local.

- VIU!

- Viu o que? Meu deus, o que é isso?

Tampo o nariz, e percebo em Seaw e Elizabeth fazendo a mesma careta.

- É uma poção, Emily. Uma poção. Estão tentando te matar!

Obrigado Emma, me sinto mais segura agora.

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N/A: surtou tadinha KSJSKSNWJEHWJAHSJAJSJAJAKSJ boa noite gays, desculpa a demora, espero que gostem, beijinho em todos mwah mwah.

comentem e votem bastante!!

duas rainhas e uma coroa | XVIOnde histórias criam vida. Descubra agora