presunção

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Emily Elliot

Novo dia. Novo eu. Não sei exatamente se isso é uma coisa boa, sei que acordo com um pressentimento bom, na verdade, sei que acordo com um pressentimento, mas no final das contas, nem tenho certeza se ele é bom.

Olho para os lados, Emma não está. Provavelmente acordou mais cedo como sempre faz, e foi tomar café da manhã. Paro um momento para observar os primeiros raios de luz entrarem em meu quarto, clarearem meu sofá e trazerem vida para meu dia. Suspiro fundo, me preparando para sair daquele quarto e enfrentar o que quer que esteja pela frente.

Acho que dormi na banheira, pois estão com camisola, e não me lembro de ter posto uma camisola. Minhas bochechas assumem uma tonalidade diferente.

Emma me enrolou em seus braços em um banho de banheira, me esquentou, trocou minha roupa, e dormiu ao meu lado. Isso causa arrepiod em mim dos pés a cabeça. Acho que o fato que mais me deixa chocada, é o fato de eu não ter me sentido invadida, desconfortável ou exposta daquele modo para ela, apenas me senti, segura.

Sim, é isso, Emma faz eu me sentir segura.

Coloco uma vestimenta por cima da tradicional rosa camisola de seda elástica, e deixo meus cabelos soltos como sempre, preciso pegar um ar depois de tantos dias com ele preso em minha cabeça, segurando minhas emoções e frustrações. A noite passada com certeza foi um alívio para mim, não sei como, mas me trouxe um conforto, uma afirmação boa em meu corpo e mente, que antes se ocupava com problemas do reino, ansiedades futuras e principalmente a presença de minha mãe no castelo, de alguma forma desconhecida.

Agora só penso em descansar, respirar e sair ao ar livre, para pegar um pouco de ar, e passear pelo quintal do castelo.

Depois de pronta, saio de meus aposentos, e assim que saio, dou de cara com Lia, que quando esbarra comigo, estaria entrando no cômodo do qual eu saia. Ela se choca, abrindo a boca, e arregalando os olhos como se visse um fantasma.

- Emily! Onde você se meteu? Eu estava tão preocupada. - Então me abraça, um daqueles abraços fortes, capaz de arrancar alguns ossos de seu corpo.

Sorrio com a demostração. Obviamente não era minha intenção deixar ela tão preocupada, mas me sinto bem em saber que alguém se importaria, mesmo assim, um pouco chateada em pensar em como ninguém deve ter esse carinho por minha Emma.

- Eu estou bem tia, eu e Emma nos perdemos no caminho da volta, mas conseguimos nos encontrar no final das contas.

- Por deus, eu mandei todos os guardas possíveis para te procurarem, e rezei a deus de todas as maneiras possíveis! - Amo esse jeitinho animado da Condessa, ela se exalta e mexe os braços no ar, falando quase ofegante. Sorrio fraquinho com sua reação, e seguro em seus ombros, me agachando um pouco para poder ficar do seu tamanho, então olhar nos seus olhos com afeto.

- Sinto muito, querida madrinha. Não era minha intenção. Da próxima, irei levar um guarda comigo.

E a conversa se dirigi assim, até que eu consiga acalma-la e convence-la de sair correndo contar para o resto do castelo. A essa altura do campeonato, Elizabeth deve ter tido uma conversa com a filha, e pelo pouco que a conheço, não deve ter sido bom. Preciso encontrar com a princesa para lhe oferecer apoio.

Então continuo meu caminho, e sigo para os locais prováveis de Emma se encontrar. Sala de janta, biblioteca, seus aposentos, galeria de arte, sala de reuniões, e entre vários outros locais dentro do emorme castelo. Mas acho ela quando passo de relance por uma das janelas da construção, no meio do corredor, e avisto um pontinho vermelho à costa da floresta, suas mãos classicamente postas a frente de seu corpo, e seus olhos fixados em meio a bagunça das árvores. Aumento um sorriso, e me atiro para o andar de baixo, correndo de encontro com meu pontinho. Sentindo o mesmo relance de felicidade que me bateu na noite passada e descendo as escadas com uma-

duas rainhas e uma coroa | XVIOnde histórias criam vida. Descubra agora