Emily Elliot
Acordo em uma cama, não tenho noção de quanto tempo se passou, ou de que quarto estou, mas sinto o confortável lençol embaixo de meu corpo, me dando a certeza de que estou em uma cama.
Uma voz me desperta, a voz de um de meus padrinhos.
- Emily? Ta acordada? - Uma voz trêmula e baixa é inaudida. É minha madrinha.
Meu coração se quebra com sua voz melancólica, acordo bem aos poucos, sentindo e ouvindo as coisas ao meu redor, custa até eu abrir meus olhos, e me deparar com Lia, me olhando com um ar de preocupação.
Ela me recebe com todo o amor que sempre me deu. Sorri, conversa, cuida de mim até que eu me sinta pelo menos um pouco melhor.
Me sinto na verdade como uma burra, por confiar em Emma, eu deveria saber que ela fez aquilo tudo para ganhar, é tudo que ela sempre pensou, ganhar. Minha barriga doi mas meu peito dói mais e sinto meu ego ferido me atingir de uma maneira inexplicável.
E eu passo meus dias assim, dormindo, sendo alimentada, ouvindo minha madrinha me acalmando e coisas do tipo, nada de demais acontece naquele quarto, dia e noite são formados por angústia e dor.
Demora para que eu me sinta melhor, e acho que passa uma semana até que eu consiga me levantar da cama, e mais 5 dias até que eu saia de meu quarto. Por um lado, estava feliz por melhorar, mas por outro, estava transtornada por ter que olhar para o rosto da princesa de novo.
A condessa, me avisou anteriormente, que assim que eu melhore, montariamos uma reunião, para que pudessemos decidir o destino desse tratado. Lia queria que eu cedesse o trono para a França, mas de jeito nenhum que eu faria isso. Iria lutar até o final pelo meu reino, e não importa o que esses malditos Franceses façam, não irei me rebaixar a ponto de desistir de meu trono, destinado a mim por direito.
Assim, minimamente ofendida com sua oferta, e orgulhosa demais para desistir, me dirijo a sala de reuniãos, ao lado de meus padrinhos, com a decisão em minha mente bem definida.
Quando entro naquele local, tão frio, vazio e sem esperança, em sento em minha clássica cadeira - anteriormente de minha querida e amável mãe -. Na sala apenas é inaudivel alguns cochinhos feitos pelos Condes, até que um alto barulho seja feito da porta, trazendo meu coração pra fora de meu peito, e fazendo-me olhar com medo para a grande tábua de madeira que acabara de se abrir, me dando visão para a Rainha Elizabeth, entrando na sala com seu tom de sempre de superioridade, de alguém que sabe o que faz, olha pra mim quase como em uma afronta, e sinceramente, não tenho um pingo de medo desta mulher, a encaro na mesma intensidade, mostrando toda a força que tenho em minha alma.
Já Emma, entra de cabeça baixa, atípico dela, suas mãos juntas em frente a sua barriga, como se estivesse com vergonha. Pois deveria!
E leitores, eu não recuo. Apenas fito ambas as mulheres que antes me causavam calafrios, hoje, causando-me apenas nojo, ranço, e talvez, uma delas, um pingo de um sentimento misterioso que estou decidida a deixar para trás.
Se sentam em duas cadeiras em frente à nossa, mesmo comportamento de quando entraram. Eliza, nem espera para demostrar sua indelicadeza e brutalidade:
- Decidido. Ela não morreu. Então minha filha, é livre de qualquer acusação ridícula feita pela Inglaterra!
Arregalo os olhos com tamanha audácia desssa mulher! Meu deus. Como podes existir alguém tão sem noção? E acho que minha tia, concorda comigo, pois levanta em uma fúria, cuspindo palavras.
- Eu acho bom você controlar esta tua boca! Não abra isto para se referir a minha afilhada.
- Como a única Rainha nesta sala... - Se levanta com todo a moral do mundo, apoiando suas mãos na mesa de madeira. -...eu exijo um mínimo de respeito. Sua afilhada foi inconsequente, e agora ela arcou com as consequências. simples. vamos manter o tratado, a não ser que alguém decida dar mão do trono.
Olha para mim, em pé, olhando-me como se eu fosse um ser inferior. Sabia que não conseguiria manter minha postura por muito tempo, então apenas olho para a mesa e suspiro.
- Continuaremos o tratado. E sem mais discussões.
Parece que apenas para me contrariar, é formado um tumulto quando termino de falar. Elizabeth se gaba em uma expressão e olha para meus padrinhos, minha tia se irrita tanto que a ataca em palavras, tentando ser controlada por meu padrinho, são gritos, de Lia, de Beth, de meu padrinho, e até dos guardas que tentam contornar a situação.
Mas nada disso importa. Porque desde que Emma botou seus pés aqui, tenho lutado contra meus olhos em uma batalha perdida para não encara-la, e é nesse momento de zorra total, que ela ergue os olhos para mim, aqueles cintilantes olhos que se enchem em lágrimas, me pegando de surpresa com seu olhar, faz com que minha barriga pule e se encha com uma sensação revirante de borboletas.
Simplesmente não consigo desviar meu olhar, a fito com mágoa, cerrando meus dentes, para não gritar palavras incoerentes para cima dela. Tento manter minha postura superior, o que não se torna muito difícil vendo o estado de cavalo perdido que ela me encara, porém em reflexo as suas ações, meus olhos também marejam em um mar de lágrimas contidas. Nessa hora meu ódio apenas aumenta, todas as mentiras que me contou, toda essa mentira que ela sustenta, e ainda tem coragem de me olhar com esse tom de vitimismo? Vejo uma turbina de emoções em seu olhar, capto culpa, mas não me importo, porque no fundo, capto um pedido por compreensão, nunca irei perdoa-la, nunca. Não importa o quanto ela me cause esse sentimento explosivo de estar em outro mundo, não irei abrir mão, não de novo, eu posso achar isso em outras pessoas.
E antes que possamos dizer qualquer coisa uma para a outra, minha tia me agarra pelo braço e me puxa para cima.
-Vamos querida.
- Você vai se arrepender de me insultar desta maneira! - Grita Elizabeth para minha madrinha, parece raivosa, por algum motivo que não estava prestando atenção, e nem tenho a chance de saber, pois sou arrastada para fora daquela sala o mais rápido possível, a Condessa me arrancando daquele local que me causara tanta angústia, me permitindo liberar o choro em silêncio, enquanto me leva de volta ao meu quarto.
Tudo acontece tão rápido, que tudo que sei, é que minutos depois, me sento em minha cama, sozinha. Respiro fundo algumas vezes e me jogo deitada, assimilando o que acabou de acontecer. Quanto mais tempo passa, mais parece fazer sentido, o jeito que ela me olhou, foi apenas para me distrair do assunto real e me fazer ficar perdida. Emily se concentra! - grito para mim mesma em minha mente. Estive tão focada em Emma que esqueci dos meus assuntos antes de ela chegar, esqueci de me focar na disputa, esqueci de focar em mim, em meus padrinhos. Ela me manipulou esse tempo todo, e eu a segui como uma tola.
Depois de prometer-me diversas vezes que iria me controlar e não cair na tentação que aquela mulher era, decido me acalmar, pego um pouco de ar na varanda, observando a bela vista pro céu de crepúsculo, e quando escurece e as estrelas começam a surgir, já relaxada, caminho para um banho, para acabar o dia de modo totalmente calma.
Porém isso não acontece.
Quando volto para meu quarto, com minha toalha enrolada em meu corpo, quase pulo de susto ao ver uma mulher de capa ao canto do meu quarto, virada de costas pra mim. Me volto pra trás em um susto, deixando sem querer cair um vaso, chamando a atenção da alta pessoa paralisada, que se vira no pulo e me encara.
Meu coração para nesse momento, que vejo o rosto quadrado e perfeitamente alinhado de ninguém menos que a princesa da França. Por deus, só queria uma noite calma. Não sei se sinto medo, raiva, dor, ou aquele 1% de excitação. Nada disso me consome, apenas o choque, pois fico parada lhe olhando, que me olha de volta, com choque também em sua expressão.
- Emily...
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N/A: tava inspirada hoje então me aturem com drama sjwnjanakwnwkaakjaak espero que gostem meah mwah
comentem e votem bastamte! lya
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duas rainhas e uma coroa | XVI
RomancePor conta de um acordo antecipado entre reinos, a princesa Emma Queen da França, viaja a europa para ocupar seu lugar destinado no trono da Inglaterra, porém para sua surpresa, a herdeira Emily Elliot, filha da rainha assasinada, decide lutar pela s...