cavalos enloquentes

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Emma Queen

Depois da minha entrada, especificamente estranha e bizarra, a minha encomenda nada favorável, e o desmaio do homem, tudo se tornou um caos.

A notícia de que havia alguém tentando assasinar a princesa se espalhou como água em uma queda de cachoeira, atingiu o reino como uma tempestade e botou os mais fiéis empregados em desespero. Causei o caos total na Inglaterra e não havia mais volta.

Emily se trancou no quarto o dia inteiro, minha mãe, veio me aportunar com a ideia de usar isso ao nosso proveito, apenas a expulsei de meu quarto, e me deitei na cama, para ter um longo descanso depois dessa zorra toda.

Não sei dos Condes, só sei o que minha mãe me disse. Sei que Seaw passou mal, e Lia não se sabe nada sobre. Sei que todos no castelo entraram em choque e desespero ao saber da história da bruxa, com medo de que fossem amaldiçoados a matar a princesa também. E Emy, desconsolada, sumiu da vista de todos e ordenou que os guardas não deixassem nem uma pessoa entrar em seus aposentos.

Tudo que eu queria agora era abraça-la, ah, como eu queria! Mas ela precisa de tempo, e eu preciso pensar no que fazer agora. Ta tudo tão confuso. Parece que no meio dessa confusão toda minha mãe só pensa no trono e eu só consigo pensar em meu pontinho amarelo, perdido no meio da correria, tentando se encontrar. O conde e minha mãe decidiram manter o tratado, anulando a luta e o hipismo, depois de duas tentativas de morte contra Emily, me pergunto se realmente deveríamos continuar, isso tá indo longe demais, e eu não quero que isso acabe com uma morte, muito menos a dela.

Mas minha tarde se passa assim. Já provei o que tinha de provar para Vossa Alteza. Acreditar ou não acreditar em mim será escolha dela, só tenho que lhe dar o tempo nescessário para que possa assimilar tudo que aconteceu.

Talvez uns quatro dias, uma semana? Não. Ela como sempre ultrapassa todas as expectativas que ponho em cima dela.

Entra no meu quarto como uma invasora sem nenhum modos. Pula a janela, voando pra dentro como um morcego, tão rápido que nem dá tempo de eu reagir e ela já ta na minha frente, tampando minha boca e arregalando os olhos, só não mais arregalados que os meus.

- Shhh, shhh. Cala a boca. Não grita. - Olha pros lados como se procurasse por alguém. Meu deus, por que essa mulher tem que me causar arrepios em minhas entranhas?

Mesmo assustada, a obedeço. Olho em seu rosto, totalmente paralisada, tentando entender o que ela pretende fazer ali.

- Olhe. - Se volta para mim então, seus olhos claros, brilhando em um cinza escuro durando a luz lunar da noite. - Você estava certa. - Sussura com empatia, certeza e acima de tudo arrependimento em seus olhos, que capturam os meus em um raio de centímetros. - Eu deveria ter te escutado... Fui estúpida e inconsequente. Bem, você também não pode falar nada. Mas enfim! - Mexe a cabeça minimamente para os lados, chacoalhando seus loiros e longos cabelos, e deixando uma expressão de confusão virada para o chão.

- Eu errei com você. - Admite com tanta sinceridade, que é impossível eu não sentir uma pontada de emoção em meu peito, que se enche de alegria -apesar das circunstâncias-. Então me fita novamente, suas celhas franzidas, como se tivesse cometido o maior erro de sua vida. - Desculpe, Emma. Sei que não estou em posição de pedir nada... E sei que você provavelmente deve me odiar agora. Mas só- me escuta ok? Olhe-

Eu literalmente nunca falei que odiava ela, e suas inseguranças me deixam aos nervos, então não posso evitar interrompe-la, puxando sua mão pra trás.

- Emily! - Balanço a cabeça, sem saber o que falar. E ela concorda com a cabeça, entendeu errado seja lá o que aquele sinal significou, se virando para sair. - Não! Não! Emily!

Dessa vez seguro em seu braço, com mais firmeza, fazendo com que se vire, olhando pra mim com uma incerteza e confusão. Que são comuns pra alguém que esteja passando por tudo que ela está. E não quero ser bruta, quero explicar com calma, nada muito selvagem que vá assusta-la.

- Escuta você. Eu não estou brava com você, por deus! Por que eu estaria? - Rio e deslizo minha mão à sua, tentando acalma-la, mas isso só faz com que seu rosto se enrusbeça, e ela olhe diretamente pra nossas mãos, mas não recuo, continuo a falar. - Fui eu que te machuquei. Eu que deveria pedir desculpas. - Aponto pra sua barriga já curada, sorrindo para tentar aliviar o clima. - Emily. - Respiro profundamente, me aproximando um pouco enquanto olho para baixo, quando chego perto suficiente para poder sussurrar e ela ouvir, levanto meu rosto, para ver a mesma levantando o dela, e assim nossos olhares se cruzando. - Ta tudo bem.

Quando afirmo isso, ela visivelmente relaxa, deixando no ar como último som um suspiro longo saído de suas narinas. E a próxima coisa que ouvimos, é ambas engolindo em seco, as gargantas secas por tanto tempo que ficamos nos olhando, pensando, apreciando uma a outra.

Eu sou a primeira a cortar o contato visual, apenas para poder olhar para nossas mãos se tocando, e acariciar um pouco a dela, o que faz meu estômago revirar como se um cavalo cavalgasse por cima dele, ou como se pássaros voassem através de meus órgãos, me pergunto até se foi a cirurgia. Mas no fundo, sei que foi Emily.

Ela não reage, então dou mais um passo a frente, levantando a palma de minha mão, apenas para entrelaçar nossos dedos, e erguer meus olhos ao seu rosto, que olha com a mesma intensidade à nossas mãos juntinhas e coladas, se encontrando como tranças em um belo cabelo jovem de primavera, as flores crescendo em nossos estômagos, e o sol brilhando em nossos olhos.

Parece que ela finalmente se recompõe, pois olha pra mim e puxa sua mão para si.

- Obrigada Emma. Isso me tranquiliza. - Abraça seus próprios braços e me olha com gratidão, apenas sorrio e puxo minha mão para mim, a juntando em frente ao meu corpo com a outra.

- Bem, não há nescessidade de agradecimentos. O que a traz aqui Vossa Alteza? - Pergunto com formalidade, mas um pingo de diversão em chama-la dessa maneira, já tão casual para ambas.

- Bem, vim pedir sua ajuda. - Mexe a cabeça para baixo, como se envergonhada em pronunciar que precisa de minha ajuda, ou talvez com culpa de ter que pedir minha ajuda, depois de recusa-la, mas apenas ignoro esse gesto, e olho com admiração ao seu rosto.

- Claro. Apenas pergunte.

Limpa a garganta, e prossegue:

- Como já disse antes, acredito em você.

Finalmente.

- Mas não é que eu precise de mais provas, só preciso que você me ajude a acabar com tudo isso, não quero morrer.

Concordo com a cabeça lentamente, ainda sem entender totalmente. Suspiro e olho em seu rosto, procurando respostas.

- O que quer dizer com isso? - Pergunto então, disposta a receber uma resposta direta.

- Quero matar quem deseja me matar.

uou, isso sim foi direto.

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N/A: gayzinhas juntas e fortes, nada acomteceu rsrs 🫂🙄

Votem e comentem bastante, lya, mwah💗

duas rainhas e uma coroa | XVIOnde histórias criam vida. Descubra agora