Capítulo 5

1.8K 180 7
                                    

    

        Meu irmão está me esperando na estação quando chego, o corpo ao lado da caminhonete e a atenção no jornal. Ainda são 9:00 da manhã e ele provavelmente está aproveitando o tempo livre.
Chego próximo o suficiente para dar uma canelada no seu joelho, o fazendo ter um sobressalto e largar o jornal.

— Você me assustou, Rusty! — Exclama, com uma careta.

Sorrio.

Ele é meu irmão gêmeo, o mais velho de nós dois. Não somos idênticos. Elijah é mais alto, o cabelo de um castanho puxando pra o vermelho e olhos cor de terra escura, como os da nossa mãe.
Meu cabelo é um ruivo claro, um pouco claro demais, meus olhos são cor âmbar e tenho uma estrutura mediana.

Entro na caminhonete vendo a estação ficando para trás.

— Nosso garanhão irá procriar e teremos uns cinco potros pela fazenda da mesma linhagem do Rei. Você está louca para ver ele, não está?

Rei é o nosso garanhão italiano. Um presente que meu pai ganhou de um comprador de nossas maçãs.

Ele tem a pelagem mais negra que já vi, e é o animal da fazenda. Claro, com exceção do nosso cão labrador, Rufus.

Nossa fazenda fica há 20 minutos da cidade, é ao lado do nosso pomar. Tem muita plantação ao redor, meu pai cultiva de tudo e ganha um bom dinheiro. Não para ele ser rico igual tio Otto que ganhou na loteria, mas o suficiente para uma vida confortável.

Assim que paramos na frente da casa de varanda branca, espaçosa, Rufus late e vem na minha direção, quase me derrubando.

— Oi, garoto. Sentiu minha falta? Eu também senti muito a sua! — Me abaixo para fazer carinho e receber suas mordidas e lambidas.

Elijah entra e eu fico um pouco com Rufus antes de entrar também. Minha mãe me recebe com um sorriso rápido, está ocupada demais, empoeirada na cozinha fazendo às conservas para a festa anual. Meu pai está na mesa, tomando café e com os olhos no jornal.

— Tessa chegou! — Exclama minha mãe.

Meu pai ergue seus olhos cor âmbar na minha direção, idêntico aos meus. Abro um pequeno sorriso na sua direção e ele volta ao jornal.

— Está com fome? Tem torradas, linguiça e ovos. — Diz minha mãe, voltando a mexer o caldeirão.

Me sento, a frente do meu pai. Elijah está encostado na pia, olhando para todos nós com seu jeito costumeiro.

Meu pai tem poucas palavras, mas é atencioso e logo está servindo um pouco de chá para mim. Não sou fã de café.

— Obrigada, pai.

— Assim que terminar vá até o pomar colher algumas maçãs para levar para seu tio e primos. No caminho, passe na casa do reverendo Paxton, ele quer ver você depois de um tempo.

— Sua filha acabou de chegar, Sage. Pare de delegar tarefas, é a folga dela. — Adverte minha mãe.

Ele levanta, pronto para sair, estica a mão na direção da minha cabeça e bagunça meu cabelo.

— Vamos ver os animais, Elijah.

Ambos saem. Elijah pisca para mim e segue nosso pai.

Assumo o lugar da minha mãe mexendo no caldeirão para que ela possa fazer outras coisas. Ela deve está há uma semana inteira preparando os tomates. O cabelo loiro cai em seus rosto e ela prende o mesmo com um lenço.

Minha mãe é muito bonita. Loira, pequena e com uma aparência delicada, seu rosto tem sinais de envelhecimento,  mesmo estando com 48 anos. Seu trabalho nem sempre foi só cuidar da casa, ela ajudou muito meu pai na terra e com os animais.

Between UsOnde histórias criam vida. Descubra agora