Capítulo 52

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- Vamos! - Olhei para os outros totalmente determinada. Aquilo precisava acontecer.

Ben me apoiou com os ombros e a passos mancos, entramos.

À primeira vista, tudo o que consegui enxergar foram os traços escuros de um casarão antigo, feito de madeira. Ele aparentava ter dois andares, uma estrutura velha e pintura por fazer. Mesmo com a chva, a lua crescente no alto do telhado era parciamente visivel. Assim como na visão!

O lugar ficava cercado por uma imensa área verde, de grama curta ao que parecia, limitada pelos muros altos de concreto.

O portão atrás de nós se fechou, fazendo um barulho alto.

De repente, a chuva e o vento começaram a aumentar, deixando minha visão ainda pior. Porém consegui ver a forma esguia de um velho vestindo branco à entrada do casarão.

Espera, tem mais alguém ali!

Era meu pai! Reconheci pela pele bronzeada, o rosto rechonchudo e a barba por fazer. Era ele!

O velho macabro segurava-o pelos braços, mas algo parecia diferente. Era como se ele não conseguisse nos ver, nem ouvir. Como se estivesse em algum tipo de hipnose.

De repente, um raio brilhou no céu negro, e tudo se iluminou por 2 segundos. Prendi a respiração. Estamos cercados.

Haviam centenas de homens em cima dos muros, com armas apontadas para nós.

Olhei para Ben, me lembrando da visão.

- Eu sei. - Ele respondeu, me trazendo mais para perto. - Não se preocupe.

- Eu quero uma troca! - O homem grisalho anunciou em seu megafone. - Deixo Lucio ir embora, ou melhor, deixo todos irem embora sem sofrer nenhum arran-

- E o que quer? - Ben o interrompeu, e mentalmente agradeci. A voz daquele homem me dava arrepios.

- Luce! Eu quero a Luce! - Ele gritou. - Uma vida pela de todos vocês!

Aquele pedido não me pegou de surpresa, eu estava preparada. Olhei para o grupo com um olhar de tranquilidade. Aquela era minha sina.

- Eu aceito!! - Gritei com toda força dos pulmões.

- Não Luce, você não pode! - Ben interveio, ainda relutante com a ideia de me ver se entregar ao inimigo.

- Sabe que eu preciso.

Ele suspirou e me deixou ir. Cambaleei até o parapeito da casa e com alguma dificuldade subi os degraus. Olhei para meu pai e o abracei, mas ele sequer olhou em meus olhos. Algo tinha acontecido.

Então, antes que eu pudesse me arrepender por estar ali, uma mão enrugada pagou meu braço direito e me puxou para dentro da casa tão rápido que mal pude ouvir meu próprio grito abafado.

- Pai!

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⏰ Última atualização: Jan 26, 2022 ⏰

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