O pânico tomou conta do meu corpo.
- O que aconteceu com meu pai? - Perguntei, já sentindo minhas mãos tremerem.
- Ele foi levado.
Não consegui raciocinar depois que ele disse aquelas palavras. Eu não estava entendendo, e acho que nem queria entender.
- Depois que nós a resgatamos, eu fui a sua casa conversar com seu pai, e me deparei com a casa revirada, toda destruída, e ele não estava em lugar algum.
Eu queria mandar ele calar a boca, queria dizer o quanto é um idiota por achar que alguém teria motivos para sequestrar meu pai, mas eu sabia, eu sentia que ele estava dizendo a verdade.
- Mas por quê? Por que alguém faria isso? Como pode ter certeza de que ele foi mesmo levado por alguém, como pode saber? - Eu senti as lágrimas caírem, não queria acreditar, meu pai sempre estivera comigo, sempre, em todos os momentos da minha vida, e agora ele simplesmente foi tirado de mim, como uma criança que tem seu brinquedo favorito roubado.
- Deixaram um... um bilhete. - Marcos diz, totalmente arrependido por ter me contado.
Limpei as lágrimas na minha bochecha.
- Eu quero ler.
Ele colocou as mãos nos bolsos e tirou um papel amassado de dentro dele.
- Tem certeza? - Ele me olhou. - Você pode ler amanhã.
- Não, eu quero ler agora. - Peguei o papel dele com determinação e o abri.
"Sabemos o que os dois fizeram, sabemos que vocês os acobertaram, e sabemos que estão com a garota. Vamos encontrá-la, e Clara também, vocês infligiram o acordo e vão pagar."
Dobrei o papel e respirei fundo. Eu não tinha a menor ideia do que eles estavam falando, mas de uma coisa eu sabia, se sabiam sobre nós, sabemos sobre eles.
- Quem deixou esse bilhete?
- Não sei. - Marcos não olhou nos meus olhos, sabia que ele estava mentindo.
- Quem deixou esse bilhete Marcos? - Alterei a voz .
Dessa vez ele olhou nos meus olhos.
- Não posso te contar, sinto muito.
Me enfureci.
- Como assim não pode me contar?! Está dizendo que sabe quem pegou meu pai e não quer me contar?! É isso o que eu ouvi?! Foi isso mesmo que eu ouvi! - Gritei, ignorando a dor que se formava na minha cabeça.
- Calma. - Ele pegou meus braços.
- Me solta! - Gritei, puxando minhas mãos - Eu posso aceitar tudo Marcos, tudo! Anjos, poderes, amuletos, nefilins, opostos, futuro, presente, tudo! Mas não posso aceitar uma coisa, perder o meu pai! Então você vai me contar, e vai me contar agora quem mandou esse bilhete!
Ele olhou pra mim, sem dizer nada. Minha respiração estava ofegante, meus braços tremiam, a dor na minha cabeça aumentou, então pontos pretos começarem a dançar na minha visão.
- Marcos, eu acho que... - Não consegui terminar a frase, senti minhas pernas me abandonarem e meu corpo cair na grama.
- Luce! - Ele gritou enquanto eu via a imagem à minha frente se apagar e desaparecer por completo.
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Minguante
FantasiLuce sempre foi uma garota esquisita, tinha sonhos e sensações sobre o futuro que as pessoas a sua volta não conseguiam entender, mas a verdade era que nem mesmo ela entendia. Tudo piorou quando seu pai recebeu uma proposta de emprego e eles se muda...