Capítulo 18

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Aquilo soou como um soco no estomago, como assim ele prevê o futuro? Nem sei se eu  prevejo o futuro.

- Vem - Ele pegou meu braço, antes que eu pudesse contestar, e me aproximou até a porta. -  Eu quero te mostrar uma coisa. - Seu toque me fez gelar.

Ele abriu a porta e me conduziu até um corredor estreito, que ficava á esquerda da escada que ligava a sala com a cozinha.

- Pode entrar. - Ele disse fazendo um sinal  para que eu entrasse no comodo escuro e empoeirado à minha frente

Hesitei um pouco, mas no fim a curiosidade venceu, abri a porta e inclinei a cabeça para dentro do comodo, averiguando o lugar.

Por um momento tudo o que vi foi escuridão, mas aos poucos uma imagem de uma sala foi se formando, iluminada por poucas velas, nela haviam algumas pessoas que pareceram não me notar.

Desci as escadas com desdem, tentando não fazer barulho.

- Você acha que ele é o amuleto dela? - O mesmo garoto baixinho de olhos verdes perguntou, assim como no meu sonho.

Não pude deixar de por a mão na boca, caso contrario gritaria de pura adrenalina. Estava acontecendo de novo.

- Não diga besteiras, um amuleto humano?? Você tem muita imaginação. - Tudo se repetia de modo idêntico ao sonho, como um DVD riscado.

- O que você acha que pode ser o amuleto dela então? - Tentei entender do que eles falavam, mas eu não conseguia raciocinar, o que diabos era um amuleto??

- Sei lá, pode ser qualquer coisa importante pra ela.

Naquele momento eu sabia o que ia acontecer, Anna entraria pela porta fazendo meu corpo enter em colapso. 

Assim que me lembrei disso dei um passo para o lado, me escondendo na escuridão que se alojava atrás de um móvel.

Dito e feito. Assim que me mexi a porta se abriu e Anna entrou, segurando sua maça.

- Oi gente. - ela disse, radiante, dando uma mordida na fruta.

Tentei conter o formigamento que percorria meu corpo, não entendia por que aquilo acontecia perto dela.

- Oi Anna. - Todos responderam da mesma forma que no sonho, hipnotizados por sua beleza.

- A garota já acordou?- Ela perguntou jogando seus cabelos para trás, parecia saber exatamente como os meninos ficavam perto dela, levando em conta que aquela sala só tinha meninos, tirando eu e ela, claro.

- Não - Todos disseram de uma vez e eu percebi algo que não tinha percebido no sonho, eles estavam falando de mim.

Não consegui me conter, assim que Anna sentou-se com o grupo eu respirei fundo e lentamente sai do meu esconderijo escuro.







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