Capítulo 8

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- Não. - Ele sorriu - Talvez você seja médium, sei lá.

Aquelas palavras fizeram meu coração bater em ritmo acelerado, eu nunca tinha pensado naquela possibilidade.

Ele olhou para mim e sorriu.

- Talvez você seja só um pouquinho louca.

Eu ri, entrando na brincadeira.

- Você não têm medo que eu possa ser algum tipo de aberração?

- Aberração? Olha só pra você, parece mais um aliem esquisito do futuro. - Sua voz era sarcástica.

Eu ri ainda mais, não que fosse algo engraçado, mas ele conseguia, de alguma forma, me fazer rir verdadeiramente.

- Idiota! - Dei um empurrão no braço dele, que fingiu uma cara de dor.

- Ai! - Ele reclamou.

- Para, nem doeu.

- Doeu sim, sua mão é pesada em.

- Acho que está mais pra você ser um completo fracote. - Dei- lhe um sorriso malvado.

- Você não devia ter dito isso. - Ele se aproximou de mim devagar, fiquei com medo, ele levantou as mãos e,  inesperadamente começou a fazer cócegas na minha barriga.

Gargalhei sem parar no mesmo instante.

- Retire o que disse! - Ele exigiu.

- Nunca! - Gritei, quase sem fôlego.

- Retire!

Ele começou a fazer mais cócegas.

- Tá... bom, eu... retiro. - Respondi em meio as gargalhadas.

Ele parou.

Recuperei o fôlego.

- Assim não vale - Reclamei. - Esse é o meu ponto fraco.

Ele não respondeu, estava olhando para a janela.

- Thomas, o que foi? - Olhei para a janela, tentando ver o que ele estava vendo.

O céu estava cinza, as nuvens estavam quase negras, formando um borrão no céu. Escutei relâmpagos ao longe.

Uma tempestade estava vindo.

Olhei para Thomas, que estava paralisado.

- Tudo bem? - Perguntei, colocando uma de minhas mãos em seu ombro.

- Tudo, é que eu tive uma sensação estranha. - Ele voltou a olhar para mim - Acho melhor a gente ir lá pra sala.

Concordei.

Quando estávamos na porta da cozinha, senti fome.

- Espera. - Fui até a geladeira e peguei uma fatia de queijo. - Agora sim. - Coloquei o queijo na boca.

- Nossa, você ainda está com fome? - Ele ficou surpreso.

Não respondi, apenas continuei comendo.

Sentei no sofá da sala, olhei para o relógio na estante: 18:35.

Quase engasguei.

- Caramba! Olha a hora! Eu fiquei inconsciente por tanto tempo assim?

- Sim.

- Lá se vai o meu sábado. - Afundei no sofá.

Ficamos em silêncio, senti que estava esquecendo de alguma coisa.

Olhei de relance para a mesa de centro e lá estava ela.

A caixa.




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