- Não. - Ele sorriu - Talvez você seja médium, sei lá.
Aquelas palavras fizeram meu coração bater em ritmo acelerado, eu nunca tinha pensado naquela possibilidade.
Ele olhou para mim e sorriu.
- Talvez você seja só um pouquinho louca.
Eu ri, entrando na brincadeira.
- Você não têm medo que eu possa ser algum tipo de aberração?
- Aberração? Olha só pra você, parece mais um aliem esquisito do futuro. - Sua voz era sarcástica.
Eu ri ainda mais, não que fosse algo engraçado, mas ele conseguia, de alguma forma, me fazer rir verdadeiramente.
- Idiota! - Dei um empurrão no braço dele, que fingiu uma cara de dor.
- Ai! - Ele reclamou.
- Para, nem doeu.
- Doeu sim, sua mão é pesada em.
- Acho que está mais pra você ser um completo fracote. - Dei- lhe um sorriso malvado.
- Você não devia ter dito isso. - Ele se aproximou de mim devagar, fiquei com medo, ele levantou as mãos e, inesperadamente começou a fazer cócegas na minha barriga.
Gargalhei sem parar no mesmo instante.
- Retire o que disse! - Ele exigiu.
- Nunca! - Gritei, quase sem fôlego.
- Retire!
Ele começou a fazer mais cócegas.
- Tá... bom, eu... retiro. - Respondi em meio as gargalhadas.
Ele parou.
Recuperei o fôlego.
- Assim não vale - Reclamei. - Esse é o meu ponto fraco.
Ele não respondeu, estava olhando para a janela.
- Thomas, o que foi? - Olhei para a janela, tentando ver o que ele estava vendo.
O céu estava cinza, as nuvens estavam quase negras, formando um borrão no céu. Escutei relâmpagos ao longe.
Uma tempestade estava vindo.
Olhei para Thomas, que estava paralisado.
- Tudo bem? - Perguntei, colocando uma de minhas mãos em seu ombro.
- Tudo, é que eu tive uma sensação estranha. - Ele voltou a olhar para mim - Acho melhor a gente ir lá pra sala.
Concordei.
Quando estávamos na porta da cozinha, senti fome.
- Espera. - Fui até a geladeira e peguei uma fatia de queijo. - Agora sim. - Coloquei o queijo na boca.
- Nossa, você ainda está com fome? - Ele ficou surpreso.
Não respondi, apenas continuei comendo.
Sentei no sofá da sala, olhei para o relógio na estante: 18:35.
Quase engasguei.
- Caramba! Olha a hora! Eu fiquei inconsciente por tanto tempo assim?
- Sim.
- Lá se vai o meu sábado. - Afundei no sofá.
Ficamos em silêncio, senti que estava esquecendo de alguma coisa.
Olhei de relance para a mesa de centro e lá estava ela.
A caixa.
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Minguante
FantasíaLuce sempre foi uma garota esquisita, tinha sonhos e sensações sobre o futuro que as pessoas a sua volta não conseguiam entender, mas a verdade era que nem mesmo ela entendia. Tudo piorou quando seu pai recebeu uma proposta de emprego e eles se muda...