Capítulo 17

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Ele coçou a barba e inclinou-se na cadeira.

- Estão acontecendo coisas demais para explicar de uma vez.

O silêncio pairou sobre o lugar, fazendo com que eu ouvisse o som do meu coração, e a respiração do homem à minha frente.

- Onde estou? - Me surpreendi com o som da minha própria voz.

- Você está em minha casa - Ele balançou os braços. - Mais precisamente no meu quarto.

- Por que estou aqui? - naquele momento me lembrei de como tinha parado naquele lugar, me lembrei na noite, da chuva e me lembrei de Thomas.

- Onde está meu amigo? - Levantei da cama, sem dar chance dele responder minha última pergunta. - O que vocês fizeram com ele?

- Não se preocupe, ele esta bem.

- Mas eu vi vocês largarem ele ferido no meio da mata. - No exato momento em que eu disse aquilo ele se levantou, me fazendo pela primeira vez, sentir medo.

- Você viu acontecer, ou quando ainda não tinha acontecido? - Senti pelo seu tom de voz que ele já sabia a resposta para aquela pergunta.

- O que você quer dizer com isso?

- Quero dizer que sei sobre seus dons.

Dons?

Por que ele dissera aquela palavra no plural?

Tentei raciocinar o que tinha acontecido, mas não obtive sucesso.

- Você não é a única que os possui.

Naquele momento o mundo havia parado pra mim, tudo o que eu via e ouvia era um zunido sem forma.

- Como assim? - Consegui dizer.

- Eu sei que você pode ver o futuro- Ele chegou mais perto, fazendo com que meu medo aumentasse. - Eu também posso.




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