Capítulo 2

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A manhã estava clara, e o vento soprava gelado, fazendo meu cabelo voar, do jeito que eu gostava.

Os vizinhos estavam todos quietos em suas casas, pareciam ainda estar dormindo. Eu ainda não tinha me acostumado com o clima frio, sentia falto do calor de 38° graus do Rio, das pessoas sorridentes e da praia, nossa como eu sentia falta da praia.

Fui em direção ao carro, uma BMW preta modelo antigo, que eu ganhara do meu pai no meu aniversário de dezesseis anos. Pode-se dizer que vivemos bem, meu pai era um cirurgião renomado no Brasil e veio pra cá por causa de uma proposta de emprego. O que significa que temos grana, mas também que não tenho meu pai sempre que preciso.

Entrei no carro e coloquei a chave no contato, normalmente ele estaria todo sujo, mas antes da mudança eu o lavei, não queria parecer uma porca no primeiro dia de aula.
Já havia colocado no GPS o endereço da escola, dei partida no motor e comecei a dirigir.

***

Depois de errar algumas ruas, consegui chegar ao colégio.

Estacionei meu carro longe da escola, pois o estacionamento estava lotado, assim como a frente do lugar. Tinha gente de todos os tamanhos e roupas, mas ninguém pareceu me notar.

A escola tinha uma arquitetura velha, sua fachada era cor cinza claro com brando, tinha janelas grandes de vidro e duas portas enormes na entrada.

O sinal tocou e todos começaram a entrar, fiz o mesmo e entrei, mas assim que pisei no prédio minha dor de cabeça ficou mais forte, tentei ignorar e prosseguir.

A escola por dentro era da mesma cor, cinza e branca, com corredores grandes e armários vermelhos, demorei um pouco até encontrar o meu, que ficava ao lado do armário de uma garota ruiva.

Todos começaram a ir para suas salas, nesse momento fiquei totalmente perdida, não sabia para que lado ir.

No papel que imprimi da internet estava escrito "sala 13, aula de biologia", mas eu não sabia onde ficava essa sala.

O corredor começou a ficar vazio, eu não podia me atrasar no primeiro dia.

- Perdida? - Disse uma voz feminina atrás de mim.

Quando me virei vi uma garota magra, mestiça, de cabelos totalmente azuis. Tinha pele clara e olhos castanhos, estava usando uma blusa do Arctic Monkeys, calça jeans skine preta e alargadores nas orelhas.

- Um pouco. - Tive de admitir.

- Qual sala você está procurando?

Nessa hora já não havia ninguém nos corredores.

- 13.

- Siga em frente por esse corredor, depois vire à esquerda, é a primeira porta. - Ela fez gestos com a mão.

- Te devo uma.

- Não foi nada.

Ela já estava indo, mas voltou e disse:

- Aproposito, me chamo Konan.

- Sou Luce.

- Nos vemos por aí Luce. - Ela saiu correndo, virou à esquerda em um corredor e sumiu.

Segui as coordenadas de Konan e cheguei à uma porta com o número 13 em cima.

Lá dentro parecia estar acontecendo a terceira guerra mundial, respirei fundo e bati.


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