Capítulo 11

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Imediatamente tomei o livro da mão de Thomas, que levou um susto.

- Que desespero. - ele indagou, sorrindo.

- Não estou desesperada. - Olhei para o livro. - Apenas curiosa.

Lentamente, virei sua capa para a esquerda, deixando amostra a primeira folha de seu interior, nela estava escrita a seguinte estrofe:

" A noite, seu brilho ilumina a cidade.
Sua beleza e complexidade, encantam todos,
na mesma intensidade."

- Lua

Suspirei.

As folhas eram todas amareladas e aparentavam ser bem velhas, sua escrita era toda feita à mão e sua textura era seca e grossa.

Pulei para a pagina seguinte, nela, haviam escritos três tópicos:

1- Sei que tem muitas perguntas, vou responder todas elas ao longo do guia, não se preocupe.

Então aquilo era um guia. - pensei, quase falando em voz alta.

Comecei a ler mais rápido.

2-Agora tudo o que você precisa fazer é se acalmar, pois o que estou prestes a revelar vai mudar sua vida para sempre.

Respirei fundo.

- Deixa eu ler. - Thomas chegou mais perto, me empurrando e tirando minha concentração. - O que está escrito ai?

Lancei- lhe um olhar de reprovação e ele simplesmente ignorou.

- Se você me deixar ler talvez eu responda. - Voltei a olhar para o livro. - Parece ser algum tipo de guia, ou qualquer coisa assim.

Continuei.

3- Eu sei que você já deve ter notado as estranhas sensações que rondam você, as fortes dores na cabeça e alguns desmaios, mas principalmente você já deve ter estranhado os sonhos misteriosos que anda tendo. Estou aqui para dizer que nada disso é completamente normal, pelo menos para humanos comuns, e também para dizer que seus sonhos não são apenas sonhos, são previsões.

Fechei o livro com força.

Previsões?!

- O que foi? - Thomas perguntou.

- Isso é perda de tempo, é um monte de bobagens, tudo isso é uma grande bobagem. - Parei para raciocinar. - Não vou ler isso.

Thomas me olhou, confuso.

- Pensei que você quisesse saber sobre seus sonhos?

- E eu quero, mas não consigo acreditar nisso, simplesmente não consigo. - Minha voz falhou por um instante. - Deve haver outra forma de descobrir o que eles significam, tem que haver uma explicação lógica para isso.

Ele revirou os olhos e eu percebi sua indignação.

- Qual é Thomas? Você acredita mesmo nisso, previsões?!

Aguardei sua resposta.

- Pode ser, você não disse que sonhou comigo antes mesmo de me conhecer? - Ele olhou no fundo dos meus olhos.

Thomas tinha razão, eu havia sonhado com ele, com Konan e com pessoas que ainda não conhecia, e tudo aquilo ficava rondando minha mente, todo o tempo, me torturando.

A parte racional do meu cérebro dizia que aquilo não passava de pura besteira, e que eu vivia no MUNDO REAL, não numa história de contos de fadas.

Meus pensamentos me consumiam, e eu não sabia o que achar de tudo aquilo.

- Tive uma ideia. - Thomas disse, levantando-se. - Vem comigo.

- Pra onde? - Fiquei curiosa.

- Você vai ver.



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