Capítulo 16

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- Você sabe quem eu sou? - Alguém cujo o rosto me era familiar perguntou.

Neguei com a cabeça.

- Eu sou sua mãe, bobinha.

Assim que ela pronunciou aquelas palavras meu coração acelerou, eu não possuía lembranças suficientes para me lembrar de sua voz, que era doce e calma.

Encarei seu rosto o máximo que pude tentando entender o por quê de eu não a ter reconhecido antes.

- Estou aqui para te contar algo que nunca tive a oportunidade de contar. Você é diferente de todas as garotas que vai conhecer e diferente de todos os médiuns que vai ouvir falar - Ela falava rápido. - Nunca se esqueça disso.

- Por quê você foi embora? - Foi tudo em que conseguir pensar.

- Para proteger as pessoas que amo. - Ela sorriu. - Você vai saber quando chegar a hora.

No mesmo instante minha mente ficou congestionada por perguntas, mas no momento em que abri a boca para perguntar o que estava acontecendo, tudo o que se encontrava à minha frente, desapareceu, e eu fiquei na completa escuridão.

***

Abri os olhos devagar, que encontraram a imagem de um ventilador de teto, rodando levemente, cercado por uma luz fraca que penetrava o quarto através da janela.

Senti minha cabeça doer assim que pisquei.

Eu estava deitada na cama de um quarto, muito bagunçado por sinal.

Apenas no instamte em que me sentei na cama percebi a figura de um homem à minha frente, sentado em uma cadeira velha, feita de madeira.

- Finalmente acordou, você dormiu por três horas, sabia? - Ele sorriu, quase como se estivesse feliz em me ver, sua expressão era feliz e alegre.

Encarei-o atentamente. Ele vestia uma calça marrom suja de lama, um casaco preto simples e botas. Seu cabelo era quase todo grisalho e ele aparentava estar nos seus quarenta anos.

- Quem é você? - peguntei, tentando me lembrar como tinha parado no quarto de um desconhecido.

- Meu nome é Marcos, sou um grande amigo da sua família. - Ele fez uma pausa. - E você é a Luce, certo?

- Sim, mas não me lembro do meu pai ter comentado sobre você. - Eu disse, tentando não transparecer o pavor que sentia.

- É porque nossa amizade era um segredo, mas como você encontrou seu amuleto, eu pude me revelar.

Fiquei mais confusa do que estava, eu já tinha ouvido falar sobre amuletos em um sonho, mas não sabia exatamente o que significava.

Ele percebeu minha total confusão.

- Não se preocupe, vou explicar tudo o que quiser saber. - Ele sorriu.

Por algum motivo minha ansiedade diminuiu consideravelmente, e eu fiz a pergunta que mais tinha feito nos últimos dois dias.

- O que está acontecendo?

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