Capítulo 47

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Assim que Marcos terminou de falar minha mente fez uma conexão imediata com uma memória recente.

- Espera, você disse pacto?

- Sim. - Ele respondeu. - Existe um tratado de paz entre nós e os  crescentes.

Comecei a andar em círculos.

- Isso não me é estranho.

Tinha alguma coisa ali, alguma coisa importante.

Marcos me encarava apreensivo.

Pacto. Pacto. Pacto. Minha mente fervia.

- Já sei! - Gritei, assim que entendi o que estava bem na minha frente. - O bilhete, lembra?

Marcos me olhou e assentiu, relutante. Estava claro que ele sabia do que eu estava falando, mas não queria que eu fizesse as correlações.

Eu fiz assim mesmo.

- Isso estava escrito no bilhete que deixaram na minha casa. No bilhete que você me entregou.

- Luce... - Marcos começou.

-  Eu preciso encontrar esse papel. Deve estar por aqui.

Comecei a procurar desesperadamente pelo pedaço de papel que talvez pudesse me ajudar a entender o que estava acontecendo.

- Luce. - Marcos chamou, mas eu ignorei. Precisava encontrar o bilhete.

- Luce. - Ele tentou uma segunda vez. - Não é melhor procurar isso depois? - Ele disse. - Você ainda não se recuperou totalmente.

Revirei os olhos.

- É sério Luce, ter uma previsão tão específica exige muito de nós.

Me enfureci.

- Qual é o seu problema em? - Parei de revirar as coisas e o encarei. - Responde! Qual é o seu problema?

- Luce, eu... - Ele não terminou, e nem tinha o que terminar.

- Você sempre faz isso, sempre me aconcelha a deixar pra lá, nunca me deixa saber a verdade. - Cheguei mais perto dele. - Do que você tem medo? Será que tem alguma coisa sobre você que eu não deveria saber?

Ele engoliu em seco e eu acertei em cheio.

- Eu só estou tentando te proteger, só isso.

- Não sei se alguém já te disse isso, mas você é um péssimo mentiroso.

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