Capítulo 40

102 10 2
                                    

Thomas me levou até o refeitório, que era grande e cheio de mesas.

- Seus amigos estão ali. - Ele apontou para uma mesa onde estavam sentados todos, inclusive Ben, que parecia pouco à vontade.

Andamos até lá e todos olharam para nós, só pararam quando eu e Thomas nos sentamos a mesa.

- Gente. - Chamei, e olharam pra mim no mesmo instante. - Esse é Thomas.

- Oi. - Ele disse meio sem jeito.

- Oi Thomas. - Todos responderam, menos Ben.

-  Ele é o meu amuleto. - Eu disse, rápido e baixo.

De repente todos ficaram em silêncio, tudo pareceu ficar quieto, até mesmo as mesas ao redor pareciam silenciosas.

- Isso é impossível. - Ben disse, olhando fixamente para Thomas. - Não existem amuletos humanos.

- Mas eu sinto, sinto de verdade. - Eu disse, impressionada com meus próprios dons. - Eu sei que é ele, eu sinto.

- É verdade Ben. - Lucas disse. - Se prestar atenção, você sentirá.

Ben olhou para nós, fechou os olhas por um instante e rapidamente os abriu.

- Droga. - Ele disse, levantando-se da mesa e saindo.

- Não liguem pra ele. - Gabrielle disse. - Provavelmente deve haver alguma explicação no seu guia.

- Eu vou olhar. - Disse, mas quando estava prestes a abri-lo tive uma sensação estranha.

- Você não me disse que tinha tantos amigos. - Uma voz feminina falou atrás de mim, e imediatamente eu a reconheci, era Konan.

Ela se aproximou e sentou-se ao lado de Anna, que sorriu para ela.

- Gente, essa é a Konan. - Apontei para a garota de cabelos azuis a minha frente. - Foi ela quem me ajudou quando eu estava perdida no primeiro dia de aula.

Todos fizeram expressões de espanto. 

- Não precisa me apresentar, só vim dizer oi mesmo, eu já vou indo.

Ela esboçou um sorriso e se virou para sair.

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa ela tropeçou e quase caiu com tudo no chão, por sorte Anna segurou seu braço.

- Caramba, obrigada. - Ela sorriu para Anna. - Foi um prazer conhecer vocês.

- Tchau. - Todos dissemos ao mesmo tempo, exceto Anna, que parecia assustada com algo.

- O que foi? - Perguntei.

- Quando ela caiu eu... - Ela hesitou. - Eu pude ver o passado dela.

E então eu soube, Konan era mais perigosa do que eu imaginava. Eu não sabia como, mas sentia o medo de Anna.

- O que você viu? - Leo perguntou.

- Eu... Eu

- Tudo bem Anna, não precisa dizer se não quiser. - Eu disse.

Ela assentiu. 

- Caramba em gente, que climão. - Thomas disse, fazendo Gabrielle rir, e eu quase esquecera de que ele estava lá. - Vou pegar algo pra comer e já volto. - Ele piscou pra mim e saiu, me fazendo rir.

Assim que ele deixou a mesa, senti a fome dentro de mim aumentar. Peguei o pão que Marcos havia preparado e devorei-o com vontade.

- Caramba Luce. - Gabriel disse. - Que fome em.

- Na verdade ela come assim mesmo. - Lucas disse. - Igual a um cavalo.

Joguei minha mochila na cara dele.

- Idiota.

Ele riu.

- Acho melhor você dar uma olhada no guia. - Leo disse, antes que eu pudesse digerir o momento descontraído que acabara de acontecer.

- É verdade, vou começar agorinha.

- Espere. - Gabriel interveio. - É melhor você ir até a biblioteca, lá terá mais privacidade.

- Concordo. - Leo disse, ajeitando seus óculos com o dedo indicador.

- Tudo bem então. - Respondi. - Vou até a biblioteca.

Peguei minha mochila, meu guia e me levantei.

- Por favor, avisem o Thomas aonde eu fui, mas não deixem que ele me siga. - Todos assentiram. - Vejo vocês na saída. 

MinguanteOnde histórias criam vida. Descubra agora