Capítolo 6

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Pus minhas mãos ao redor da cabeça, a fim de cesar a dor, mas aquilo não ajudava em nada.

- O que foi Luce? - Thomas colocou suas mãos em meus ombros.

- Thomas, me ajuda! - Senti as lágrimas escorrendo em minhas bochechas.

- O que está acontecendo? 

- É a minha cabeça, parece que vai explodir!

- O que você quer que eu faça? - Pude ver a preocupação nos olhos dele.

- Eu não sei, tenta...

De repente tudo ficou embaçado, o que eu via não fazia mais sentido, o mundo ficou sem vida, sem cor.

Senti mãos em meu corpo,  me puxando, depois ouvi alguém dizer:

- Minguante.

Foi a última coisa de que me lembro, antes de tudo apagar, como se alguém tivesse desligado uma televisão.

                                                                              ***

A casa onde eu estava era ampla e clara, totalmente vazia e sem móveis.

Eu vi um casal, eles dançavam apaixonadamente, ela estava com os pés em cima dos deles.
( imagem da multimídia)

- Eu disse que você sabia dançar. - Ele sussurrou no ouvido dela.

Ela sorriu e beijou a ponta do nariz dele

Assim que ela fez isso eu os reconheci, aqueles eram os meus pais.

Meu pai sempre me falou como achava lindo os beijos que minha mãe dava em seu nariz.

Minha mãe.

Eu não me lembro bem dela, só que tinha cheiro de rosas e que sempre bagunçava meus cabelos.

Ela estava linda, seus olhos negros brilhavam.

Senti vontade de chorar, queria ver minha mãe, sentia falta dela.

De repente a cena mudou.

Eu estava no mesmo lugar, mas meus pais haviam sumido.

O silêncio pairou sobre a casa, o tempo passou depressa.

Ouvi a porta bater.

- Pai? 

Não era meu pai, era Konan. Consegui reconhece-la pelas roupas e o cabelo azul. O que ela estava fazendo aqui?

- Konan? O que faz aqui? E como sabe onde eu moro?

Ela passou por mim como se eu não existisse.

Pronto, mais um daqueles sonhos estranhos  nos quais eu sou invisível.

Konan tinha uma expressão séria e determinada.

Ela parou em frente à uma parede da sala e arrancou o piso com as mãos.

Lá dentro tinha um frasco, com um liquido verde dentro.

Ela pegou-o com determinação, e quando estava prestes a beber alguém chega.

 Que para a minha surpresa, era eu.

Meus cabelos estavam mais longos, no meu braco esquerdo tinha uma tatuagem, mas eu não conseguia ver o desenho.

- Você? - Konan me olhou com surpresa. - Como ainda esta viva?

De repente seu olhar se transformou em ódio.

- O que eu preciso fazer para me livrar de você?! - Ela gritou.

Meu clone  se aproximou lentamente dela.

- Konan, eu sei como se sente, esse não é o caminho.

- O que você sabe sobre mim?! - Seus olhos estavam cheios de lágrimas. - Você não sabe de nada!

- Eu sei sobre seus pais. - Ela disse, sem hesitar.

- Então sabe porque eu quero fazer isso.

- Sim, eu sei. - Ela respondeu, mesmo sabendo que Konan não lhe fizera nenhuma pergunta.

- Então por quê não se junta a mim? Nós duas seremos invencíveis juntas.

- Você sabe que eu não posso. Não é assim que as coisas funcionam.

- Eu sabia! Você é como todos os outros, acreditam que o mundo pode mudar, que as pessoas podem melhorar, mas eu sei que para isso acontecer a morte tem que vir primeiro.

Depois disso ela abriu o frasco e bebeu o liquido, antes que eu pudesse fazer qualquer coisa.

- Não! - Meu clone gritou.

Então a cena escureceu, com o ruido da minha própria voz.









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