CAPÍTULO 36

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Ariel

Leandros abriu a porta do seu Audi prata e pulou para fora, furioso como um leão. Fechou a porta do carro com um golpe violento e veio na nossa direção.

Ele caminhava rápido, com passos largos e decididos. Seus olhos estavam vermelhos e sombrios e ele estava com uma expressão séria no rosto, com os olhos fixos na direção do motorista ao meu lado.

Droga. Eu não sabia se pedia para o Nathan dar ré e ir embora, se saia do carro e tentava acalmar Leandros. Mas enquanto eu pensava, Leandros agia.

Ele veio direto na direção do Nathan no banco do motorista.

Tanto eu como Nathan, éramos treinados para ocasiões como essa, aonde a violência poderia ser usada a qualquer momento. Nathan se mantinha muito controlado, e seus olhos não desgrudavam da figura do Leandros vindo para cima dele.

--- Fica aqui dentro, não sai pra fora --- eu pedi para o Nathan, que olhava o Leandros vir como se estivesse esperando por uma briga. --- Vou tentar resolver isso...

Tarde de mais...

Leandros nem tentou abrir a porta, ele levantou o punho e deu um soco no vidro do carro, com a mão machucada dele. Tudo estremeceu e o vidro chegou a tremer, junto com todo o meu ser. Mal ele deu o primeiro murro, logo em seguida já deu outra borrada. O vidro não aguentou e se quebrou.

Tudo muito rápido e sem dar tempo de nada, Leandros enfiou o seu braço forte para dentro do carro e abriu a porta, rosnando igual um animal. Ele pegou na farda do Nathan com as duas mãos e o puxou para fora, arrancando o corpo dele com um gesto violento de dentro do carro e tacou no chão, partindo para cima dele sem dar chance do outro respirar.

Eu olhei pela porta aberta e vi Leandros subir em cima do Nathan e desferir socos em sequência na cara dele. Com muita violência e brutalidade.

Abri a porta do carro e saltei para fora, assustada pela violência dele, eu fiquei com medo de chegar perto. Eu já tinha visto de tudo nessa vida, mas um homem reagir desse jeito, só por uma carona, isso me fez ficar com medo. Pois se ele está fazendo isso com o Nathan, que era amigo dele, imagina o que ele iria fazer comigo?

Eu já tinha visto vários casos de feminicidio, e era desse jeito, que a desgraça começava.

Mas mesmo sabendo disso, eu cheguei até eles o mais rápido que pude e gritei.

--- Leandros, para com isso!

Leandros olhou para mim por cima do ombro e disse, com os dentes cerrados.

--- Não se mete --- ele me alertou rosnando.

E deu outro soco na cara do Nathan, só que dessa vez, Nathan, que até então estava desnorteado, reagiu. Nathan desviou do soco virando sua cabeça para o lado, e então a mão do Leandros acertou direto o asfalto. Nathan desferiu um murro nele que chegou até a estralar. E então empurrou Leandros com as pernas, conseguindo tomar espaço para se levantar.

Leandros partiu para cima do Nathan outra vez, só que antes de chegar a encostar nele, Nathan sacou uma arma e a apontou bem no rumo da cabeça do Leandros.

E aí eu entrei no meio dos dois, empurrando Leandros para longe e abrindo a mão na direção da arma de Nathan, dando sinal para ele não atirar.

Os dois homens eram grandes e fortes, mas o que não entrava na minha cabeça, era como o Leandros pode ter quebrado o nariz do Nathan - um cara treinado pela aeronáutica e que tinha passado praticamente a vida toda dele dentro do quartel, e que eu nunca tinha visto ser intimidado por nenhum homem - com tamanha facilidade. 

Duas Semanas De Puro PrazerOnde histórias criam vida. Descubra agora