Quais eram as chances de encontra o homem de olhos azuis e voz rouca no casamento da minha amiga? E ainda por cima ele também era o padrinho!
Acho que eu tinha ficado branca quando o vi do lado do noivo na hora em que botei os pés na igreja! E santo Cristo, fiquei terrivelmente excitada vendo ele vestido com um terno preto perfeitamente alinhado no seu corpo. O cara usava uma gravata azul que combinava com meu vestido e com os olhos dele.
Como a Angie perdeu o pai muita cedo e a sua mãe estava no Egito em um projeto de caridade, eu, como sendo sua amiga á milianos, me ofereci pra acompanhar ela até o altar.
A ligação que eu tinha com ela era tão forte quanto a que eu tinha com minhas duas irmãs de sangue. Sentia que a Ângela era uma extensão de mim, e eu sabia que o sentimento era mútuo.
De todo o trajeto da porta de entrada até o altar, o cara, que estava do lado do noivo, não tirou seus olhos de mim. E eu não consegui tirar meus olhos dos dele.
E durante toda a cerimônia, tive que ficar ao lado dele e fingir que eu estava focada no casamento, mas era impossível. Era impossível! A carga de energia que o corpo dele passava pro meu, me deixava com uma febre de 40°. O incrível é que ao mesmo tempo que eu estava morrendo de medo, eu também estava surpresa por ele ter esse efeito devastador sobre mim.
Eu sabia muito bem o que era química, já tinha experimentado isso ao decorrer da minha vida. Mas isto aqui... Era fora do normal. Totalmente fora do normal. Meu sinal de alerta tocava alto toda vez que ele olhava pra mim.
Era como se meu subconsciente dissesse; CUIDADO, GAROTA. ESSE AI É PERIGOSO.
Quando a cerimônia acabou, fomos para o salão de festas não muito longe da igreja. E meus nervos estavam a flor da pele. Aparentemente, eu estava dispensa de mais pra parecer normal. E tentava não olhar na direção dele.
Mas... Não conseguia manter meus olhos afastados por mais que eu me esforçasse ao máximo. E lá estava ele, em uma roda de homens com o Gustavo e a Ângela. Ele não estava dando a mínima pra conversa entre eles, só olhava pra mim como um predador. Sua pose estava descontraída, ele mantinha uma mão no bolso e a outra segurava uma taça de champanhe.
Então, ele levantou a taça e sorriu pra mim. Os olhos dele diziam: se você fugir, vai ser pior.
— Ariel! — Jéssica quase gritou.
— Meu Deus! Quer me deixar surda? — eu retruquei, focando nas meninas á minha frente.
— O que tá acontecendo com você hoje, guria? — Antônia me perguntou com teu típico sotaque sul mato-grossense.
Pra disfarçar, eu tomei um gole do meu champanhe, fechando os olhos ao sentir ele espumar na minha boca.
— Como assim? — eu perguntei.
— Você tá avoada, parece até que está preocupada com alguma coisa. O que foi? — Antônia perguntou mais uma vez.
Eu olhei minha taça nas mãos, tentando focar e arrumar uma desculpa plausível.
— Hm... Eu ando meio... Atolada de trabalho. Isso tá tirando minha paz de espírito.
Elas olharam pra mim e balançaram a cabeça, entendendo perfeitamente.
— Ah, nossa! Não é pra menos. Vi a entrevista que você deu no jornal essa semana, você arrasou na investigação! Mas tem que tirar um tempinho de folga, ou vai acabar ficando obcecada pelo trabalho. — Jéssica falou. — Digo por experiência própria! Ano passado estava pegando tanto casos pra defender que quase enlouqueci.
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Duas Semanas De Puro Prazer
Lãng mạnATENÇÃO, CONTEÚDO NÃO INDICADO PRA MENORES DE 18 ANOS! Uma carioca da gema escolheu Campo Grande, capital de Mato Grosso Do Sul, para se refugiar de um trauma. Sem nem mesmo suportar ter a lembrança do mar, ela se vê mergulhando nos olhos azuis de...