Ariel
- A onde vai almoçar? - Léo perguntou pra mim, batendo na minha porta e apoiado no batente.
- Porrr? - eu sorri, usando o sotaque sul mato-grossense, se bem que esse "Porrr" nunca mais iria soar como antes pra mim.
Isso, porque ouvi Leandros dizer. E o jeito que ele fez, foi um absurdo de tão sexy.
Eu estava no meu horário de almoço, cansada e um pouco irritada. Era a primeira vez que eu me sentia com TPM sem estar com TPM.
- Pra não gastar tanto petróleo. - Léo sorriu, mostrando seus dentes perfeitos. - Você sabe! Todo esse lance de aquecimento global...
Eu revirei os olhos, mas acabei rindo.
- Que belo argumento pra querer pegar uma carona comigo. - coloquei as minhas coisas dentro da bolsa e a fechei, falando. - Mas, se está tão preocupado com o planeta, passe a andar de bicicleta.
Peguei minha bolsa e caminhei pela minha sala organizada, passando por ele e fechando a porta. Léo era um cara grande, mas em mim ele não botava medo.
- E eu já estou andando. - ele me seguiu pelo corredor, com um sorrisinho.
Acenei á algumas agentes no caminho, enquanto eu andava para o lado de fora.
- Você? Andando de bicicleta? Duvido! - eu falei, vendo ele abrir a porta da frente pra mim.
- Quer apostar? - ele ergueu uma sombrancelha. - Se perder, a gente almoça juntos.
Franzi a sombrancelha pra ele. Analisando minhas chances.
- Tudo bem. E na onde está tua bicicleta Greenpeace? - eu perguntei quando estávamos andando pelo estacionamento.
Ele riu. E no final, me mostrou a bicicleta. Ela estava no bicicletário e com uma corrente. Eu suspeitei.
- E como vou saber se é sua?
Ele riu mais uma vez e tirou uma chave do bolso, e então foi lá e abriu o cadeado.
- Eu dirijo ou você dirige? - ele me olhou triunfante, fechando o cadeado de novo e ficando ao meu lado.
Eu suspirei e coloquei meus óculos escuros enquanto olhava pra ele.
- O carro é meu, espertinho. Quem dirige sou eu.
Eu sempre almoçava no restaurante da Ângela. Ficava na Afonso Pena e era um local movimentado. Angie cozinhava muitíssimo bem, só usando ingredientes frescos. Era sempre um prazer comer lá. Desde os cozinheiros a o garçons, tudo era impecável. Só questão de tempo pra ganhar uma Estrela Michelin.
E quando eu estacionei na frente do "Garota de Ipanema", vi uma camionete vermelha nos fundos do restaurante. Meu coração disparou na hora, quase saindo pela boca.
Não podia ser ele...
- Nossa... - Léo comentou, sentado no banco do passageiro. - Acho que não vai ter mesa pra sentar..
- Eu conheço a dona. - eu respondi, saindo do carro e ainda com o coração a mil.
Minha pressão baixou, só pela mera desconfiança da presença dele. Não consegui dormir á noite. E isso tudo por conta dele.
- Claro que conhece... - Léo se pos ao meu lado e passou um dos seus braços sobre os meus ombros. E eu estava tão avoada que nem tinha reparado. - Confesso que isso me intimida, nunca nem consegui entrar aí dentro.
- Hoje é teu dia de sorte... - eu sussurrei, ainda distraída.
As chances de encontrar o Leandros aqui eram praticamente nulas. Tudo coisa da minha cabeça. Respirando fundo, eu afastei esses pensamentos da minha cabeça.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Duas Semanas De Puro Prazer
RomansaATENÇÃO, CONTEÚDO NÃO INDICADO PRA MENORES DE 18 ANOS! Uma carioca da gema escolheu Campo Grande, capital de Mato Grosso Do Sul, para se refugiar de um trauma. Sem nem mesmo suportar ter a lembrança do mar, ela se vê mergulhando nos olhos azuis de...