CAPÍTULO 3

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Ariel

- A onde vai almoçar? - Léo perguntou pra mim, batendo na minha porta e apoiado no batente.

- Porrr? - eu sorri, usando o sotaque sul mato-grossense, se bem que esse "Porrr" nunca mais iria soar como antes pra mim.

Isso, porque ouvi Leandros dizer. E o jeito que ele fez, foi um absurdo de tão sexy.

Eu estava no meu horário de almoço, cansada e um pouco irritada. Era a primeira vez que eu me sentia com TPM sem estar com TPM.

- Pra não gastar tanto petróleo. - Léo sorriu, mostrando seus dentes perfeitos. - Você sabe! Todo esse lance de aquecimento global...

Eu revirei os olhos, mas acabei rindo.

- Que belo argumento pra querer pegar uma carona comigo. - coloquei as minhas coisas dentro da bolsa e a fechei, falando. - Mas, se está tão preocupado com o planeta, passe a andar de bicicleta.

Peguei minha bolsa e caminhei pela minha sala organizada, passando por ele e fechando a porta. Léo era um cara grande, mas em mim ele não botava medo.

- E eu já estou andando. - ele me seguiu pelo corredor, com um sorrisinho.

Acenei á algumas agentes no caminho, enquanto eu andava para o lado de fora.

- Você? Andando de bicicleta? Duvido! - eu falei, vendo ele abrir a porta da frente pra mim.

- Quer apostar? - ele ergueu uma sombrancelha. - Se perder, a gente almoça juntos.

Franzi a sombrancelha pra ele. Analisando minhas chances.

- Tudo bem. E na onde está tua bicicleta Greenpeace? - eu perguntei quando estávamos andando pelo estacionamento.

Ele riu. E no final, me mostrou a bicicleta. Ela estava no bicicletário e com uma corrente. Eu suspeitei.

- E como vou saber se é sua?

Ele riu mais uma vez e tirou uma chave do bolso, e então foi lá e abriu o cadeado.

- Eu dirijo ou você dirige? - ele me olhou triunfante, fechando o cadeado de novo e ficando ao meu lado.

Eu suspirei e coloquei meus óculos escuros enquanto olhava pra ele.

- O carro é meu, espertinho. Quem dirige sou eu.

Eu sempre almoçava no restaurante da Ângela. Ficava na Afonso Pena e era um local movimentado. Angie cozinhava muitíssimo bem, só usando ingredientes frescos. Era sempre um prazer comer lá. Desde os cozinheiros a o garçons, tudo era impecável. Só questão de tempo pra ganhar uma Estrela Michelin.

E quando eu estacionei na frente do "Garota de Ipanema", vi uma camionete vermelha nos fundos do restaurante. Meu coração disparou na hora, quase saindo pela boca.

Não podia ser ele...

- Nossa... - Léo comentou, sentado no banco do passageiro. - Acho que não vai ter mesa pra sentar..

- Eu conheço a dona. - eu respondi, saindo do carro e ainda com o coração a mil.

Minha pressão baixou, só pela mera desconfiança da presença dele. Não consegui dormir á noite. E isso tudo por conta dele.

- Claro que conhece... - Léo se pos ao meu lado e passou um dos seus braços sobre os meus ombros. E eu estava tão avoada que nem tinha reparado. - Confesso que isso me intimida, nunca nem consegui entrar aí dentro.

- Hoje é teu dia de sorte... - eu sussurrei, ainda distraída.

As chances de encontrar o Leandros aqui eram praticamente nulas. Tudo coisa da minha cabeça. Respirando fundo, eu afastei esses pensamentos da minha cabeça.

Duas Semanas De Puro PrazerOnde histórias criam vida. Descubra agora